Especial 11 de setembro parte 5 – Dez anos depois

Por Nelson Ascher

Meu 11 de setembro ocorreu pouco após a hora do almoço, pois eu estava então na França. Tão logo se patenteou que não se tratava de um acidente, creio que a primeira impressão avassaladora –e não só minha— foi a de enormidade, ainda mais porque, naquelas primeiras horas, o número que se esperava de vítimas fatais andava pela casa das dezenas de milhares. Que a cifra tenha ficado significativamente abaixo disso, nem sequer ultrapassando o marco de 3.000, foi uma espécie de anticlímax quase feliz, que, sem reduzir a enormidade em questão, admitia um pensamento consolador: “eles não conseguiram tudo o que queriam”.

Para mim foi, de início, difícil metabolizar o acontecido, e confesso que cheguei a pensar que aquilo era extremo demais até para os extremistas muçulmanos, que nem eles sonhariam em despertar a ira concentrada e determinada dos americanos e do Ocidente. (Como se vê, eis algo aí que eu superestimei.) Por isso, tentei passar mentalmente em revista que grupos –os quais me pareciam mais desvairados porque eu os conhecia menos– teriam sido capazes de perpetrar o malfeito: tâmiles do Sri Lanka, Sikhs do Punjáb?

O Ministério Internacional da Informação, formado coletivamente pela imprensa e mídia ocidentais, cuidou de sepultar no buraco da memória um episódio relativamente menor, mas não menos relevante, daqueles dias. Muçulmanos do mundo inteiro, especialmente em cidades árabes, saíram às ruas para comemorar o massacre de possíveis dezenas de milhares de civis inocentes. Logo naquele primeiro dia, a TV ainda exibiu a imagem de palestinos festejando, buzinando, cantando e distribuindo doces e balas (os confeitos, não os projéteis) nas ruas da Cisjordânia. Convém lembrar que, se existe a causa palestina e se os palestinos vivem, curiosamente, melhor do que a maioria de seus vizinhos árabes, isso se deve à generosidade do contribuinte americano, justamente aquele que eles mais parecem detestar, ou seja, não existe imunidade para nenhuma boa ação. Em todo caso, aquelas cenas degradantes de comemoração desapareceram das telas e dos comentários em um ou dois dias, para nunca mais retornar. O medo do efeito que poderiam causar, no entanto, foi o bastante para que Iásser Arafat –também ele chocado como alguém que tivesse visto seu próprio cadáver— doasse às vítimas americanas seu próprio sangue diante das câmeras do mundo.

E talvez tenha sido este pequeno episódio que se mostrou um dos mais importantes, pois foi com ele que se deflagrou a batalha ideológica e midiática em meio à qual vivemos até hoje. No que é que consiste ela? Em relativizar, reduzir e dissipar a verdade que emergiu claramente dez anos atrás, a saber, a de que existe uma luta entre a civilização e a barbárie, entre a liberdade e o terror, entre o princípio da vida e o impulso genocida, e, especialmente, que a forma que este impulso assume hoje em dia é a de uma aliança entre o fascismo islâmico e a maior parte da esquerda e/ou da intelectualidade ocidental. Enfatizo em particular o caráter genocida daqueles atentados, pois se há algo a respeito do que eles não deixaram sombra de dúvida é , não apenas que sua intenção era maximizar a quantidade de cadáveres, mas também que o único limite que lhes foi imposto era o dos meios, já que, se dispusessem de artefatos nucleares, os perpetradores os teriam detonado, nem que fosse na Índia, no Gabão ou até na Arábia Saudita.

A aliança entre a esquerda ocidental e o extremismo islâmico pode parecer estranha para quem vê na primeira uma herdeira mais ou menos bastarda do Iluminismo, mas não surpreende a quem já tenha percebido que ambos nascem de uma raiz comum, o milenarismo apocalíptico, e que, num nível apenas aparentemente mais trivial, ambos são encarnações do desejo de interferir na vida alheia, supervisioná-la e fazer todo mundo viver segundo certos preceitos doutrinária, ideológica ou politicamente corretos. Nem à toa, portanto, que todas as tendências desencontradas que manifestavam desejos vontades, a começar pelas ambientalistas, caíram, na hora da grande divisão de águas, do lado dos genocidas.

