Estética da confusão

por Anthony Daniels

Todo juízo, dizia o grande moralista inglês do século dezoito, Doctor Johnson, é comparativo: pois como poderia um homem julgar qualquer coisa sem conhecer alguma outra coisa? Uma criança só aceita suas condições de vida como naturais porque não conhece nenhuma outra.

Vezes há, porém, que o hábito da comparação sufoca e destrói a capacidade de apreciação, particularmente das obras de arte. Nossa mente fica tão preocupada em julgar se o artefato artístico x está abaixo, acima ou se extrapola o parâmetro do artefato artístico y, que não conseguimos gozar nem um nem outro pelos próprios méritos, ainda que estes sejam, com efeito, de grande valor.

Construímos tabelas absurdas em nossas mentes, nas quais escritores, pintores e músicos rivalizam uns contra os outros como em um campeonato de futebol.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>