A Mancheias

Até onde eu sei, o conceito de booktown nasceu em Hay-on-Wye, no País de Gales, e se espalhou por toda a Europa. São cidadezinhas pequenas que basicamente vivem de e para livros. Apenas para que se tenha uma noção, Hay-on-Wye tem 1.300 habitantes e 20 livrarias, com mais de dois milhões de livros à venda.

A idéia é mesmo muito boa e eu ainda me lembro com certa nostalgia de uma tarde vazia, no verão de 2004, passada com meu irmão e o nosso presidente – Guilherme Malzoni Rabello – em Wigtown, na Escócia, entre milhares de estantes e livrarias empoeiradas (ainda saí de lá com uma edição muito antiga da Ilíada e Odisséia).

Pensei em tudo isso porque recentemente fiquei sabendo da existência da pequena Stillwater, em Minnesota: foi a primeira booktown fora da Europa e é famosa por abrigar o maior sebo especializado em teologia do mundo, Loome Theological Booksellers (é possível comprar online, mas nem tudo está lá). E existe um detalhe interessante: embora seja meio creepy – o lugar fica em uma antiga igreja da (famosa!) Swedish Covenant Church -, existe até mesmo a possibilidade de se hospedar na livraria.

2 comentários em “A Mancheias

  1. Interessante à beça, o fenômeno. Concentração de livros não-virtuais em lugares ermos, quando certo tipo de público leitor vai se tornando rarefeito. Sem tirar ilações; apenas associando idéias, lembrou-me a história de Cassiodoro. Ele “dropped out” da alta administração romana, quando as coisas estavam ficando mais difíceis; e foi pivô na criação de um mosteiro importante, Vivarium, com ótima biblioteca. Foi um dos colaboradores fundamentais na construção do “aqueduto” da antigüidade clásica para a Idade Média. Hoje em dia, além dos pergaminhos, talvez ainda tentasse ao menos uma rede local e documentos digitalizados… http://en.wikipedia.org/wiki/Cassiodorus

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