Enquanto isso, no ateísmo militante…

Ateus e secularistas se reuniram em Los Angeles para discutir o futuro do movimento. Em meio a falas de Richard Dawkins e Sam Harris, o debate que ganhou o evento foi: devem adotar uma postura mais cooperativa com os religiosos ou partir para  o confronto aberto? Chris Mooney defendeu a posição conciliadoa, e PZ Myers, famoso por ter queimado o Alcorão e desecrado a Hóstia Consagrada, defendeu – com uma postura que lembra mais um menino mimado e birrento do que qualquer outra coisa – o conflito.

Além desse evento, os irmãos Hitchens (Christopher, o ateu, e Peter, o cristão anglicano) travaram um debate amigável em Washington sobre se a civilização pode sobreviver sem Deus. É de certa forma um prelúdio para o debate mais formal – com vencedor e perdedor – entre Christopher e Tony Blair (que se converteu ao Catolicismo depois de deixar o poder), que será realizado em novembro com a pergunta: “A religião é uma força de paz ou conflito no mundo moderno?”.

É uma pena que essa cultura do debate franco com questões claras e posições bem demarcadas não exista no Brasil. Faz falta.

18 comentários em “Enquanto isso, no ateísmo militante…

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  2. “É de certa forma um prelúdio para o debate mais formal – com vencedor e perdedor – entre Christopher e Tony Blair”

    Por curiosidade: quem ganhou o debate, na opinião do autor?

  3. Henrique, o Blair-Hitch Project será dia 26 de novembro. Não me peça para apostar no vencedor. Para falar a verdade, vi muitas poucas das manifestações sobre religião do Tony Blair. Quando vi, não me impressionou muito, mas esperemos o dia 26.

  4. Tendo a achar provável a “vitória” do Hitchens sobre Blair, pois o pouco que li escrito por ele sobre o tema também me pareceu nada profundo.

    Creio que na Inglaterra haveria vários contendores melhores para debater com Hitchens.

  5. Um cristão não pode afirmar que sua religião é “uma força de paz no mundo moderno”.

    “Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada.” (Mateus 10, 34)

    “E Simeão os abençoou, e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este é posto para queda e para levantamento de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição, e uma espada traspassará a tua própria alma, para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” (Lucas 2, 34–35)

  6. Enquanto isso, o mundo continua a girar…

    Ateísmo militante é a coisa mais ridícula que eu já vi em minha vida. Ser ateu é uma forma de ver o mundo, e não um “movimento” como muitos boçais querem inventar. O problema é que eles são inteligentes e talentosos, mas o mundo está cheio de babacas talentosos.
    Esse quiprocó vem sendo travado há séculos, com os resultados conhecidos.
    Não consigo acreditar que alguém ache que esse “debate” vai chegar a alguma conclusão.
    Há coisas muito mais importantes a serem debatidas.

  7. André está certo.

    Deixem a “paz do mundo” para os maconheiros adoradores de Jah, os new agers teosofistas e os anúncios de publicidade.

    A única paz que importa, a verdadeira paz, é a da alma.

  8. Ricardo, se com “novo gay” você quis afirmar “vítima de preconceito”, eu diria que muito mais do que o ateu é o crente que sofre esse papel nos, como diz Pondé, “jantares inteligentes”.

  9. Wagner, você entendeu errado.
    O que eu quis dizer é que está acontecendo com os ateus o mesmo que aconteceu com os gays há algumas décadas. Estão começando a formar comunidades organizadas, exigindo respeito e “direitos”, ou seja, estão praticando a tão afamada “ação afirmativa”.
    Ninguém reconhece (ou rejeita) um ateu pelo jeito de falar ou andar, pela cor da pele ou qualquer outra característica exterior. Eles sempre se contentaram em se definir como católicos “não-praticantes”, ou qualquer coisa que o valha, quando questionados a respeito de sua crença religiosa. Uma pequena “white lie” que nunca fez mal a ninguém, e todos sempre ficaram satisfeitos no final. Uma militância ateia só vai gerar atrito e confusão.
    Pelo andar da carruagem, em breve um ateu confesso poderá processar alguém se sentir-se ofendido de alguma forma. Mais um pouco e teremos cotas para ateus nos concursos públicos e faculdades.

  10. Ôps… entendi e concordo com você, Ricardo.

    Aliás, na página de Opinião do Estadão de hoje tem um artigo bem nessa linha que você apontou.

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