Homens como se fossem bichos

Existem no mundo, hoje, cerca de 100 tribos nunca contactadas pela sociedade mainstream. Conhecemo-las por fotos de satélite e, ocasionalmente, filmagens aéreas. Uma vez comprovada a existência, surge a pergunta: o que fazer a respeito?

A resposta da Survival International é simples: mantê-las isoladas. Pode parecer um repeteco da cansada retórica de que as culturas primitivas são muito puras e preciosas para serem infectadas por nós e devem permanecer eternas peças de museu. Não é o caso, como pode ser visto em seu FAQ. Primeiro porque eles não têm ilusões acerca da “pureza” dessas culturas: elas próprias mudam com o tempo; houve tribos na Amazônia, por exemplo, que adquiriram armas de fogo antes de conhecer o homem branco. Ninguém está perfeitamente isolado neste mundo. A Survival não busca preservar uma suposta inocência original. A proposta deles tem um motivo muito pragmático: o que acontece com as tribos depois do contato? De duas, uma: morte em conflito com madeireiros ou mendicância e prostituição em alguma cidade. Isso sem falar na baixa imunidade às nossas doenças.

A posição da ONG, portanto, é defensável. Vejo, contudo, algo de profundamente desumano em deixar a tribo isolada. Esses homens, tão homens como nós, levam uma vida material e intelectualmente muito precária. Sejamos sinceros: quase tudo em que eles acreditam acerca do universo e seu lugar nele está errado. Mesmo quem não aceite isso deve no mínimo conceder que é enriquecedor ter mais perspectivas e opiniões à disposição para que se possa escolher a melhor; por que negar isso aos índios? Ser mantido artificialmente isolado do resto do mundo é de certa forma uma traição à natureza racional deles, e eu, assim como qualquer um com um mínimo de respeito próprio, preferiria confrontar a dura realidade do que ser mantido isolado dela por sábios que zelam pelo meu bem.

Considerem este caso dramático. Uma tribo antes não-contactada foi dizimada. Sobrou, contudo, um integrante, que hoje vive sozinho no mato e prepara armadilhas pelas redondezas e ocasionalmente dispara uma flecha contra algum invasor. O articulista da Survival relata feliz, ao fim do artigo, a ação da FUNAI: isolar uma área de 3000 hectares em volta de onde ele está para que possa “viver em paz”. Em outras palavras, decidimos condenar um homem que viu todos os seus amigos e parentes morrerem violentamente a passar o resto dos seus dias no meio do mato sem entender nada do mundo à sua volta e sem ninguém com quem partilhar sua angústia; estranha paz! Isso é tratar gente como bicho. Ou não?

Há um fato que precisa ser encarado de frente: é bem possível que, uma vez estabelecido o contato, essas culturas primitivas acabem. O que o mundo moderno oferece é muito atraente; só um bacharel em antropologia é capaz de preferir a vida tribal à vida numa cidade (que é a que permite que ele estude antropologia ao invés de passar o dia caçando, guerreando e propiciando as forças da natureza com danças). Não falo isso com desprezo (mesmo porque nossa cultura tem também muita irracionalidade e é capaz de muita maldade); acho um fim nobre documentar e estudar todas as crenças e costumes, pois, dado que não existe erro absoluto, todas têm algo a dizer sobre as grandes questões da existência. Mas não nos enganemos: há um motivo pelo qual as cidades recebem migrantes e as aldeias os perdem; o voto com os pés é dos mais reveladores. Deixar que índios abandonem seus costumes e rituais em troca de um modo de vida que eles considerem preferível não é um crime; antes, é um dever. Rebato a crítica multicultural: quem somos nós para dizer que a vida deles é melhor que a nossa?

Mas é claro que o contato não pode se dar de tal forma que a única saída para eles seja a morte ou a indigência. Tem que haver alguma outra possibilidade. Historicamente, houve: lembremos do trabalho dos jesuítas no América colonial. Salvaram muitos nativos da escravidão e do extermínio, sem falar na contribuição que deram à cultura indígena, por exemplo codificando uma gramática e ensinando-lhes a escrita (nosso José de Anchieta escreveu um catecismo e até compôs poemas na língua geral), formando orquestras, etc. Também tinham suas falhas: levados por um espírito demasiadamente racionalista, tentaram construir nas nações indígenas sociedades planificadas perfeitas, das quais o Paraguai é o melhor exemplo. No fim das contas, a empreitada fracassou; mas o espírito da catequização dos jesuítas tinha algo de muito valor (que também pôde ser visto na China, povo que, em termos de sociedade, era comparável à Europa): trazer à cultura estrangeira valores e práticas boas, sem por isso destruí-la ou substituí-la pela cultura ocidental. Seria tal abordagem sequer possível hoje?