Os últimos dez anos parecem, sob certos aspectos, uma vitória justamente desses últimos, nem que isso tenha se dado por meio de um complicado efeito dominó que ninguém poderia ter previsto: por exemplo, a campanha maciça contra a Guerra do Iraque e o governo Bush levou ao poder o mais ideologicamente esquerdistas dos presidentes americanos, Barack Hussein Obama, e este, por seu turno, em parte criando um vácuo de poder no mundo, tornou possível a presente primavera do fundamentalismo islâmico nos países árabes, algo cujas conseqüências podem se revelar assustadoras. Há sinais, porém, de que se trata de uma vitória pírrica, alcançada graças ao sacrifício das últimas reservas de credibilidade de que a esquerda e seus aliados dispunham. Seja como for, só uma coisa é segura: os próximos anos continuarão sendo muito interessantes.

Nelson Ascher é poeta, tradutor e colaborador da revista Veja.

23 comentários em “Especial 11 de setembro parte 5 – Dez anos depois

  1. Bem, eu sou o primeiro esquerdista a reconhecer que há na esquerda racionalização e mesmo certa romantização do terrorismo, mas daí a generalizar…

    “a esquerda ocidental”, como um todo, compartilha do milenarismo apocalíptico caro aos extremistas islâmicos? Isso é risível. Há trocentos pontos em que o radicalismo islâmico lembra mais certa direita ocidental (especialmente a direita religiosa) do que lembra da esquerda liberal.

    Nelson Ascher, que faz questão de citar o nome completo do presidente Obama (para o caso de alguém ainda não conhecer), continua vendo o mundo em preto e branco, de forma tão tosca quanto esquerdistas e muçulmanos analfabetos. É contra esse quadro mental que se deve lutar, por mais “iluminada” que seja sua roupagem. Eu, por mim, não trocaria os ensaios de Tony Judt pelos ensaios do Nelson Ascher.

  2. Tony Judt: amigo e admirador de Edward Said, ideólogo do nacionalismo (fascista e pró-nazista) árabe, mentiroso contumaz (inclusive sobre a própria biografia), ex-membro da OLP e ghostwriter de Arafat. O próprio Judt, que já foi crítico da hiperburocrática e antidemocrática União Européia (A Grand Illusion), celebrizou-se no fim da vida como antiamericano e (como a maioria dos intelectuais judeus) antissionista que pregava a dissolução de Israel num país de maioria árabe (cujas massas, é claro, jamais se comportariam como ontem e hoje os linchadores egípcios). Tony Judt e Said eram, claro, estrelas do New York Reviw of Books, órgão oficioso da esquerda antiamericana, antissionista, antiocidental. E, aliás, comparados com Stálin, Mao, Pol Pot, Fidel, Che etc., quantos milhões a tal direita religiosa crustã de q/vc fala matou na últimas décadas? Quantas pessoas o Tea Party(cujos membros não são em boa parte religiosos, aliás) matou?

