Matteo Ricci, um jesuíta entre a Europa e a China

Está exposto em Washington o mapa mundi que o jesuíta Matteo Ricci, no século XVII, fez para o imperador Wanli da China, no qual o Reino Médio ocupa a posição central. Ao mesmo tempo, o missionário fazia questão de ressaltar, em seus comentários ao longo do mapa, tudo o que a cultura européia e o Cristianismo tinham a oferecer ao grandioso e orgulhoso império chinês.

Uma obra significativa não apenas por seu tamanho e detalhamento, mas também como evidência do encontro de culturas e civilizações até então praticamente isoladas.

Um comentário em “Matteo Ricci, um jesuíta entre a Europa e a China

  1. Bom saber que ficará depois em exposição permanente lá no Minnesotta; esperemos que acompanhado de um bom texto explanatório (a matéria do NYT já quebra um galhão). Engraçado como as coisas mudaram em apenas 400 anos. A partir dos românticos e revolucionários do século XIX, qualquer candidato a Ricci teria que se haver com esses desdobramentos possíveis mas não necessários da civilização européia, ie, descrédito da noção de direito natural, historicismo, etc. Dissociados do terreno culturalmente cristão que os viabilizou, sem esses desdobramentos são impensáveis, claro, não só as enormidades dos últimos dois séculos e pouco no Ocidente, mas também a China pós-revolucionária, o Islã impregnado de ideologias nacionalistas, etc. Em artigo linkado noutro post deste blog, o rabino Sacks alude à dificuldade de sustentação até mesmo de idéias inteligentemente conservadoras como as de Schumpeter/Isaiah Berlin no que concerne ao caráter relativo das próprias convicções – conforme apontam, marca do civilizado que se contrapõe a fundamentalismos bárbaros. Na contramão de um relativismo que se afasta da lucidez, a abertura relativizadora de Ricci expressa uma confiança exemplar nos próprios valores. Muito necessária mas nem um pouco mainstream hoje em dia.

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