42 comentários em “Homens como se fossem bichos

  1. O texto é um belo exemplo de ignorância sobre quase cem anos de desenvolvimento da antropologia como ciência social. O autor deveria, antes de se comprometer com comentários desse nível, ler um pouco de Franz Boas, Geertz, Salins, até mesmo um pouquinho de Levi-Strauss, para então diluir, ao menos, esses preconceitos sobre povos indígenas ou alienígenas da cultura ocidental. De fato quem se mostra ignorante do mundo que o cerca parece ser o autor desse texto estranho. Leia pelo menos o ensaio ”Dos Canibais”, do Montaigne e aprenda o que é fazer parte da cultura ocidental e, principalmente, aprenda a o olhar para o que lhe parece estranho.

  2. Célio, seu comentário é um belo exemplo de raivinha mal direcionada. Onde estão meus erros? Não adianta me dar listas de autores e jurar que eles refutam o que eu digo. Mostre-me. Onde na obra de Clifford Geertz contradiz o que digo?

    Montaigne já li, e realmente não vejo seu ponto.

    Pare. Respire. Não tive preconceito nenhum. Meu texto faz duas afirmações básicas:

    – Os sistemas de crenças dessas tribos sobre o universo estão em larga medida errados. Eles próprios, provavelmente, acabarão preferindo muita coisa do mundo moderno (vide os índios que ainda moram em tribos, mas usam bermuda e têm antena parabólica).

    – Eles são seres humanos como nós e não devem ser, portanto, isolados do resto da civilização da qual podem se beneficiar (e, por que não, beneficiá-la).

    Adoro olhar para o que me parece estranho, e conhecer costumes diferentes. Só não vejo porque isso deveria me converter a algum tipo de relativismo cultural (que é muito diferente de uma metodologia não-valorativa, que interpreta os elementos de cada sociedade de acordo com os significados que a própria sociedade dê a eles, sem fazer juízos sobre a verdade ou falsidade das crenças; mas isso é metodologia, não precisa se traduzir numa postura relativista existencial que chega a absurdos de dizer que a magia tribal e a ciência moderna são formas igualmente válidas de se entender e lidar com o mundo físico).

  3. Não existe raivinha alguma, e dizer que se trata disso é um artifício baixo. Apenas acho curioso alguém emitir posições que desconsideram conhecimentos antropológicos básicos, como se a antropologia não fosse uma ciência inaugurada por Kant, como se não tivesse qualquer relevância nas ciências humanas do século XX. É claro que você gosta de conhecer o que lhe é estranho, provavelmente deve ser tudo muito curioso, e isso deve ser muito bom para você, porém deveria guardar suas observações e mostrá-las quando limpas dos vícios dos curiosos. Não vou fazer qualquer resumo de Geertz. A magia e a ciência são formas válidas de organização e conhecimento do mundo objetivo, os conhecimentos de um povo nativo da Amazônia acerca de plantas, animais e suas utilidades é tão rigosoro e ostensivo como classificação do universo habitado quanto qualquer trabalho cinentífico de ordenação. Enfim, somente me senti coagido a me manifestar contra a falta de rigor e limitações teóricas de alguém que se propõe a irformar alguma coisa, seja ela qual for. Mas como a maioria das publicações que encontramos neste país, entrar em contato é como falar com portas, muita vez portas bem vaidosas. Abraço.

  4. O que eles fazem é criar imensas jaulas sem grades. ..

    Parece-me que essa postura de “não-contato” é fruto da perda da confiança na razão que caracteriza a mentalidade ‘pós-moderna’.

  5. Jonas,

    Pois “catequizar na saída” me parece uma ótima atitude. Só na sua mente pervertida a catequização é equivalente ao assassinato.

    Ah, os ateus militantes… Quando aprenderão que o seu niilismo juvenil é ridículo? Os caras tem 22, 25, 30, 40 anos, velhos barbados, e continuam na adolescência mental. Patéticos.

  6. Eu já vi um montão de argumentações iguais à desse Célio. “Que ridículo! Não entende nada de atropologia/filosofia/sexolatria.” Como eles, também nunca entram no mérito da discussão. Ele quer que os índios fiquem isolados porque sim. Ok, então.

    Materialmente estou convencido de que não trará nenhum benefício a eles o contato com este mundo “majoritário”, digamos assim.

    Mas e a alma imortal? E o Cristo redentor? Morrer eu vou, o ateu vai, o autor vai. As tribos isoladas também vão em algum momento. Como convertido eu digo que sim, eu gostaria de uma chance.

    Despeço-me desejando paulada no rabo do ateísmo militante. Sempre.

  7. Célio, desculpe se lhe ofendi. Realmente, errei no tom.

    Contudo, você diz: “A magia e a ciência são formas válidas de organização e conhecimento do mundo objetivo”. Se você realmente acredita nisso, então sinto muito, mas você está se auto-iludindo. Digo “auto-iludindo” porque no fundo nem você acredita nisso. Quando seu carro pifa, você o leva ao mecânico, e não ao pajé.