  3. O islamismo e o grosso da esquerda, em especial a intelectualidade, bem como a verdeira direita, a nazi-fascista, são movimentos cujo objetivo é a destruição da sociedade aberta, da sociedade definida pela máxima autonomia do indivíduo. Cada qual desses movimentos e ideologias tem lá sua visão do mundo e da sociedade certos, de como as coisas devem ser. Esta visão é a meta estratégica de cada um deles. Em termos táticos, porém, cada qual sabe que precisa desmoralizar, demolir e destruir as sociedades abertas e democráticas do mundo moderno. Trata-se de pacto Ribbentrop-Molotov-Ahmadinejad (este último pode ser substituído por Bin Laden, Arafat, Erdogan etc.). Cada qual crê também que pode se aliar com os demais movimentos para atingir a meta tática e, então, descartar e/ou trair seus aliados na busca da meta estratégica. Foi o que aconteceu no Irã em 1978-79, qdo a esquerda local se uniu aos aiatolás para derrubar a ditadura pró-ocidental e modernizante do Xá. Quem ganhou a parada? Os aiatolás, q/executaram em seguida dezenas de milhares de iranianos comunistas, trotskystas, socialistas etc. Quem perdeu? Todos os demais iranianos. Mas, a bem pensar, mesmo que o paraíso futuro de cada ideologia totalitária seja superficialmente diferente, todos convergem em ser compulsórios e organizados por/ou segundo os preceitos de uma casta de “iluminados” (da mesquita, do partido etc.) que sabem melhor do que a mera massa de mortais como é que estes últimos devem viver — e morrer. Insisto: ninguém dessa gente está interessada em diminuir um imposto aqui, melhorar o trânsito ali, expandir um hospital acolá, levar os motoristas a dirigiram com mais cautela e menos álcool etc. Esse pessoal, quando toma uma escola, tampouco está interessada em fazer os alunos assimilarem melhor a regra de três ou usarem com mais acerto as regras de concordância da língua. Essas “coisinhas” cotidianas são desprezíveis e inferiores para eles, pois eles querem reformar o mundo, o universo e levar a história à sua consumação ou, como queria Marx, promover o fim da pré-história da humanidade de modo que sua “verdadeira história” possa enfim começar. Gente realmente empenhada no bem dos demais pensa em sinalização mais eficaz para o trânsito ou em mamadeiras mais práticas, baratas e duráveis. Canalhas, gângsteres, assassinos e genocidas pensam num futuro radiante para a espécie — e tanto faz se esse futuro é a sociedade solidária e igualitária ou o califado universal. Quem não entenda isso ainda é, em termos de história e de política, um absoluto analfabeto.

  4. “(…)todas as tendências desencontradas que manifestavam desejos vontades(…).

    “Desejos vontades” provavelmente é gralha de digitação – mas talvez haja algo aí, ao encontro do post do Joel Sampaio abaixo.

    Vontade pode ser sinônimo de desejo, mas para os antigos e medievais era antes um “movimento livre da alma para adquirir ou evitar algo”, como classicamente recorda Agostinho.

    O desejo (libido, cupidez) seria aí apenas uma de quatro paixões possíveis em esquema que também Cícero ajudou a difundir. As outras seriam medo, letícia e tristeza.

    Ao pilotar essas paixões, a vontade faz delas movimentos razoáveis ou perturbações desmemoriadas – que não tratadas tornam-se males, que por sua vez podem desestabilizar e despedaçar a alma.

    Confundir à toa vontade e desejo tem mesmo seus riscos – o maior deles sendo chegar patologicamente às vias de fato.

    Aos dois interessados do outro lado da tela, as passagens clássicas do Cícero estão nas Disputações Tusculanas (por exemplo 4.7.14).

  5. Em poucas palavras, desde o crime de guerra, desde o crime contra a humanidade perpetrado por 19 árabes muçulmanos há exatos dez anos, o mundo se divide em dois, e apenas dois, tipos de pessoas:

    1) de um lado estão os que condenam inequivocamente e sem qualquer traço de ambiguidade, sem qualquer tipo de nuance, a atrocidade genocida em questão, seus perpetradores e tudo o que, de algum modo, relacione-se positivamente com ela e com eles, e o fazem sem qualquer adversativa, sem nenhum “mas, porém, contudo, todavia, no entanto, ainda assim”, sem qualquer “leve, porém, em consideração que…”, sem nenhuma falsa ou hipócrita contextualização que deduza um milionésimo de miligrama da absoluta culpa individual de todos os idealizadores, planejadores, mandantes e perpetradores da atrocidade, sem nenhuma tentativa de empatizar com eles, de procurar ver seu “lado humano”, enfim, de “compreendê-los” (e não vou menosprezar o leitor explicitando o sentido dessas aspas); deste lado, para todos os efeitos, estão os que são absoluta e inequivocamente CONTRA a atrocidade e aqueles que optaram voluntária e livremente por se tornarem seus responsáveis diretos, e ponto final;

