por Jonas Lopes
Pouco mais de um ano depois do término da Segunda Guerra Mundial, no final de 1946, um garoto de 15 anos – que durante os anos de conflito chegou a presenciar um bombardeio aéreo enquanto estudava violino num internato – vivia na cidade natal de Mozart com a mãe, o padrasto e o avô. Lá, freqüentava regularmente a escola. Até que certo dia, tendo já se “libertado interiormente do ginásio há um bom tempo”, esse adolescente decide ir a uma repartição da Secretaria do Trabalho em busca de emprego. Emprego conquistado naquela mesma manhã, no porão onde funcionava a mercearia de Karl Podlaha, “um ser humano destruído, vie- nense de caráter sensível que queria ter sido músico, mas permaneceu para sempre pequeno merceeiro”.