    Não discuti antropologia no meu post. Considero estranho que você ache que dependa de algum insight antropológico. Você ao menos não o mostrou; preferiu se esconder atrás de medalhões da antropologia. Qual afirmações minhas você considera problemáticas? Isso já seria um bom ponto de partida para uma discussão.

    Saiba você que eu não desconsidero a antropologia nem nada do tipo; de fato, não sou versado nela. Só vejo claramente que, quando um antropólogo pretende extrapolar sua metodologia científica (que corretamente não faz juízos de valor) para a realidade enquanto tal (concluindo que não existem valores objetivos, e que portanto todas as culturas são equivalentes), ele comete um grande equívoco.

  8. Jonas, mando uma pergunta para você: existe diferença entre catequizar e ensinar? Se a frase fosse, “quando não mata na entrada, ensina na saída”, você veria alguma diferença?

    Helder, sua consideração é relevante; bem material e espiritual não são a mesma coisa. Espiritualmente, é bem capaz que um mendigo ou uma prostituta estejam pior do que estariam se vivessem ainda na tribo seguindo o modo de vida tradicional.

  9. O Sr. Célio Costa deve ser um dos membros das hostes “ecofascists” cujos precursores foram as SS nazistas (as primeiras leis ecológicas e eugênicas do mundo foram editadas por Hitler) que queriam restaurar florestas e tribos da mítica Germania dos nibelungos. Povos estranhos, como os índios brasileiros, seriam exterminados ou mantidos na selva para estudos antropológicos do Instituto Kaiser Guilherme. Esse instituto chegou a pedir ao Instituto Nina Rodrigues da Bahia as cabeças de Lampião e seus cangaceiros, exemplares puros da “sub-raça caboclos”, para que fossem estudados com rigor “antropológico” em Berlim.
    Acho que é coisa parecida o que o Sr. Célio Costa pretende ao achar correto dar a um índio 3.000 ha. de florestas para que ele seja conservado em seu “habitat natural”.
    Sou sertanejo e convivi com muitas pessoas cuja origem indígena “tava na cara”, mas que não eram discriminados e agiam como qualquer sertanejo “branco”, se é que isso existia no Pajeú da minha infância. Os “caboclos” só passaram a querer “profissão de índio” depois que a FUNAI começou a pagar salário a quem fosse “antropologicamente classificado como índio” pelos sábios da FUNAI , que percorriam o sertão espalhando a ciência dos luminares do Sr. Célio Costa e criando “reservas indígenas” em terras tomadas a legítimos proprietários, muitos com títulos em cartório há mais de cem anos.
    Outro dia um juiz, em sentença, deu à “tribo Fulniô” metade do município de Águas Belas; só que lá os “índios” têm nomes portugueses, se vestem e procedem como “civilizados”, muitos têm carros, geladeiras, TV e PC, moram em casas iguais aos demais, seus jovens vão a bailes e tocam “música pop”, participam da vida social e política do município, e em nada diferem “antropologicamente” dos “civilizados” locais.
    Só diferem por receberem um ordenado da FUNAI pelo exercício da “profissão de índio”.

  10. Li o texto de manhã, ao longo do dia perguntei para amigos e conhecidos se seria bom deixar os índios ao Deus-dará ou ir lá conversar com eles. Para minha surpresa a maioria disse que devíamos deixar a bugrada isolada. Mas eu estou com Joel: precisamos ir ao encontro de tais homens. A bem da verdade creio que minha perspectiva, ou seja, a minha razão do porquê podemos e devemos contatar tal tribo é porém diferente da do Joel. Não creio que se trata somente de uma irresistível atração da vida moderna, nem dos benefícios que existem, é verdade, assim como dos inconvenientes e das desilusões. A soma aqui não pode ser a regra: não sejamos utilitaristas. Creio que devemos ir ao encontro deles pois eles podem nos ajudar a saber mais de nós mesmos, e é só esta capacidade de ver o outro como um dom que dá sentido à conversa entre culturas absolutamente diversas. Afinal desejo que estes povos tenham ampliada a capacidade de se abrir ao que não lhe pertence, ao que lhe é estranho. Seria preciso para realizar tal contato, porém, um método de vida que fosse centrado nesta capacidade de primeiro acolher antes de combater. Claro que nos depararíamos com problemas (como aconteceu e continua acontecer) de uma moral particular, como no caso dos assassinatos de crianças e o machismo ou feminismo que tais tribos possam encerrar. Mas aí o contraste deve ser decidido, nos casos de vida ou morte, e exemplar, nos casos mais amenos, como já sabia José Bonifácio em “Apontamentos para a civilização dos índios bravos do Império do Brasil”. Muito útil seria aprender mais da lição de Rondon, ou dos Villas-Boas, do citado Anchieta, e de outros sertanistas e antropólogos; bem como da vida de alguns santos. Isso porque sabemos o pior e o melhor do Ocidente. Decerto não será uma conversa sem máculas e “fraintendimenti” como dizem os italianos, mas se soubermos dar-lhes valor antes de lhes impor valores, creio que com tempo eles saberão pesar e reconhecer o que a civilização ocidental tem de bom e o que tem de capenga. Não somos o paraíso, eles também não, porém o que está em jogo não é um dos polos, mas ambos. Crer na universalidade da alma humana significa crer na capacidade do outro de ir além de si mesmo, e não só na minha capacidade de lhe ensinar um caminho.

