Mais um elogio do jeitinho

Diminua as leis de trânsito e o trânsito ficará mais rápido e mais seguro. Difícil de acreditar, não? Mas é o que estudos e experiências práticas têm mostrado. O que não quer dizer, é claro, que então devemos liberar geral. Mas é uma bela ilustração do princípio de que, quanto mais regras e quanto mais rígidas elas forem, menos os indivíduos adotam posturas prudentes, racionais, e mais confiam cegamente nas normas estabelecidas.

Será que mesmo os brasileiros se dariam bem nessa desregulamentação?

3 comentários em “Mais um elogio do jeitinho

  1. Defender a existência de leis num país como o nosso, onde se cria até lei obrigando a vender banana a quilo, é uma tarefa inglória que, no entanto, precisa ser realizada, especialmente no caso do trânsito. O argumento aqui é um só: o exemplo brasiliense onde uma lei draconiana conseguiu fazer as faixas de segurança serem respeitadas.

  2. Caro Tibiriçá,

    Não se preocupe, o caso não é para grandes mudanças ou revogação da lei. Medidas de moderação do tráfego podem ser adotadas sem que qualquer dispositivo do Código de Trânsito seja violado. Penso que o órgão com circunscrição sobre a via tem suficiente poder para lançar mão dos recursos de engenharia de tráfego (ou seria de arquitetura de vias?) que julgar mais convenientes para aumentar a segurança do trânsito (vide art. 2 do CTB). Claro, ele também responde pelas iniciativas malsãs que tiver levado adiante. De qualquer maneira, creio que este tipo de experiência – reduzir a tutela sobre a circulação de veículos – precisa ser considerado à luz de algumas características brasileiras: temos cidades muito maiores e mais complexas do que as holandesas; temos cidadãos, em geral, menos educados; temos fiscalização de trânsito bissexta; temos, comparativamente, mais deficiências institucionais (justiça lenta, administrações amadoras etc.) e, por que não citar?, certo pendor por levar vantagem, não é mesmo?
    Sobre Brasília, o respeito às faixas não se deveu a uma lei draconiana. A lei é uma só em todo o país (CTB). O que fizeram por aqui foi criar e manter uma campanha educativa ostensiva e aumentar a fiscalização junto às faixas, intimidando e punindo os recalcitrantes.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>