O sentido da arte passa por uma crise. Para que serve a arte, se é que tem finalidade? Aproximar-nos da Idéia Universal do Belo certamente não é o que move a maioria dos artistas. Tampouco é a crítica social e econômica de algumas gerações atrás.
Por um lado, a completa ausência de um acordo sobre o que é a arte e qual o seu significado tem produzido muitas obras (obra? Conceito ultrapassado, carrega ainda a velha idéia da unidade metafísica e permanência temporal – a produção atual é marcada antes pela intervenção!) de valor artístico, no mínimo, questionável.
Por outro, esse caos de opiniões tem o potencial de gerar novas idéias, e resgatar outras há muito esquecidas. Nesse caso, o que tem sido recuperado são o espanto e a admiração que os grandes monumentos da Antiguidade produzem em quem os vê, e que nos despertam para o inesperado e o maravilhoso de toda a realidade. Uma aranha gigante passeando por um prédio do centro da cidade pode não ser das criações mais sutis da imaginação humana; mas gera um interesse imediato.
Digam os críticos o que quiserem, o fato é que, quando nossa civilização tiver desaparecido e for estudada pelos arqueólogos do futuro, é por essas obras que eles começarão.
Não será, não, meu caro. Diga você o que quiser.
Lula.
Na minha opinião a arte contemporânea é um monstro que cresceu demais e saiu do controle dos criticos
O que eu procuro na arte, quer contemporânea, quer clássica, antiga, etc., é sentido. Se esse existe, fico feliz de poder pensar em cima dele. Senão, desculpe, não me chama muito a atenção.
Por isso malabarismos tecnicos e virtuoses pictóricas nem sempre considero arte, às vezes no máximo um bom treino de mão, nada mais (e chego a colocar a aranha gigante no meio dessas…).
o que hoje se chama de arte, parece ser mais uma tendência de mercado e não uma consequência vinda do trabalho, da experiência do artista. faz-se “arte” a toque de caixa, sem medidas. mata-se um cachorro de fome na frente do público e a isso é dado o nome de arte. isso é uma barbaridade. penso que arte é o que me desloca, o que convoca, o que me tira do caminho e me acrescenta algo.
Se existe algo sem finalidade, este algo me parece desprezível. Se preservamos coisas deste tipo, é porque nós também nos tornamos, ou porque estamos doentes. Espero estar errado…