Nós somos Lara Logan

Estava demorando, não é mesmo? Aposto que vocês gostariam de saber o que eu, este radical da direita, este sujeito reacionário em seus princípios, este católico de meia tigela que odeia os carolas e tira sarro dos ateus sem que eles percebam, pensa a respeito deste evento que a mídia quer chamar de “revolução de jasmim”, “crise no mundo árabe”, seja lá o que fôr, mas que, na verdade, só pode ser chamada de “o-momento-em-que-a-Irmandade-Muçulmana-tomou-conta-do-Oriente-Médio-e-todo-mundo-arregou”.

Quem estuda um pouco sobre os movimentos revolucionários sabe que eles giram em torno de dois princípios: não admitem drop-outs e nada acontece por acaso. Há sempre uma idéia fixa que guia seus militantes, que pode ser algo aparentemente abstrato, mas que mostra um norte a ser construído – a procura pela felicidade da Revolução Americana, uma revolução que, como diria Hannah Arendt, era perfeitamente desejável – ou um objetivo a ser destruído, um inimigo que une as pessoas por um clima de ressentimento, independente das polarizações ideológicas – foi o que aconteceu com a família do czar na Revolução Russa e que agora acontece nada mais nada menos com Israel na tal “revolução de jasmim”.

Já antecipo os Demétrios Magnolis da vida me chamarem de “exagerado” ou “extremista”, mas nada me tira da cabeça que tudo isso acontece no mundo árabe por duas razões: o desejo pela destruição de Israel e pelo enfraquecimento dos EUA, que, por sua vez, já fizeram metade do serviço sujo graças à ajuda de Barack Obama. Ou, se vocês quiserem que eu escreva com todas as letras, a desintegração daquilo que conhecemos como o Ocidente.

Mas nada disso tocará os corações duros de nossos leitores liberais e comedidos se não tivermos um exemplo individual. Então vamos à história de Lara Logan, a bela moça da foto acima. Qualquer um que leia um jornal já conhece o fato: Logan, correspondente de guerra da CBS News, em especial do programa 60 minutes, foi agredida e currada por um grupo de egípcios que estavam justo no momento da comemoração da Praça Tahir, quando o ditador Mubarak anunciou que sairia de seu governo que já durava mais de trinta anos.

O detalhe é que, uma semana antes, Lara Logan e alguns outros integrantes de sua equipe foram presos pela polícia estatal de Mubarak. Foram interrogados e levaram alguns sopapos porque acreditaram que eram “agentes israelenses”. Contudo, não houve sevícia ou qualquer espécie de ataque sexual.

Eis a tal “revolução de jasmim”: entre o fogo e a frigideira, não sabemos o que é pior – se ser currado ou espancado. De qualquer forma, houve violência, o que não é nada agradável quando acontece conosco. Mas há um detalhe: a gradação mórbida do ato violento. Não se sabe se os estupradores faziam ou não parte do grupo de Mubarak ou do grupo de oposição que resolveu “comemorar” o feliz evento; contudo, é esta gradação súbita, é este detalhe macabro que nos espanta e nos faz perguntar: Até que ponto nossa visão ocidental não ocultaria a nossa ingenuidade e a nossa falta de malícia ao percebermos o Mal?

Jean Bodin, um sujeito que sabia das coisas na Renascença francesa, afirmava que o primeiro sintoma de uma doença na sociedade ocorre quando esta decide menosprezar a existência do Mal. Não seria este o nosso caso? Não seríamos todos Lara Logan? Isto é: fascinados pela democracia, vamos ao campo de batalha, defendemos nossos princípios civilizatórios contra uma suposta bárbarie e descobrimos então que nós somos os responsáveis pela invasão da auto-destruição cuja origem está dentro de nós.

Mas uma curra no mundo islâmico é algo previsível, se formos pensar bem. Afinal, todos nós sabemos como as mulheres são tratadas lá – sem falar nos cristãos e nos judeus. Realmente, não há back-outs. Muito menos recuos. A “revolução de jasmim” é fundada no estrume da Irmandade Muçulmana que, usando táticas ocultistas, que não dependem de twitters e facebooks (uma destas ilusões construídas pelo marketing da mídia), sabem se inflitrar como poucas organizações no mundo, seja no exército egípcio, na oposição líbia ou no estabilishment americano (e se você acha que baixou o espírito conspiratório em mim leia este relatório assustador sobre a Irmandade, produzido pela Hudson Institution).

O que não se espera é a curra do Ocidente em relação aos seus. Foi o que aconteceu com a pobre Lara Logan. Ao voltar para casa, o que acontece? Seus pares de imprensa afirmaram que a curra foi uma fatalidade, comum aos correspondentes de guerra, que fazem de tudo para ter uma boa história. Afirmaram que o fato não tem nada a ver com a cultura islâmica e sim com sexo e poder. Enfim, quase colocaram a culpa na vítima, afirmando que, se ela não estivesse fazendo o seu trabalho, não teria sido currada.