    2) do outro lado, irmanados e/ou aparentados nos mais distintos graus estão todos os demais, tanto os responsáveis diretos quanto seus simpatizantes, bem como os que antipatizam em alguma medida com as vítimas por causa de sua nacionalidade, etnia, religião, por causa do lugar, cidade e país em que estavam etc., todos os que, no fundo, pensam “a plague on both your houses”, todos os que são incapazes, quando se torna definitivamente necessário, olhar e ver clara, distintamente, não em dez mil tons de quaisquer cores, mas no mais contrastado preto-e-branco; todos estes são –aqui, sim, nuançadamente– inimigos totais da civilização, da liberdade, do direito à vida, da inocência em geral e da inocência dos civis em particular, aliás, inimigos mesmo dos civis (pois não crêem, no fundo, que haja civis), todos estes são, sobretudo se acreditam na bondade virtuosa de suas intenções e objetivos e/ou se se julgam racionais e inteligentes, os adeptos da barbárie pura e simples;

    assim, o único resultado positivo do 11 de setembro foi de ordem epistemológica: ele permitiu que traçássemos uma linha clara separando as duas metades da humanidade — e, formulando isso da maneira mais politicamente incorreta, ele dividiu os seres humanos em bons e maus.

  6. “…ele permitiu que traçássemos uma linha clara separando as duas metades da humanidade – e, formulando isso da maneira mais politicamente incorreta, ele dividiu os seres humanos em bons e maus.”

    Que cambada de imbecilidades. Se a idéia do comentarista foi a um só tempo apresentar uma versão de almanaque, e aliás errada, do maniqueísmo e demonstrar mais uma vez a predileção do brasileirinho pela linguagem bombástica e sentimentalista: – meus cumprimentos.

  7. “cambada de imbecilidades” para quem, julgando-se tão esperto como apenas os verdadeiros imbecis acham que são, ou é incapaz de se posicionar contra o terror e o genocídio, ou, no fundo, os aprova — e aí já não estamos falando de imbecilidades, mas de delinquência “intelectual” e moral pura e simples; quanto a seus cumprimentos, guarde-os para os homens-bomba, para Bin Laden, para a Irmandade Muçulmana, Hamas, Hizbollah, Al Qaeda, para o PT e PSOL, para Ahmadinejad e Erdogan, para Hugo Chávez, Evo Morales e demais ralém latino-americana, para o Assad sem queixo da Síria, para o finado Arafat e seu ídolo inspirador, Hajj Amin Al Husseini, o mufti de Jerusalém, para Fidel e Che, Pol Pot, Stalin, Mao, Hitler, e para toda a intelectualidade que, de Edward Said e Michael Moore a Tony Judt, de Chomsky ao pessoal da BBC, do Guardian, do NYRB e do Le Monde Diplomatique, corre para seus abrigos ao menor sinal de perigo, nem que seja apenas a flatulência de um camundongo raquítico, mas, quando se deita a sós com a própria megalomania, baba e tem poluções noturnas com as imagens de americanos, de judeus, de israelenses, de ingleses etc. assassinados, pois essa é a gente, oh, tão inteligente, de sua laia, cujas idéias nasceram nas latrinas e nos esgotos, é para lá que querem nos leva, mas e é para lá que regressarão sozinhas e derrotadas como a URSS e o 3o Reich, como o nacionalismo árabe e o supremacismo islâmico, meu caro; e passe bem.

  8. bartok

    Você divide o mundo em dois, e apenas dois, tipos de pessoas e ainda é capaz de dizer que o segundo tipo (do qual, obviamente, você não faz parte) é justamente aquele que vê o mundo em preto e branco?

    Quanto ao Ascher, essa gracinha de chamar o presidente Obama pelo nome completo já deu, muda o discurso por favor.

  9. aprenda a ler, meu caro; eu não acusei “os outros” de verem o mundo em p/b: eu disse q/em certas situações a gente DEVE ver as coisas em p/b; e qto aos tipos de pessoas, vc obviamente pertence àquele q/não divide as pessoas em tipos (ou as divide nuançadamente em muitos, talvez incontáveis) e se considera obviamente superior a quem, como eu, o faz; ou vc não se considera mais racional, tolerante, flexível, razoável e racional do que eu? será q/vc se considera pior ou igual a mim? ou será q/vc nem sequer se rebaixa à vileza inferior de fazer distinções comparativas assim, e é isso que no fundo o torna melhor?

