Música escrita

Por que a música ocidental se desenvolveu muito mais do que a música de outras culturas?

Um fator importante para explicar isso é, sem dúvida, a criação da notação musical. Antes dela, o único jeito de se transmitir uma música era ouvir sua execução. Só aprendia uma música quem tinha um professor, um mestre de canto. Cada nota de cada música precisava ser memorizada e repetida à perfeição, caso contrário o conhecimento dela se perderia.

Com a notação, a música fica escrita no papel, à disposição de qualquer um que queira aprendê-la. O responsável por essa invenção, e pelos nomes das notas musicais foi o monge Guido d’Arezzo, que viveu na passagem do século X ao XI.

Os mestres de canto gregoriano da época não gostaram nada. Subitamente, o valor de suas lições caiu para quase zero, e o controle sobre o número de pessoas preparadas para cantar fugiu de suas mãos. Guido foi expulso do monastério, mas isso não impediu sua invenção de dominar o mundo e desempenhar um papel essencial no florescimento da arte ocidental.

Quem são os Guidos d’Arezzo de hoje em dia, e quem são aqueles que insistem em monopolizar a música?

4 comentários em “Música escrita

  1. Exatamente isso que tentava explicar para meus alunos hj, falando sobre o Ocidente. mas como o “relativismo cultural” é algo geral, não conseguiram ir muito longe. mandei lerem a Introdução do “A ética protestante e o espírito do capitalismo” de Weber……….

  2. Quando se bate firme e compulsivamente na tecla do “contra o relativismo”, em geral, os que o fazem caem em outro desvio de comportamento: o de comparar alhos com bugalhos e eleger uma forma, entre alhos e bugalhos, como a forma superior. Quem argumenta e defende essa superioridade é que é a questão?

    A música erudita clássica ocidental é uma parte da história de música. Não é possível cair sempre ma mesma ladainha ideológica, acusando os que gostam da “relatividade” da música, de serem isto ou aquilo, em geral, associados a comunistas ou coisa parecida.

    Que limitação mental!

    A música erudita sim é muito linda. Mas, na modesta opinião deste músico, é chatérrima. Isso mesmo! Ninguém consegue, salvo músicos chatérrimos de orquestra, escutar mais de uma hora de música clássica. E não me venham com idiotices.

    O jazz, a improvisação e a bagunça do rock, são os mais importantes fundamentos musicais do ocidente neste século.

    Assim, sendo, a música ocidental não está representada pela música clássica, mas sim pela música popular ocidental, particularmente norte-americana, pautada por melodias mais ou menos simples e alguns poucos acordes.

    O argumento do post é inútil.

  3. Em resumo:

    A música clássica é para os ricos, inteligentes e dominadores.

    A música popular é para os pobres, burros e dominados.

    Infelizmente é assim que funciona.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>