Existe o estrume da Irmandade Muçulmana e o estrume da grande mídia ocidental. Não sabemos o que é o pior. Mas quando escuto, por exemplo, um Demétrio Magnoli, este desinformante profissional que não se livrou de sua visão trotskista do mundo, comparar a tal “revolução de jasmim” com a “revolução de veludo” que ocorreu no Leste Europeu em 1989, sei que querem me chamar de “otário”. Não há jasmim, muito menos veludo, nem sequer vaselina. Estamos sendo currados todos os dias – e, ao contrário do que Lara Logan deve ter sentido naquele momento terrível, estamos gostando. Se o Islã vencer esta guerra civilizacional, sem dúvida apontarei o dedo para a minha pessoa e direi sem hesitar: eu fui o culpado.

29 comentários em “Nós somos Lara Logan

  1. Martim,

    Não entendi o que você quer concluir. Se é que a Irmandade é a grande beneficiária desses levantes no mundo árabe, eu concordo. Esse “silêncio” deles atualmente parece indicar que estão usando bem o método ‘gramsciano’ de chegar o poder.

    Mas correlacionar o estupro dessa jornalista com o real “motu” desses levantes me parece um ‘non sequitur’. Isso poderia ter acontecido na saída do “Fla – Flu” ou num show do Ramones. Aonde há turba aflora o instinto animal.

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  4. Concordo com o Wagner,
    A curra poderia ter ocorrido em qualquer lugar onde houvesse molequeira enraivecida, ou nem sequer isso. Quantos estupros ocorrem em meio à farras entre amigos ou mesmo no recesso dos lares? Na verdade, o Martim aproveita o caso para atacar rebeliões populares que estão se lixando para o fato dos tiranos-alvos serem pró-ocidente, como o Mubarak, ou anti-ocidente como o Kadafi. Ver “o dedo da Irmandade Muçulmana” por trás das revoltas árabes equivale à visão que via “o dedo de Moscou” por trás de todas as revoltas latino-americanas que tentavam derrubar tiranos títeres dos EUA, como Trujillo, Somoza, Batista e uma penca de outros. Claro que “Moscou” em umas e a “Irmandade” em outras, tiravam ou tiram partido das revoltas, mas no fundo a causa última delas foi e é a cegueira e truculência da incopetente política americana.

  5. Pois é Mariana; tem muito folklore nisso tudo. Carnavais atrás aqui no Recife uma turista estrangeira meteu-se num bloco carnavalesco da pesada, ficou doidona e “mamou” uns caras num beco escurinho. Por acaso 2 policiais durões chegaram, os caras fugiram e a bebum foi presa. Na delegacia disse que os caras a obrigaram, etc. e tal. O delegado achou que era coisa de carnaval e a soltou, mas a imprensa publicou: “Turista Estrangeira é Estuprada na Folia”. Deu rolo porque uma ONG acusou a policia de “prender a vítima” e “soltar os culpados”. Quase sobrava para os policiais!

  6. Mariana:
    Leia o texto que coloquei como referência no artigo: “In the crush of the mob, [Logan] was separated from her crew. She was surrounded and suffered a brutal and sustained sexual assault and beating before being saved by a group of women and an estimated 20 Egyptian soldiers.
    “She reconnected with the CBS team, returned to her hotel and returned to the United States on the first flight the next morning,” the network added. “She is currently in the hospital recovering.”
    Virgílio:
    Seu último comentário foi muito infeliz. Não há “folclore” nenhum em um abuso sexual, especialmente no caso de Lara Logan. Se vc quiser contar seus “causos”, tudo bem; mas se brincar com coisas sérias, pode procurar outra vizinhança.
    Att,
    Martim

  7. Wagner e Virgílio:
    Comparar o que aconteceu com Lara Logan na Praça Tahir com o que poderia acontecer em Fla-Flu é banalizar a crueldade do evento que ocorreu no Egito – e banalizar o que acontece agora no mundo árabe. Talvez vcs nem consigam perceber, mas praticam a mesma curra que o Ocidente fez com a jornalista. Concordo que onde há turba há também violência. Mas existem turbas e turbas – e, no caso, a “turba” em questão fez questão de seviciar não uma moça qualquer que passava na rua, mas uma vítima que tinha um biotipo muito peculiar e desfavorável para a situação que acontecia no momento. Trata-se de um problema que aconteceu com aquela gradação mórbida porque ocorreu em um lugar que tem uma espécie de cultura que permite tal ação. Não podemos particularizar um drama individual com considerações e formalizações lógicas.
    Cordialmente,
    Martim

  8. Martim,

    Sem querer me estender sobre o tema do estupro em si, realmente o ponto que chama a atenção, e nisso você tem toda razão, é a forma como a mídia ‘politicamente correta’ do Ocidente tratou (isto é, não tratou) desse caso.