    qto ao nome completo do Obama, qual o problema? é tabu? os intelequituais não estão aí justamente p/quebrar todos os tabus oficiais e oficiosos? e qual o problema de ele ter um nome árabe no meio? a maioria dos árabes não é tbém gente como a gente, pessoas decentes q/não saem às ruas p/comemorar os massacres de inocentes, sejam eles americanos, israelenses etc,? aliás, para que esconder esse nome justamente no caso de um presidente q/dizia q/muito do q/ele tinha de bom vinha de suas origens multiculturais? e a maior parte do eleitorado americano não o aceitou também por isso? q/eu saiba, todos os q/se preocupam com sua gestão fracassada atribuem isso à ideologia dele, bem como à sua arrogância e sua absoluta falta de experiência em qualquer atividade, salvo, talvez, a de escrever (ou ajudar a escrever) autobiografias e ajudar a regular o teleprompter;

  10. bartok

    Aprenda a escrever, meu caro. Você é prolixo e confuso. Eu divido, sim, as pessoas em diversas nuances, simplesmente porque isso faz parte da natureza humana. Ninguém é, puramente, preto ou branco. Quem assim o faz é burro.
    Quanto à gracinha (sem graça) de Nelson Ascher em dizer “BARACK HUSSEIN OBAMA” (eu sei que ele não escreveu assim, em letras garrafais, mas bem que queria), você, mais do que ninguém sabe que não houve nenhum motivo “multicultural” por trás disso. Ou você ficou bobinho de uma hora para outra? Tá bom, então.

    PS: Procure escrever textos mais curtos. Além de chato, você não chega a lugar algum.

    Abraços

  11. Se eu estivesse interessado em ser lido por gente q/nem vc, eu faria algum esforço p/aprender a escrever português básico na escolinha do prof. paulo freire: monossílabos e dissílabos no máximo, um vocabulário, que nem o seu, de 500 palavras (metade delas impropérios), não mais de 3 ou 4 palavras por sentença etc. e tal. Por outro lado, se vc me acha chato (e a chatice está mais no observador do que no observado), não me leia nem me encha o saco c/suas baixarias adolescentes.

    qto a ninguém ser puramente branco nem preto, bom, eu entendo: todo judeu era um pouco nazista e todo nazista era um pouco judeu, nenhum deles era 100% inocente ou 100% culpado; uma mulher estuprada também é culpada pelo estupro, enquanto o estuprador também é vítima dela; Mohammed Atta e seus 18 cúmplices em 11/9/2001 não eram tão culpados assim pelos atentados nem as quase 3.000 vítimas fatais eram tão inocentes, certo? no mundo só há diferenças quantitativas, jamais qualitativas: eis uma idéia apaixonante p/quem pensa, não para entender o que quer que seja, mas apenas para se deleitar c/a impressão de que é inteligente, ou melhor, mais inteligente do que os demais…

    sugiro-lhe, meu caro, q/vc vá morar no depto de humanidades de alguma universidade, pois esse é seu habitat natural;

    e qto ao hussein obama, diante de gente q/só sabe de política americana ou através da folha e do arnaldo jabor ou, no máximo, através do ny times, bom I rest my case; o q/llhe falta saber não cabe infelizmente num texto curto e, como vc bem deu a entender, informação demais sobrecarrega seu sistema; lamento.

  12. E já q/há tanta gente inteligente e bem informada por aqui, será q/alguém poderia me fazer a bondade de explicar o seguinte: os q/não acham q/o 11 de setembro foi um crime 100% injustificável alegam q/os EUA teriam sido punidos sobretudo por causa de sua própria política internacional, q/seria mais criminosa q/a de todas ou quase todas as outras nações do planeta. Pois bem: alguém pode me enumerar esses crimes americanos ou, pelo menos, os principais? Prometo em troca, se for o caso, responder apenas com fatos.

  13. bartok,

    Você distorce as ideias para que elas caibam no seu entendimento, além de escrever caudalosamente. Deveria ser advogado, se é que já não o é.

