por Joel Pinheiro da Fonseca
O senso comum é faca de dois gumes. Facilita, em geral, o conhecer, mas pode converter-se em obstáculo, não apenas quando erra, mas mesmo quando acerta, se nos aprisiona na superficialidade da primeira impressão. Questioná-lo não significa menosprezá-lo. O senso comum é um mapa – relativamente confiável – da realidade. Mas quando o mapa nos priva de olhar a paisagem, é hora de colocá-lo de lado e explorar o terreno com as próprias pernas, quem sabe recuperando algo daquele sentido de descoberta que está na origem de toda genuína filosofia. Ademais, esse salutar exercício evita quedas em buracos não-cartografados mais à frente.