Crianças infelizes

Se há uma manobra retórica que me irrita muito, e cria em mim profunda antipatia pelo texto e seu autor, é apelar para a segurança e bem-estar “das crianças”. É uma demagogia barata, que visa gerar, como resposta emocional automática e socialmente obrigatória, a indignação moral mais vulgar nos leitores.

Contudo, há também a preocupação legítima com as crianças. E, em nossos dias, é bastante evidente que algo de fato não vai bem com a molecada.  Uma recente pesquisa revela que as crianças inglesas estão crescentemente infelizes com a vida. Se feita em outros países, arrisco, os resultados não seriam muito diferentes; embora admita que a Inglaterra atual esteja sempre um passo a frente do resto do mundo quando o assunto é decadência social. Outra novidade é que 1 em cada 20 alunos do ensino secundário (11 aos 18 anos) ficou bêbado de duas a três vezes no último mês. Não acho que é preciso ser um reacionário de direita para achar ruim uma juventude cada vez mais alcoólatra, obesa, consumista, imediatista, ignorante, violenta, baderneira e mal-educada.

O governo inglês, sempre prestativo, concorda com o diagnóstico e, tomando a dianteira, já tem planos para corrigir essa tendência preocupante. Implementará, no currículo das escolas de todo o país, “aulas de felicidade”, cursos de saúde, economia pessoal e educação social. Será que vai funcionar?

12 comentários em “Crianças infelizes

  1. Podem me chamar de neocarola, não me importo, mas o que os ingleses precisam atualmente (urgentemente) é voltar a temer a Deus! É voltar a ser um país que cultiva verdadeiramente os valores cristãos.
    É uma tarefa a longo ou longuíssimo prazo, eu sei. Mas não há outra solução.

  2. Só complementando, nada como a boa e velha moderação cristã para minimizar todos os problemas citados pelo Joel:
    “uma juventude cada vez mais alcoólatra, obesa, consumista, imediatista, ignorante, violenta, baderneira e mal-educada”.

  3. Aula de felicidade?

    As vezes é bom ser brasileiro…

    Não sei do que se trata mas sei que não dá certo.

    Bom senso nunca é demais.

  4. Bruno Tolentino falou que isso (felicidade) não existe…

    bem… mas estamos falando se as pessoas se consideram assim, né?

    então é uma coisa óbvia… é reflexo dos pais…

    isso tem a ver com o que disse Rodrigo Leandro…

    agora… o governo querer dar felicidade às crianças… é dose!

    imagina quando o governo quiser fazer a felicidade dos púberes…

  5. Se for ensinado a se preocuparem muito mais com suas vidas do que com as dos outros, e buscarem tanta aceitação de gente que nem conhecem, já está bom.

  6. Isso é reflexo da familia inglesa, cada vez mais decadente e relapsa….Compare: as crianças chinesas em SP frequentam a escola nas férias. Enquanto todos os outros alunos estão curtindo as férias, as criançinhas chinesas vão para a escola, FELIZES da vida. E sabe por que? A escola é vista como um ambiente de descontração, pois em casa elas são reprimidas e tem que fazer tarefas domésticas, como lavar e passar. E quando erra toma castigos…

  7. A familia Inglesa necessita é de um choque de cristianismo. Parar de ver TV e ir para a missa, são decisões louváveis. Confessar-se, etc…

  8. Eduardo, concordo que a fonte do problemas esteja na família e, consequentemente, no estilo de vida dessas crianças porém não acredito que seja pela repressão (diretamente) que essas crianças chinesas sejam mais felizes mas sim porque a elas não é dado o luxo de serem egoistas e ficarem remoendo os próprios problemas. Daí que acho que vem a felicidade comum dos menos afortunados e de onde vem a infelicidade de tantos sob amparo de Estados assistencialistas (Países nórdicos, Japão, etc…)

    Também acho que o Cristianismo resolve o problema e sem repressão (quando assumido livremente).

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