  14. que seja, e presumo q/vc saiba q/qualquer juízo mais decisivo requeria um júri, com o qual só passaríamos de duas subjetividades para uma intersubjetividade um pouco mais populosa; é assim, porém, q/são todas as discussões públicas, pois elas rápido resvalam seja para a adjetividade, seja para o ad hominem, qdo não, como no caso do orgulhoso europeu acima, para reivindicações explícitas de supremacia cultural (jamais individuamente demonstrada) ou, quem sabe, até de superioridade étnica, como me parece estar mais q/bem patenteado no termo “brasileirinho”, o qual envolve um desdém q/pessoalmente não detecto na declinação por extenso do nome do incompetentíssimo presidente americano;

    ops, caí numa de minhas longas e incompreensíveis frases de novo… mas tudo bem, pois creio q/vc tbém sabe q/, na discussão pública, nenhum contendor sério se dirige ao adversário; cada qual dirige-se, isto sim, justamente ao júri real, potencial ou virtual formado pelos demais leitores (em geral silenciosos);

  15. “…um desdém q/pessoalmente não detecto na declinação por extenso do nome do incompetentíssimo presidente americano”

    Não detecta? A brincadeirinha do Nelson Ascher quer dizer: vejam, o presidente norte-americano tem “Hussein” no nome, seu pai é muçulmano o que, por extensão, pode significar que o Obama, além de esquerdista, provavelmente é um muçulmano enrustido e vai entregar a América e, por extensão, todo o Ocidente cristão aos muçulmanos terroristas! Estamos perdidos!
    Entendeu agora?

  16. não: a maioria dos muçulmanos não é terrorista, e a maioria das vítimas (mais de 90%) do terror perpetrado por muçulmanos radicais é tbém muçulmana;

    mas é verdade tbém q/a maioria dos atentados terroristas no mundo é perpetrada por muçulmanos, e q/, qdo as vítimas são americanas ou judias, muitos milhões de muçulmanos vibram obscenamente; (e, aliás, Hussein pode igualmente ser um nome cristão, embora o nacionalismo supremacista e fascista árabe tenha sido em boa parte formulado e promovido por cristãos no Oriente Médio);

    mas tbém é verdade, por exemplo, q/o primeiro gde discurso público q/Obama fez após sua posse foi no Egito e, declaradamente, p/o mundo muçulmano, algo muitíssimo interessante p/o presidente laico de um país laico, q/deveria, a rigor, dialogar c/nações, não c/religiões, nem deveria aceitar o conceito de pessoas serem representadas, não por sua nacionalidade, mas por sua religião — qdo é q/Obama vai fazer um discurso, no Vaticano, p/o mundo católico? –, e Obama fez questão de q/representantes da Irmandade Muçulmana (um grupo q/, durante a Segunda Guerra, aliou-se ao 30 Reich, e não mudou de idéia desde então) estivessem presentes;

    assim, todas as dúvidas acerca de Obama são, no mínimo, legítimas, e era –e é– um direito de seus eleitores perguntar, investigar e saber tudo a respeito dele; em vez disso, ele foi envovlido por várias camadas de tabu q/o protegiam da maiioria das perguntas relevantes, e quem quer q/as fizesse era condenado como transgressor da correção política, assim como seus defensores, até hoje, tentam estigmatizar seus críticos como racistas, pois, claro, só um racista pode criticar uma pessoa q/tenha algumas raízes recentes na África, embora essas tenham sido centrais p/garantir sua eleiçaõ;

    assim, por exemplo, a “cor” de Obama é um tabu, mas pode –aliás, deve– ser mencionada qdo se trata de vilipendiar seus críticos, a imensa maioria dos quais jamais se mostrou interessada por esta sua característica; o mmo vale p/seu nome do meio: o desaparecimento deste durante a campanha, a verdadeira proibição politicamente correta de mencioná-lo, dá uma boa idéia de como o produto em questão foi vendido e de como qquer dúvida e até curiosidade a respeito dele, digo, qualquer curiosidade q/ultrapassasse os limites do oficialmente permissível (era permissível perguntar quão bom de golfe ele era), foram estigmatizadas e, p/todos os efeitos, caladas;

    e chegamos, enfim, a esse pto; olhe só: basta dizer/escrever o nome inteiro do sujeito e, súbito, quem o faz, ou seja, quem apenas mencione um fato, uma verdade, já é suspeito, ou melhor, já é culpado de e condenado por islamofobia, preconceito, canalhice e vilezas supremas;

    e sua reação ilustra perfeitamente o poder desse tabu;

  17. Aliás, tem alguns colaboradores da própria revista que adoram citar o nome completo do Obama, com a mesma intenção. Irritante e desnecessário.

