Ideologias: a continuação da história

Previram a morte das ideologias para décadas atrás. Hoje, o islamismo é prova de que as ideologias continuam fortes; as semelhanças com o leninismo que o precedeu são marcantes.

Ao mesmo tempo, outra ideologia ganha força no Ocidente: o ambientalismo.

Leiam este ótimo artigo de Theodore Dalrymple sobre a ideologia no mundo contemporâneo. Como sempre, o autor é bem-humorado e muito lúcido, e não cai no saudosismo pelos “bons e velhos tempos” que caracteriza o espírito de alguns de seus textos.

Minha única ressalva é à ausência de alternativas que ele nos deixa. Claro, aceitamos o mal que as ideologias causam. Mas a única alternativa apresentada no texto é a perpetuação e crescimento das “democracias liberais modernas”, esses ninhos de oportunismo, incompetência e falta de propósito. Melhor, sem dúvida, do que as respostas totalizantes de tantos “ismos”, mas ainda assim profundamente insatisfatória.

2 comentários em “Ideologias: a continuação da história

  1. Atendo-me exclusivamente ao último parágrafo, encontrei por acaso o C. S. Lewis. 1) “Nor, of course, must they ever be allowed to raise Aristotle´s question: whether ´democratic behaviour’ means the behaviour that democracies like or the behaviour that will preserve a democracy. For if they did, it could hardly fail to occur to them that these need not be the same.” 2) “They” são os humanos do século XX. O trecho é parte do discurso de Screwtape, o Coisa-Ruim, “diabo experimentadíssimo”, “por ocasião do jantar anual do Colégio de Treinamento de Tentadores, para jovens diabos.” Screwtape recorda aos formandos a utilidade da palavra “democracia”, quando manipulada “as an incantation; if you like, purely for its selling power”. 3) C. S. Lewis, que imaginou a personagem, não era exatamente um inimigo da democracia – mas fez lá a sua leitura dos clássicos.

  2. No final deste comentário, link para texto sobre política e ciência, no caso específico dos EUA hoje. Não freqüentei Mário Vieira de Mello; mas eventual leitor do que segue linkado poderá, quem sabe, enquadrar o artigo da “Public Discourse” na moldura apresentada no post aí embaixo. Refiro-me topicamente a esse esquema que distingue “estruturas de poder/liberdade exterior” e “estruturas de cultura/liberdade interior”. http://www.thepublicdiscourse.com/viewarticle.php?selectedarticle=2009.03.20.001.pdart

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