    É, provavelmente, mais uma manifestação dessa ideologia que vê “os outros” idealizadamente e o Ocidente judaico-cristão como culpado a priori de tudo o que é ruim.

  9. Martim, concordo com sua opinião e acrescento que não é coincidência que a revolta generalizada no mundo mulçumano ocorra neste momento, quando o EUA estão sem comando, pra dizer o mínimo. Grandes impérios sempre foram a fonte de estabilidade e progresso, e sua queda sempre foi seguida por períodos de guerras e privações. Mais dois anos de Hussein Obama e a coisa vai ser irreversível.

  10. Quanto ao personagem do Magnoli, eu o acho mais nefasto que o Emir Sader, facilmente reconhecível como um ignorante oportunista. Inadvertidamente comprei o livro “O Grande Jogo” do Magnoli, o qual terminei com uma opinião parecida com a sua: o cara é inteligente, mas não conseguiu se curar da esquerdopatia a que foi submetido na juventude. Assim, ele tenta ver tudo com uma lupa politicamente correta, como se os movimentos geo-políticos ocorressem sem a ação consciente, planejada e deliberada de grupos de pessoas, que agem por interesse econômico, mas também, e principalmente, para oprimir e promover o mal, através de uma ideologia disfarçada de religião (islã) ou uma religião disfarçada de ideologia (comunismo). O discurso dele tende a paralisar as pessoas porque afirma que não existe radicalismos e por isso nos pede apenas compreensão e paciência, deixando que o mal tome conta de tudo até ser tarde demais.

  11. Moscou não tira partido de revolta alguma – é, de fato, uma das forças agentes por detrás de levantes como o que acontece no Egito. O exemplo mais parecido com a situação atual me parece ser a queda do Xá da Pérsia no Irã em 1979 – a influência soviética nesse acontecimento é relatada por Ladislav Bittman no seu fundamental “The KGB and Soviet Disinformation”. Considerar apenas os erros da administração norte-americana é enxergar o cenário com um olho tapado.

  12. Você poderia ao menos pesquisar os índices de estupro em países árabes (não incluo países peculiares e tribais como o afeganistão e paquistão). A Arábia Saudita, por exemplo, tem leis rigorosíssimas… para prosélitos de outras religiões, traficantes, mas também para estupradores. Se você levar essa lógica ao extremo, viraria um muçulmano de meia-tigela.

    Dizer que a “curra no mundo islâmico é algo previsível” e a choradeira sobre as mulheres e cristãos e os judeus é uma grande bobagem, misturada com o tom de seriedade sobre o orquestramento político por trás das revoltas. Só faltou falar dos GLSBDT (não, não comparo um cristão com esse tipo de gente, mas para esse “ocidentalismo” todo não há diferença).

    Essa mistura de americanismo e catolicismo de meia-tigela gera algumas contradições insanáveis…assim como para os petistas pró-Hamas e pró-onguismo de esuqerda. E a julgar pelos textos mais recentes dessa turma, o nível de sofisticação está se aproximando.

  13. e sobre o biotipo da vítima, tenha coragem de encarar os fatos e deixe de ser politicamente correto versão direita moderna: existe a questão racial, que não pode ser desprezada. Não deixa de ser um problema, mas árabes estupram mais loiras em Estocolmo que em Dubai.

  14. Coincidentemente, por esses dias estava relendo uns contos de Borges e, para meu espanto, verifiquei as constantes referências ao Islã (há contos inteiros que se ambientam no mundo islâmico). Considerando que Borges era um ocidental (da periferia do Ocidente, mas vá lá) e sua grande influência no meio literário, sendo até objeto de culto para alguns, não seria o caso de se pensar que a dominação silenciosa islâmica no Ocidente já começou há mais tempo do que imaginamos?

  15. Martim,
    Você, tal como a Sara Palin e o Tea Partie integram uma direita que não precisa de esquerda para ser derrotada. Então o “causo” da curra que o cardeal Dom Vicente Scherer sofreu em Porto Alegre 30 anos atrás foi uma “conspiração muçulmana”? E os sórdidos processos judiciais extorquindo bilhões de dólares da Igreja nos EUA porque alguns dos seus servidores são pedófilos foi “conspiração muçulmana”? Por que é que esses processos não existem em nenhum outro país do mundo, nem mesmo no “bárbaro” mundo muçulmano? Por que mesmo nos EUA as grandes corporações não são processadas pelo mesmo motivo? Será que elas também não têm servidores pedófilos? Ou será que esses processos foram movidos para desmoralizar a Igreja porque ela tem uma moderada e racional política pró árabe no Oriente Médio? Proclamar-se católico endeusando o gangsterismo americano e demonizando os seus opositores, mesmo não sendo eles “santinhos”, não tem nada a ver com a direita responsável de um Unamuno ou de um Maritain: é pura e simples blasfêmia religiosa e desonestidade intelectual!

