A opção preferencial pela loucura

Recentemente, foi publicado um texto na blogosfera que perguntava se Martin Scorsese não passava de uma farsa. Depois de ter visto Ilha do Medo (Shutter Island, 2010), creio que as suspeitas foram infundadas. É simplesmente um de seus melhores filmes, que fica anos à luz de Os infiltrados, O Aviador e Gangues de Nova York –…

Dicta, a revista que antecipou o Oscar

Onde você ouviu em primeiro lugar sobre um filme modesto sobre a Guerra do Iraque que ganhou de uma baboseira magalomaníaca? Sim, foi aqui, na Dicta. Mas temos que ser honestos e admitir que este jornalista só pegou carona com o Filipe Furtado (que anda sumido) e o Sergio Alpendre (que anda a escrever uns…

O fenômeno Avatar

Ainda não vi Avatar, embora tenha lido tanto a respeito que sinto já conhecê-lo a fundo. Sei da história absolutamente convencional de civilizados malvados contra nativos bonzinhos, da filosofia/religião panteísta que permeia a vida mais nobre e pura dos N’avi, das caras na minha opinião muito feias, mesclas azuis de gato e homem, e que…

Martin Scorsese é uma farsa?

Pelo menos é o que pergunta este texto do The League of Ordinary Gentlemen. Gosto muito de seus filmes – tenho especial predileção por A Época da Inocência (1993), geralmente subestimado em relação aos já comentados Taxi Driver e Touro Indomável – mas é evidente que Scorsese perdeu um pouco a mão nos últimos anos.…

A união através da realidade

Realmente, só Clint Eastwood, com seu Invictus, para me fazer ir ao cinema ver um filme que romantiza a figura de Nelson Mandela, figurinha-chave nos meios socialistas fabianos e, para quem não sabe, chefe de uma organização terrorista na África do Sul na década de 60 (tudo bem, o apartheid é um “genocídio ético”, mas…

Adeus, Monsieur Rohmer

Só uma notícia desse porte para tirar-me do meu recesso: morreu Eric Rohmer. Para quem não sabe, foi um dos gigantes do cinema. Cada filme seu é uma pérola – parábolas morais que mostravam como o homem moderno estava perdido em tentações tão sutis. Seu Ma nuit chez Maud (1968) é o filme sobre os…

O Vício da Guerra

O que mais impressiona em The Hurt Locker (no Brasil foi traduzido como Guerra ao Terror, um título para espantar qualquer um) é o modo como a diretora Kathryn Bigelow escolhe apenas mostrar uma situação extremamente perigosa, e evita qualquer comentário ideológico. No caso, a situação é a seguinte: o filme acompanha os últimos 38…