A ação moral depende da razão?

É a pergunta mais recente da série “Conversations” da Templeton Foundation, entidade que promove o diálogo entre ciência, filosofia e espiritualidade, financiando projetos, dando prêmios e organizando eventos culturais. A “conversation” é sempre uma boa oportunidade de ver opiniões diferentes em artigos enxutos escritos por gente gabaritada.

Pergunta-se se a moral depende ou não da razão humana. O que nos mostra como agir? Algum raciocínio prático? Os sentimentos? A adesão da vontade a uma lei? Participam da série o rabino-chefe do Reino Unido, Jonathan Sacks, o filósofo muçulmano Aref Ali Nayed, o jurista Stanley Fish, psicólogos, neurocientistas e, na defesa da boa e velha lei natural (que é, basicamente, responder à pergunta com um grande SIM), Robert P. George, de Harvard.

10 comentários em “A ação moral depende da razão?

  1. Pessoal, desculpem o off-topic, mas: o link para o editorial da edição 5 da Dicta está levando para o editorial da edição 1. Corrijam lá!

    Um abraço!

  2. Pingback: Tweets that mention A ação moral depende da razão? | Dicta & Contradicta -- Topsy.com

  3. É um tanto quanto ‘off-topic’ (ma non troppo), mas não sei aonde postar isso aqui (aliás, fica uma sugestão de abrir um espaço para comentários sobre os textos da última edição aqui no site):

    Muito bom o paralelo que João Pereira Coutinho faz em seu artigo da última edição entre Tolstói e Woody Allen. Coincidentemente, essa semana vi um paralelo semelhante (guardadas as devidas proporções) feito por Henri du Lubac em seu livro “El drama del humanismo ateo” que estou terminando: ele faz um paralelo entre Nietzsche e Dostoieviski e, tal qual João P. Coutinho afirma que Deus salvou Tolstói, du Lubac fala que Nietzsche e Dostoieviski vão juntos até a bifurcação “Deus”, o que acaba por ‘salvar’ Dostoieviski. E faz isso brilhantemente através de uma profunda análise de todos os personagens ateus das obras de Dostoieviski.

  4. Caro Wagner,
    também li esse livro excelente do Cardeal de Lubac. Talvez tenha entendido para onde você apontou: questões éticas são questões existenciais, onde estão imbricadas psicologia e metafísica, digamos assim. E ainda que seja defensavelmente razoável postular no campo da ética autonomia da razão e mesmo a partir daí limites e obrigações universalmente aplicáveis com base na lei natural, resta igualmente defensável que na existência de cada um essa autonomia não elide a “escolha de Deus” (ou do nosso lado a teimosia na recusa). Dostoievski e Nietzsche expressaram profeticamente esse caminho que se bifurca na existência de cada um. No mais, observei as aspas ali no infinitivo.

    Um detalhe final: de Lubac, muito fino, evita porém embarcar na canoa às vezes sugerida pelo russo, de uma ambiguidade patente, vg, naquele amor de Aliosha pela mãe terra. Nota de pé de página sobre meta-leitura: von Balthasar ajuda a ler o de Lubac e me ajudou neste commentzinho .

  5. Ricardo

    1 – Essa questão da independência da razão ne ética não pode ser remetida àquele famoso debate entre Ratzinger e Habermas em Munich? Parece-me que Ratzinger “estraçalha” a pretensão de Habermas de fundamentar a ética universal (só) na razão.

    2 – Você concordaria que a “escolha (ou recusa) Deus” é antes uma questão moral do que racional?

    3 – O amor à mãe terra de Aliosha não é a expressão do obsessivo amor russo pela terra russa em vez de um certo ‘ecologismo new age’? Não me lembro mais disso.

    4 – Quanto a Von Balthasar, vi a referência que du Lubac faz da obra dele sobre o ateísmo como obra referência acerca desse tema. Fiquei com muita vontade de ler esse livro.

  6. Pontualmente:

    1) No diálogo com o Habermas, por outro lado, Ratzinger também admite que a noção de lei natural deixa de servir de base adequada para uma interação fecunda entre a Igreja e outras comunidades de fé, ou entre a Igreja e a sociedade secularizada no Ocidente. Ulpiano e Victoria vão perdendo sentido à medida em que você vai desfazendo conceitualmente o vínculo entre natureza (ou cosmos, se quiser) e razão.

    2) A escolha de Deus é a que Ele faz e a que você faz movido pela graça. Trata-se no sentido mais forte de um encontro, de um conhecimento amoroso incessantemente refeito. “Fazer” é agir, escolher razoavelmente, moralmente ou não. Só que nessa escolha de que estamos falando os raciocínios e hábitos humanos, ou como diz São João da Cruz “o apoio do entendimento” e o “gosto da vontade”, podem até menos ajudar que atrapalhar. Sobretudo em situações de noite escura.

    3) Como sugerem L. F. Pondé e Evdokimov, uma boa leitura de Dostoievski tem caráter verdadeiramente emancipatório em tempos de “parricídio e morte da tradição”, quando “a existência, o ser existente, não é mais capaz de reconhecer a si mesmo.” Acho que Henri de Lubac concordaria, e é contra esse pano de fundo que ele ressalta o caráter puramente cristão daquela passagem maior nos “Irmãos Karamazov”, em que Aliocha se prosterna e abraça a terra sob um céu estrelado. Nem por isso ele deixa de observar que Dostoievski também parece prestar-se de vez em quando a certa aproximação do sagrado que não está em registro ateu mas, em função de sua ambiguidade, fica ou pode ficar aquém do cristianismo. Ao discorrer sobre “Experiências Equívocas” no capítulo sobre “A Experiência da Eternidade”, de Lubac ilustra o ponto com uma passagem dos “Possuídos”, em que uma velha camponesa refere-se à mãe de Deus como “a Grande Mãe, a terra úmida”. Mas talvez eu não tenha lido bem.

    4) Independente da minha leitura, é o von Balthasar quem chama a atenção para esse “caveat” do Henri de Lubac, sem qualquer prejuízo ao reconhecimento do caráter quase essencial de Dostoievski para pelo menos alguns pensadores cristãos fundamentais em tempos de apocalipse. For what it´s worth, a referência ao “caveat” está em um livrinho dele que ganhou em inglês o título “The Theology of Henri de Lubac”.

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