Os economistas precisam de cérebros?

No limite, as ciências econômicas lidam com algo pequeno: a ação humana, principalmente as escolhas que fazemos em ambientes de recursos escassos (dinheiro, tempo, etc). Das simples ações dos homens a teoria econômica obtém (ou pretende obter) variáveis diversas como os preços, as taxas de juros, o PIB, a taxa de criminalidade e o tamanho das famílias.

Entretanto, entender o comportamento humano não é tarefa fácil e esse é o principal motivo pelo qual a economia buscou sempre (ou quase, como veremos) focar-se apenas nas escolhas de fato dos agentes (as ditas preferências reveladas), ao invés dos mecanismos subjacentes a essas escolhas. 

Duas exceções a essa abordagem surgiram no século XX: a economia comportamental e a neuroeconomia. A primeira, dos anos 80, busca utilizar ferramentas da psicologia para elaborar modelos mais realistas do ponto de vista das ações econômicas; a segunda, surgida nos anos 90, usa a neurociência para entender o que está por trás da ação econômica. Na Economist, esse artigo detalha os meandros da neuroeconomia.

4 comentários em “Os economistas precisam de cérebros?

  1. E como precisamos! Doações podem ser enviadas para claudio frankenstein.

    O título ficou genial. Agora, será que outros cientistas sociais fazem bom uso dos cérebros que possuem? risos

  2. Economistas não se contentam em serem … economistas. Querem ser sociológios, historiadores, filósofos, “construtores de fórmulas” para mudar a humanindade, e, depois dessa mixórdia …. não são mais do que … economicistas.

  3. Se esse treco de neuroeconomia der certo será divertido ver os novos instrumentos de política econômica: doses coletivas de dopamina para se combater a recessão e, em caso de surto inflacionário, em vez de alta de juros, vacinação pública de Lexotan…

    Wagner

  4. Luiz, acho que você está equivocado quando relata que “a economia buscou sempre focar-se apenas nas escolhas de fato dos agentes, ao invés dos mecanismos subjacentes a essas escolhas.” Essa concepção é a formulada pelos economistas austríacos, como Mises e Hayek. A economia neoclássica, corrente teórica dominante no século XX, sempre se utilizou de mecanismos subjacentes às escolhas dos indivíduos como fórmula de elaborar suas teorias. Veja, por exemplo, o conceito de curvas de indiferença.
    A economia comportamental e a neuroeconomia surgiram pricipalmente como formas de testar empiricamente as teorias neoclássicas, não como alternativas teóricas a essa.
    O maior problema que eu vejo como as pessoas que estudam economia por conta própria é que se atêm somente aos escritos de pensadores liberais como Hayek e Mises. São pensadores importantes, mas não são tudo o que a economia oferece.

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