Quer ficar com a fama de “descolado” em um desses coquetéis intelectualóides que sempre envolvem a favela, a casta pensante e a alta sociedade? É só falar mal de alguma pessoa religiosa, de preferência a Madre Teresa de Calcutá, e ficar citando Richard Dawkins ou Christopher Hitchens. No caso, foi este último que, num programa de televisão, resolveu xingar a pobre mulher, afirmando que ela é mais responsável pela miséria do mundo do que todas as empresas capitalistas juntas. Pegou mal até para quem gosta do Hitchens.
Neste artigo para a revista eletrônica spiked!, Brendan O´Neill mostra que criar esse tipo de discussão é mais do que uma bobagem: é covardia intelectual –
You know how some cowardly muggers target little old ladies because they’re usually slow, frail and unlikely to fight back? Well, the exact same dynamic, though in intellectual rather than bag-grabbing terms, can be seen in the radical-atheist assaults on Mother Teresa. Attacking the wrinkled, hunched-over sister of Calcutta, accusing her of being a goggle-eyed fanatic and a mad and disgusting celebrator of poverty, is the atheistic equivalent of mugging an old woman. And a dead one, to boot. These anti-Teresa tirades reveal far more about the bluster of contemporary atheism than they do anything surprising about the antics of old Catholic women.
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“[…] mugging an old woman. And a dead one, to boot.”
Ainda bem que ninguém aqui vai comparar a sra. de Calcutá com a sra. Arendt. Ou antes, comparar o tratamento que cada qual deu a cada uma.
Pô, o artigo tem bons pontos; mas a condescendência do autor para com ela talvez seja uma atitude ainda pior do que os arroubos de ódio ridículos dos ateus inflamados!
Ôôô… vocês não vão falar nada da queda do muro de Berlim? Tipo… acho que merecia uma notinha…
“Dios es el estorbo del hombre moderno”
Nicolás Gómez Dávila.
Só não fico constrangido por publicar comentário a post tão velho porque o post em si comenta um livro de… 1995! Não apareceu coisa melhor para falar nos últimos 14 anos?
Com base nas últimas festinhas a que fui que envolvem “a favela, a casta pensante e a alta sociedade”, percebo que, mais clichê que citar Hitchens ou criticar velhinhas obscurantistas (perdão, mas a boa Madre era) é criticar o Hicthens. Gente na direita encontra bons argumentos para desancá-lo. Gente da esquerda também. Aconteceu parecido com outros anões intelectuais passados. Gente assim do nível de um George Orwell, para pegar alguém próximo.