Links & Notas Literárias

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Na New Yorker, texto sobre os livrinhos que aqui se chamavam Enrola e Desenrola (ou algo assim). Basicamente, aquelas histórias em que o leitor pode chegar a vários finais diferentes, a depender das escolhas feitas durante o livro. Sempre achei que seria interessante que alguém escrevesse um romance filosófico desse tipo. Optou por uma solução marxista? Banho de sangue. Niilista? Sorry, pulsos cortados na banheira.

Memorial para Ted Hughes no poets corner da Abadia de Westminster. Merecido.

Mapa da evolução de certas histórias clássicas.

Foram divulgados os finalistas para o Booker Prize de 1970, que ficou sem premiados à época por conta de uma alteração de critérios. Muriel Spark entre os favoritos.

Embora já tenha sido ultra-falada, sempre vale a pena lembrar a matéria do Guardian com as dez regras para escrever ficção, segundo diversos autores. Entre outros, tem Elmore Leonard e o conselho para que nunca se abra uma história descrevendo as condições do tempo, PD James sobre a riqueza da língua inglesa, e Philip Pullman – o anti-Chesterton – que confunde witticism com grosseria.

Ao contrário da Dicta – como vocês verão -, a Rússia aparentemente vai ignorar o centenário de Tolstói.

No New York Times, Ross Douthat (ex-Atlantic) dá a lista dos dez livros que mais influenciaram sua visão de mundo. Ele fala de Tolkien, Chesterton, Paul Johnson, C.S. Lewis e Graham Greene: “If Chesterton is the writer to read when you’re becoming a Catholic, then Greene is the writer to read when you realize — as everybody does, except (or maybe especially) the saints — that you’re going to be really, really bad at being one”.

Lendo Caçadas de Pedrinho para os meus filhos, outro dia: “Apanharam as armas e se arrojaram contra a fera com verdadeira fúria. Narizinho esfregou-lhe a faca no lombo, como se a onça fosse pão e ela quisesse tirar uma fatia. O Visconde conseguiu, depois de várias tentativas, enterrar-lhe no peito o seu sabre de arco de barril. Emília fez o mesmo com o espeto de assar frango. Pedrinho macetou-lhe o crânio com a coronha de sua espingarda. Até Rabicó perdeu o medo e depois de carregar de novo o canhão deu-lhe um bom tiro à queima-roupa. Assim atacada de todos os lados, a onça não teve remédio senão morrer. Estrebuchou e foi morrendo. Quando deu o último suspiro, Pedrinho, no maior entusiasmo de sua vida, entoou um canto de guerra: Alé guá, guá, guá… E todos responderam em coro: Hurra! Hurra! Picapau Amarelo!…” Depois de modificarem – de maneira grotesca – algumas musiquinhas infantis, e de patrulharem até a Chapeuzinho Vermelho, quando tempo para que os aiatolás do politicamente correto cheguem a Monteiro Lobato? Façam suas apostas.

6 comentários em “Links & Notas Literárias

  1. Esse artigo com as “10 regras” é ridículo já na própria concepção.

    Escritor que dita regras estruturais e estilísticas para aprendizes já é in actu um escritor medíocre. Por isso não confio em “cursos”.

    Cada história possui uma cara que lhe é própria. Resta ler bastante e captar as figuras e recursos que mais servirem ao objetivo da obra.
    Tudo depende do que cerca a sua escrita, e do que está intrínseco no próprio enredo. Escrever é como pensar: atualizam-se certas coisas, virtualizam-se outras.

    Se tem algo que eu recomendaria seria estudar Retórica e ler pra caralho – não só ficção, claro. Regrinha estanque é mediocridade.

    “1 Never open a book with weather.” Pobre William Gibson, não passaria no crivo desse imbecil.

  2. Fico imaginando um “especialista” desses dizendo para Platão não se exceder nas respostas curtas nos diálogos, porque é “pecado mortal”, etc

  3. Talvez eles tenham escrito estas regras só de sacanagem com os malas que ficam perguntando: “como faço para ser um grande escritor como você?”
    Aí eles eles se encheram e resolveram dizer: “então vai, seu babaca, escreve assim que dá certo!”

  4. Ro, mudar a letra do “Atirei o pau no gato” é bizarro… E dá-lhe a novilíngua politicamente correta!

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