É o que acha o colunista Alastair Sooke, comentando Richard Wright, o vencedor do último prêmio Turner (que costuma premiar as obras mais chocantes e transgressoras) e a safra artística recente. Teria a beleza voltado à arte depois de décadas de culto à transgressão e ao choque pelo choque?
James Bowman tem suas dúvidas. Não seria esse suposto novo amor pela beleza apenas mais um estratagema de chocar a audiência, agora que perversões sexuais, lixo e destruição não são mais capazes de fazê-lo? Continuamos, diz Bowman, no mesmo jogo superficial de modas artísticas; nada de valor duradouro sairá daí. Como é, de fato, o caso de Wright, cuja obra é uma pintura de parede com data para ser apagada…
Não acredito que se faça arte com o intuito de chocar sempre. Eu acredito é na arte como um refluxo da alma, algumas vezes bem consciente como foi e é arte de Picasso, outras, tão sensíveis e inspiradoras como a arte de Modigliani, no entanto elas falaram só do seu tempo!
Resumindo, vejo na arte hoje a expressão da rapidez tecnologica e do auto- consumo do nosso tempo, como parece ser o caso de Richard Wright, ou ainda a expressão artística em seu oposto, trabalhada calma, bela, sensível, duradoura e naturalmente, dentro de um conforto de escolha que só se pôde fazer hoje e que é própria desse momento, podendo até ser uma resistência ao novo e ao desconhecido sem qualquer ônus. De qualquer forma vejo a expressão artística como o resultado da pluralidade do ser humano e, não vejo e não acredito em uma arte por si só transgressora, a não ser que o momento seja de transgressão e esse momento existiu nos idos anos 50-60, até antes disso, mais já acabou.