  11. Melhor dito impossível.

    Concordo em gênero, número e grau, embora desconfie que, objetivamente, nós tenhamos mais a dar do que receber.

  12. Joel, tema mto intrigante. Otimo texto e reflexoes. Tb tendo a concordar que teriamos mais que dar do que receber, assim como aconteceu ha mais de 500 anos, nao por acaso. Sds. PH

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  14. Helder e José Luis,
    Fiquei tão chateado pelo ecofascismo do Sr. Célio que preferi ir à “coisa prática” ao invés da “coisa teórica”. Por isso não toquei na questão da catequese e na especifidade do caso brasileiro no trato com os índios, simbolizado por Anchieta, Vieira e Rondon.
    Embora tenha havido mortes de nossos índios no processo civilizatório (como também de brancos, bastando lembrar o martírio do Bispo Sardinha), a coisa nem de longe chegou ao genocídio praticado pelos norteamericanos, conforme relatado no belíssimo livro “Enterrem meu Coração na Curva do Rio”. O dep. Aldo Rebelo sintetizou a diferença de forma magistral: “no Brasil a questão é tratada com o método de Rondom e não com o do Búfalo Bill”! Rondom era de orígem indígena e no Brasil chegou a marechal; nos EE.UU. ele não teria chegado a sargento! Mas o seu lema, “Morrer se for preciso, matar nunca”, não implicava manter o índio isolado em Jardins Zoológicos, como querem os ecofascistas, mas exatamente no contrário: trazê-los para a civilização através da cristianização e acultaramento!
    O que os “antropólogos” da FUNAI querem hoje não é o que queria Rondom 100 anos atrás, mas a criação de “Parques Nacionais” (leia-se Zoológicos) onde o índio seja “poupado da peste civilizatória”!
    Onde já estão “quase civilizados”, como no caso do índio pernambucano, que não existe e é só um pretexto para criar órgãos públicos no interior, os FUNAIOSOS dizem que urge preservar o que resta da sua cultura, criando aldeias artificiais e recuperando um idioma do qual ninguém se lembra mais. Imaginem a quantidade de empregos e de verbas que esse “bom negócio” gera!
    Tanto o artigo do Joel, como os comentários de vocês estão perfeitos.

  15. Na First Things de janeiro tem uma resenha de um livro que conta uma estória semelhante, mas no caso era uma vila grega ortodoxa, daquelas cuja vida dos habitantes mistura liturgia, trabalho no campo, etc, tudo junto funcionando organicamente mas cujo contato com o mundo moderno ameaça destruir este estilo de vida.

  16. Excelente discussão! Uma indagação que tem me perturbado muito nos últimos tempos: interferir ou não interferir?

    Porém admito que não chego a conclusão alguma, por esses mesmos motivos que aqui são debatidos. Se ao menos nossa abordagem fosse outra…

    talvez este pequeno texto colabore com o debate:

    A função da arte/2 (Eduardo Galeano – Livro dos Abraços)
    O pastor Miguel Brun me contou que há alguns anos esteve com os índios do Chaco paraguaio. Ele formava parte de uma missão evangelizadora. Os missionários visitaram um cacique que tinha fama de ser muito sábio. O cacique, um gordo quieto e calado, escutou sem pestanejar a propaganda religiosa que leram para ele na língua dos índios. Quando a leitura terminou, os missionários ficaram esperando.
    O cacique levou um tempo. Depois, opinou:
    — Você coça. E coça bastante, e coça muito bem. E sentenciou:
    — Mas onde você coça não coça.

  17. Ciência e magia não competem para solução de problemas iguais. Os mecanismos de classificação do real e ordenação das coisas é que são semelhantes. O impulso de dominar o objeto de análise para resolução de questões práticas é o mesmo em ambos os casos, os resultados e seguintes desdobramentos são completamente diferentes. Mais bom senso, sr. Joel. Ok? Quanto ao outro senhor, o Virgilio Campos, deveria escrever um diário, ou um livro de memória, ou escrever uma coluna na Veja, ou pastar numa pradaria. Abraço.