  18. vc tem razão: censura neles!

    como bem disse Julieta, “What’s in a name”; e parece q/declinar o Hussein só pode ser feito com uma única e inequívoca intenção, da qual vc é o intérprete ideal; e tendo isso em vista, devemos censurar sua menção

    assim como devemos censurar q/o 11 de setembro foi perpetrado por uma organização revolucionária árabe-muçulmana financiada/apoiada por gente importante e, quem sabe, por governos em países árabes islâmicos;

    assim como devemos censurar que milhões de árabes e/ou muçulmanos em toda parte comemoraram abertamente o massacre;

    assim como devemos censurar as cenas de TV mostrando palestinos em Ramalá e quejandos celebrando o massacre nas ruas;

    assim como devemos censurar que o atentado ao metrô londrino foi perpetrado por uma quita-coluna de muçulmanos radicais de origem paquistanesa;

    assim como devemos censurar que foram imigrantes clandestinos muçulmanos que cometeram os massacre na estação ferroviária de Madri;

    assim como devemos censurar que em toda a Europa há um número cada vez maior de bairros, áreas, regiões que, habitadas por muçulmanos, são na prática proibidas para os “infiéis”;

    assim como devemos censurar que o “pastor” de Obama era um radical anti-americano e anti-semita;

    assim como devemos censurar que alguns dos melhores amigos de Obama eram terroristas anti-americanos ou radicais palestinos como o Rashid Khalidi, sucessor do execrável, racista e genocida “intelectual” egípcio-americano Edward Said;

    assim como devemos censurar o fato de q/muçulmanos são normalmente aceitos e respeitados no ex-mundo-cristão, mas cristãos (e bahais, judeus, hindus, budistas etc.) são perseguidos, humilhados, assassinados no/e expulsos do mundo islâmico;

    assim como devemos censurar o fato de que o número de mesquitas queimadas nos EUA ou em Israel (se é q/houve alguma) é menor num século do q/o número de igrejas queimadas só no Cairo;

    assim como devemos censurar a história dos quase 1 milhão de judeus espoliados e expulsos do mundo árabe/muçulmano no último meio século num pogrom só eclipsado pelo dos nazistas;

    assim como devemos censurar o fato de que praticamente todos os civis inocentes, muçulmanos ou cristãos, mortos no conflito iraquiano foram vítimas de muçulmanos, tanto dos locais quanto da “brigada internacional” islamista que baixou de toda parte –Arábia Saudita, Iêmen, Síria, Egito, Líbia etc.– para fazer seu trabalho sujo;

    pensando bem, vc tem toda a razão: declinar o nome do meio do Obama traz à baila coisas demais, coisas q/nenhum de nós quer que cheguem ao público, certo?

  19. Falando em advogar, esse tal de “Ricardo” deve ser advogado do B. Hussein Obama, já que defende o “pobre negro injustiçado” com tanta veemência.
    Se não gosta da forma como o nome do queniano é grafado neste blog, que vá encher o saco de outros, em outras paragens, tipo o CMI. O Reinaldo Azevedo também deve estar te bloqueando direto, hein?
    Aliás, aproveita e leva o Daniel e o Julian Felsenburgh com você. Cambada de chatos do caralho.

  20. Maurício,

    Eu escrevi em grego, por acaso? Em algum momento eu defendi o Barack Hussein Obama? Você não entendeu NADA do que eu escrevi.

    PS: Eu não leio o blog do Reinaldo Azevedo, mas se ele “bloqueia” os comentários já diz muito a respeito dele.

    PS(2): o “pobre negro injustiçado” foi por sua conta e risco, eu nunca escrevi isso.

    PS(3): Nem vou entrar no mérito de você chamar o Barack Hussein Obama de queniano, porque eu sei exatamente o você vai responder.

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