  18. Celio,

    Além de fascista, você é burro. Lê, lê, e não entende nada. O seu palavreado pseudocientífico apenas oculta a sua enorme ignorância.
    Quanto a pastar na pradaria, eu, tal como os índios brasileiros, não podemos fazê-lo pela simples razão de que elas não existem no Brasil.
    Existem nos EE.UU.!
    Aqui temos cerrado, caatinga, pantanal, floresta e pampa, mas não temos pradarias.
    Você sequer conhece o interior do Brasil e deita falação sobre índios que lá vivem; duvido que você tenha visto algum deles na vida.
    Quanto a escrever livros de memórias, eu até poderia fazê-lo se tivesse o talento de um Saint Simon ou de um Pedro Nava. Infelizmente não tenho.
    Mas você até que me deu uma boa ideia. Vou colecionar lembranças e testemunhos da maluquice FUNAIOSA sertão afora, cunduzida por “antropólogos” que falam em “propriedade” dos índios!!!
    Como “propriedade” se eles eram nômades e desconheciam o instituto jurídico “propriedade” quando os colonos aqui chegaram?
    Isso só na sua cabeça e nas dos “antropólogos” da FUNAI. Afinal, eles queriam dar metade de Roraima, uma área mais extensa do que a Bélgica, a 20.000 índios Yanomami. Com gente assim aqui dentro, o Brasil não precisa de inimigo externo!

  19. A discussão levada ao âmbito do ataque ultrajante não cria, não acrescenta, não torna os envolvidos no debate competentes, capacitados… pelo contrário, inflama desnecessariamente os ânimos e, pior, gasta-se “energia” a ser usada com coisas melhores: opiniões aqui colocadas apenas com intuito da contribuição mútua e do enriquecimento de ideias em torno do assunto proposto (pelo autor do texto). Portanto, Sr. Célio Costa, atacar com palavras como se armas, punhos ou pedras, demonstra tanta ignorância quanto o tiro disparado, o punho cerrado e a pedra lançada apenas para ferir. Não precisamos aqui nos atracar aos tapas com as palavras servindo como ferramenta de ataque ou defesa, pois, creio, elas devem ser usadas com outro propósito… Sobre o tema, uma conclusão sucinta: a interação é necessária.

  20. Antonio: pois é, é um caso similar com uma diferença: a população é cristã. Eu confesso que desconfio de tais vilas idílicas (e em geral são Ortodoxas, embora existam de outras religiões também) onde tudo é quase um ato litúrgico. Assim como na suposta vida integrada à natureza dos índios, parece haver alguma mistificação ocidental nessa visão.

    Fica a pergunta: por que tais vilas perdem seu caráter quando do contato com o mundo moderno? Se a vida delas é tão superior, porque os moradores decidem mudar (de lugar ou de hábitos)?

    Em todo caso, eu também sinto uma certa tristeza quando um modo de vida ou uma cultura se descaracteriza. A questão é o que fazer a respeito. Construir uma barreira isolando a vila grega do resto do país?

  21. Quando se julga uma cultura TOTALMENTE diferente na nossa , pode ter certeza que vai errar. Vc pode comparar buscar, estudar semelhanças ,diferenças … etc..mas não pode dizer que isso ou aquilo está errado como fez em sua frase – Sejamos sinceros: quase tudo em que eles acreditam acerca do universo e seu lugar nele está errado.
    Até pode dizer e escrever o que quiser, mas isso é desatino , e desatino é não acertar com o que se procura.
    Outra coisa, vc acha que nós , caraíbas , tivemos sucesso ? Acha nossa sociedade um sucesso?
    Vai querer contaminar alguma outra ? Nem interessa se esta outra é boa ou ruim , nem é da nossa alçada .O certo
    é manter um cartaz :Nâo se aproxime , PERIGO!
    sejamos justos!
    Pare com isso..vc esta num buraco e é melhor avisar quem esta distraído.
    Sinto te dizer que o time deles está ganhando do nosso e em time que esta ganhando não se mexe.
    Deixem os indios em paz.

  22. sobre Anchieta bem… acho que naquela época não tinhamos ainda a experiencia que temos hoje sobre nós mesmos. Foram os primeiros fracassos como vc mesmo disse , fracassamos. Hoje, acumulamos toneladas de fracassos.
    Me parece um erro ficar ensinando os indios a escrever, acumulando papéis por toda parte , como nós. Atrofiando a memória cristalina que eles tem e que os basta.
    Porque ter papéis é melhor do que ter memória? A memória me parece bem melhor , não pesa nada, não ocupa espaço , não destroi arvores… não acumula lixo e maquinas para reciclar e aço para as tais maquinas e plastico para a caneta e mochilas sinteticas para carregar tudo e tintas tóxicas etc… etc… não tem fim
    Alguns diriam :mas eles tem que aprender nossas coisas para se defender.
    Conhece teu inimigo, pode ser . Quanto perigo!!!
    Gostei do que escreveu o Célio.
    Mas toda essa discussão é branca demais para mim , não aguento! e olha , eu sou branca, heim !

  23. Volto e essa frase – Sejamos sinceros: quase tudo em que eles acreditam acerca do universo e seu lugar nele está errado.
    Esse comentário realmente me incomodou. Que absurdo, Joel Pinheiro.

    O que vc sabe do o que eles acreditam ou melhor o que vc entende do que sabe. Nada.
    Daí , ja era essa conversa toda

  24. Para que serve a antropologia senão para dar emprego aos antropólogos??? O correto seria inserir essas tribos/indivíduos isolados na civilização: afinal de contas é uma crueldade deixar indivíduos vivendo no neolítico em pleno século XXI.

  25. Tanta conversa, tanta briga… Mas o fato é que algumas culturas prevalecem, outras desaparecem e outras se adaptam e vivem muito bem, obrigado (como disseram aqui sobre os índios que usam jeans e têm antena parabólica).
    Querer ficar “preservando” culturas é uma bobagem, coisa de antropólogo viajandão, a maioria delas vai acabar um dia, de um jeito ou de outro. Até mesmo a nossa.

  26. “Quando o humano das cidades petrificadas largarem as armas do intelecto a contribuição dos Indios será compreendida.”

    De onde diabos você tirou essa frase ridícula, Anna? Daria uma ótima letra da Legião Urbana, ou na Nação Zumbi, ou do Mundo Livre S/A, ou qualquer desses troços que misturam rock com qualquer ritmo nordestino.
    Ou quem sabe o começo de um belo manifesto…

  27. Ricardo,
    Como sempre, você acerta na mosca. Ótimo o seu “insight” de que a frase da Anna dá música. Vou sugeri-la ao Dominguinhos como tema de um forró pé-de-serra. O final também tá bom; lembra o Renaud dizendo ao Rick no final de Casablanca, “isto pode ser o começo de uma bela amizade”! A Anna dá umas deliradas, fazendo frases bonitas sem conteúdo. Ao contrário do que ela diz, a contribuição do índio nos é muito grata aqui no Nordeste: todos são mestiços de índio e algumas famílias “nobres”, como os Sinimbu e os Arcoverde se orgulham dos ancestrais indígenas. Dos Sinimbu saiu premiê do Império e dos Arcoverde saiu o 1º Cardeal da América Latina. Se os seus patriarcas, ao invés de atraídos à civilização ficassem em Zoos, o Cacique Arcoverde não seria o braço direito do Duarte Coelho, Olinda não existiria e Pernambuco seria uma mata; até o seu nome veio de uma expressão indígena, tal como Paraíba, Ceará e Sergipe! Essa tal de “antropologia” funaiosa politicamente correta já foi longe demais.

  28. Para mim , Virgílo , nossa sociedade foi reprovada. obtivemos um fracasso redondo Se Olinda não existisse , e Pernambuco fosse um mata seria muito bom . O corpo maior onde existimos e dele sugamos ar ,comida , agua e todo resto, estrapolou ha muito na quantidade de individuos . Ficou doente , e muito doente.. e vc ou alguem acha que podemos ensinar alguma coisa ou trazer algum benefício ao índio , esse mesmo do qual ninguem sabe quase nada mas que a olhos vistos soube se manter bem feito, benéfico , bem vindo?
    Não vejo só coisas ruins em nossa sociedade , acho inclusive que somos o máximo da inteligencia e capacidade mas… em algum momento …baubau ….perdeu o rumo ..se perdeu…desnorteou… agora ja era, antes então não tivesse sido.
    Vamos proteger esses isolados como pudermos ( ainda podemos fazer coisas boas aqui ali ) e vamos sair de fininho, não temos realmente nada a oferecer.

  29. Sinceramente, não tem mais volta, a informação foi enviada e milhões de pessoas já estão sabendo sobre esta tribo “perdida”.
    A discussão agora é de como será a interação com os indios, e quem deverá fazer isso. Imagino a euforia dos estudiosos em poder ter o contato e analisar a maneira como vivem e o que pensam.
    Pessoas erradas na abordagem trarão consequências desastrosas e uma nova aproximação será dificil. Esta é a chance de ser feita a coisa certa, analisarmos os erros que cometemos e colocar em pratica todo o conhecimento que adquirimos ao longo desses Ficarei na espera de algum documentario na Discovery ou National Geo sobre o que se findou.

  30. Anna,

    se você realmente acredita que nossa sociedade está falida e não tem nada a oferecer, o que você está fazendo aqui ainda? Devia ir se juntar ao índio isolado, aí eu acreditaria nas loucuras que você diz…

  31. A hipótese mais razoável para o fim da vida nessas vilas supostamente idílicas é a superioridade material da sociedade ocidental.

    Mas o curioso mesmo é que quando um sujeito resolve sobrevoar de helicóptero a região de uma tribo que nunca travou contato com nossa sociedade, ele acaba fazendo contato, por menor que seja. Agora aqueles índios vão ter que explicar uns pros outros que diabo era aquilo voando. Pode ser que não mude nada na cosmovisão deles, mas pode ser que mude. E poderia haver um ou outro índio que, por curiosidade, abandonasse a tribo para descobrir que era aquilo no céu.

  32. Chris,
    mesmo acreditando que nossa sociedade está falída, o mundo ainda não acabou …. e é melhor lutar. Pode ser que… quem sabe…. e se eu estiver errada?
    Trabalho para estar errada.

  33. Algo que não foi levantado: é muito fácil e simples querer ‘proteger’ os índios dos contatos com nossa Civilização enquanto sobrevoam a região com helicopteros e aviões. Acaso isso não teria impacto nenhum num grupo humano que durante milênios viveu isolado de tudo e todos?

  34. Depois de séculos indiando, o índio vive de uma maneira que lhe proporciona felicidade.
    Ele explica o mundo – sim.
    Bueno, Russel dizia algo do tipo: aquilo que costumamos chamar de natureza humana corresponde a um décimo de nossa constituição; os outros nove décimos é formado na infância.

    Partindo do pressuposto que o índio isolado não faz mal à civilização, o único motivo que vejo para iniciar contato seria se fosse constatada sua infelicidade (pelo zelo estatal e a compaixão que nos é comum).
    Ora, o contato deveria ser lento e basear-se na eduação das crianças.
    Aí, plantaríamos nelas os desejos comuns à nossa civilização. Os quais, se satisfeitos, lhes trariam felicidade.

    Se o índio não mudar seus desejos, ele vai estar na cidade feito um velho nostálgico.
    O ideal seria adaptar sua cultura. Isso por que, afinal, a identificação historico-cultural é constitutiva da felicidade na maioria dos casos.

    Está nas mãos da ciência conhecer o homem.

    Por favor, não me xinguem. Xinguem o argumento (ou aprimorem-no).

  35. Eduardo, você se refere a uma noção objetiva de felicidade ou ao mero contentamento subjetivo?

    Um homem pode estar perfeitamente contente num estado de plena ignorância; por exemplo, acreditando que é o maior gênio do mundo e que suas idéias são a melhor coisa já pensada quando na verdade não passam de falácias grosseiras. Qual seria o ato mais bondoso para com essa pessoa? Deixá-la viver contente na ilusão a vida inteira ou trazê-la ao mundo real, ainda que isso a faça sofrer inicialmente?

  36. Eu tenho a crença de que a felicidade ou, melhor falando, o bem-estar é obtido pela satisfação dos desejos. Mais que isso, acredito que a ciência pode investigar a constituição desses desejos e como satisfazê-los.
    Se a ciência prova que isso, “Um homem pode estar perfeitamente contente num estado de plena ignorância”, é possível, então o homem deve permanecer na ignorância. E deixo aqui um buraco, pois não encontra motivó profundo, a não ser o de que ele está ‘bem’.
    Quando, porém, analiso essa mesma proposição por um viés prático e imagino um homem “acreditando que é o maior gênio do mundo e que suas idéias são a melhor coisa já pensada quando na verdade não passam de falácias grosseiras” em contato com outros homens a sua postura me parece nociva.
    Digo nociva como referente aos desejos alheios, ou seja, quando a satisfação do meu desejo implica a insatisfação do desejo do próximo. Claro que essa idealização contrasta com o olhar prático sobre a questão, e nao sei se creio nessa possibilidade ( de haver alguém completamente não-nocivo), mas podemos utilizar o bom senso.
    Assim, sem entrar em profunidades, gostaria de declarar que o motivo dessa minha crença é pensar que é necessário para se viver na sociedade atual uma boa dose de ceticismo político. A busca por esse ceticismo geral é condição suficiente para trazer alguém “ao mundo real”. Contudo não considero os índios incluidos na sociedade (creio que nesse caso que falamos consideramos eles incomunicados).

    Com o perdão do sono e da falta de eloquencia.

  37. Caro Joel Pinheiro,

    É muito interessante o tópico que você escolheu. É uma discussão complexa, sobre a qual você teve coragem de opinar. Mas creio que o assunto se perdeu um pouco nos comentários. Por isso peço que considere o que eu vou dizer independente do que foi discutido nos comentários anteriores.

    A primeira coisa a se questionar seria se esses povos realmente levavam uma “vida material e intelectualmente muito precária”. Isso questionável segundo certos pontos de vista, como a do antropólogo Marshall Sahlins no seu texto “A primeira sociedade da afluência”. É preciso notar que se este tipo de vida era material e intelectualmente pobre, significa que o homem viveu uma vida material e intelectualmente pobre por mais de 90% de sua história, considerando que o homem tal como ele é hoje existe há mais de 200 mil anos. O que nós chamamos de riqueza material e intelectual pode não ser uma característica exatamente humana, mas sim cultural, específica de uma cultura agrícola que surgiu no crescente fértil e se espalhou pelo mundo. É preciso pensar que, sob ouras perspectivas, eles podem ser mais ricos que nós, tanto materialmente quanto intelectualmente, porque tinham tudo que precisavam, e sabiam tudo que precisavam saber também.

    O segundo questionamento é se não seria um pouco de etnocentrismo da nossa parte dizer que as explicações de outra cultura sobre como funciona o universo são equivocadas, como se nós fôssemos detentores de uma verdade superior. Isso é questionável, uma vez que nossa visão de mundo é científica, ou seja, ela é uma visão específica sobre o mundo, ela não desvela necessariamente a verdade final sobre como as coisas realmente são. As explicações “mitológicas” deles podem ser tão boas quanto as nossas, uma vez que só chamamos de “mitologia” as crenças dos outros. A verdade é que, de outro ponto de vista, nossas crenças sobre o universo também não passam de mitologias.

    Eu concordo que é enriquecedor ter outras perspectivas, e exatamente por isso devo discordar do que você disse anteriormente. Seria muito enriquecedor para nós aprender com eles, ao invés de ter a pretensão de ensinar “como as coisas funcionam” para eles. Por outro lado, você deve considerar que o intercâmbio entre culturas como você propõe não é exatamente natural. Ele surgiu por causa do interesse comercial, e por isso a barreira entre culturas não é artificial, mas ao contrário, a quebra dessas barreiras é que é produzida por uma cultura, com um objetivo instrumental. Não há nenhuma traição à natureza racional se você considerar que não é preciso ser civilizado para ser racional.

    Quanto ao caso específico do único sobrevivente de um povo dizimado, eu realmente acho que nenhum ser vivo deveria ser tratado assim. Porém, o que você sugere que façamos? Ele perdeu tudo que fazia sentido para ele, e aparentemente ele não quer nenhum tipo de contato com aqueles que destruíram o seu mundo. E isso é perfeitamente natural. Talvez ele prefira morrer sozinho do que ter contato conosco. Muitos cometeram suicídio coletivo para não se juntar a nós.

    Do modo como você se expressa, parece que os povos que abandonaram seus costumes e tradições realmente escolheram isso, e não agiram sobre a influência de uma cultura caracterizada pela destradicionalização. Nós somos pessoas que abandonaram nossas próprias tradições, porque não valorizamos tradições, nós valorizamos o lucro. Eles não tem condições de saber o que estão escolhendo, porque nem mesmo nós sabemos o que estamos reproduzindo. Nós realmente não podemos dizer que a vida deles é melhor que a nossa, porém fica implícito em toda nossa cultura, fundada na crença do progresso, que nossa vida é melhor que a deles. Eles não tem condições para saber o quão prejudicial a vida moderna é, assim como nós mesmos não temos. Nosso modo de vida é insustentável, e o deles existe há centenas de milhares de anos. O modo de vida primitivo possibilitou estabilidade populacional, enquanto o nosso está aparentemente à beira de um colapso. Muitos desses povos que aprenderam nossa língua inclusive tentaram nos avisar sobre o quanto nossa cultura é tóxica. Mas nós não damos ouvidos. Nós doutrinamos e condicionamos esses povos, assim como fazemos com crianças pequenas, pelo simples ato de mostrar nosso mundo para eles. Eles se contaminam por essa cultura porque não conseguem discernir o que nós mesmos não conseguimos.

    Ao lembrar do trabalho dos jesuítas na América, é preciso lembrar da história inteira. Eles realmente contribuíram com a cultura indígena, ou estavam somente tentando salvar as almas daqueles povos condenados a abandonar suas vidas tradicionais pelos interesses econômicos dos colonizadores?

    Quem somos nós para dizer o que são valores e práticas boas para uma outra cultura? A questão é que eles tiveram a mesma oportunidade que nós para desenvolver os valores e práticas que eles consideram ser bons. Esta crença de que as culturas podem ganhar alguma coisa com o intercâmbio cultural é uma crença tipicamente civilizada, ela já está carregada de valores e práticas específicas de nossa cultura. Ao adicionar essa crença ou esses valores, já há uma assimilação da cultura. Então não penso que seja possível, dentro do paradigma cultural primitivo, interferir dessa forma sem contaminar todas as culturas com a nossa cultura expansionista.

    Estas são todas questões que eu tenho pensado ao longo dos anos, e eu gostaria de saber o que você pensa a respeito.

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