  16. É muito engraçado como os esquerdistas sempre elegem um “direitista responsável” que está absolutamente fora da discussão para pontuar sua crítica contra os “direitistas” atuais. Que Reinaldo Azevedo que nada, bom mesmo era o Nelson Rodrigues, é sempre essa mesma ladainha surrada. Só pode ser gozação, por exemplo, citar o Jacques Maritain como “direitista responsável”, pois no frigir dos ovos ele mais jogou contra a fé cristã verdadeira. Pior que ser petralha é tentar posar de petralha isento e equilibrado…que coisa mais caricata.
    Parabéns pelo blog e pela revista, Martim, você dão de dez a zero na Piauí e não têm concorrentes à altura no mercado editorial brasileiro atual.

  17. Gente, sou mesmo contra a direita americana, porque lá, enquanto a esquerda vai pro centro, a direita vai pro hospício. Parece que aqui tá acontecendo o mesmo.
    Maritain jogou contra a fé cristã? Essa é mesmo de doido. Só se é porque ele era casado com uma judia e isso, para direitistas malucos, é jogar contra “a fé cristã”. Antigamente a direita tupiniquim tinha um ótimo lema: Deus, Pátria e Família. A Pátria era importantíssima e desprezava-se o racismo então vigente noutras partes do mundo, sobretudo na Alemanha e nos EUA. Tanto assim que a nossa direita usava uma saudação indígena, genuinamente nacional: “Anauê”! Agora, com esse tal de anti-islamismo, esqueceram Deus, e com esse tal de americanismo, esqueceram a Pátria. Só resta a Família, mas para os que seguem as lições dos EUA, país onde a família está se dissolvendo, ela logo será esquecida. Até porque a Igreja, saqueada e desmoralizada pela “Justiça” americana, logo não terá mais forças para defendê-la. É isso aí.
    Para os amigos da Dicta, o “petralha disfarçado” manda um Anauê!

  18. Caro Virgilio,

    Se quiser saber os motivos da desconfiança dos verdadeiros conservadores contra Maritain, recomendo-lhe que leia Corção, ele próprio um maritanista exaltado que só se sentiu na obrigação de rever suas convicções quando o pró-comunismo do ídolo se revelou evidente demais para negar. A propósito, isso me leva a complementar a observação do Fernando José: quando os esquerdistas escolhem um “direitista” do passado para contrapor aos atuais, o personagem escolhido invariavalmente mostra, se submetido a um exame mais cauteloso, não ser direitista de maneira alguma. Vide o caso do José Guilherme Merquior.

  19. Amigo Henrique,
    Tô me lixando pra esquerdista ou direitista do presente ou do passado. Tudo que espero de um ou do outro é que não seja porralouca. No meu tempo de faculdade convivi com muito porralouca da direita (TFP, CCC, etc.) e muito porralouca da esquerda (MR-8, PCR, etc.). Nessa época circulavam às escondidas dois livrinhos mimeografados: um era “A Revolução Dentro da Revolução” de um francês maluco cujo nome não lembro mais; o outro, “O Mito do Século XX”, era de um doido alemão cujo nome também não lembro. Li os dois e achei que eram alucinações paranóicas. Hoje sei que jovens morreram ou fizeram coisas sórdidas seguindo os rumos radicais esquerdista de um e direitista do outro. Na ocasião eu li também Vieira, Athaíde, Salgado, Corção, Merton, Maritain, Bernanos, Raïssa e Chardin; nenhum deles, chamados pelos meus amigos esquerdóides de carolas direitistas reaças, me pareceu desumano nem me causou repugnância; só paz de espírito e elevação moral! Por isso fico na minha de “petralha disfarçado”, criticando direitas e esquerdas que se enfileiram de um lado com a sordidez americana e do outro com a sordidez cubana, ou seja lá de onde for.
    Grande abraço e um nacionalista “Anauê” indígena.

  20. Virgílio, sua visão sobre a política americana é algo esquemática, por isso fico com a impressão de que você é petralha mas talvez esteja errado e você seja só mais um leitor que se guia pelo noticiária da grande mídia. Essa dicotomia “direita-repúblicanos/conservadores/esquerda-democratas/liberais” é insuficiente para explicar o cenário. Além desses dois grupos terem várias nuances entre seus integrantes, ambos têm ligações com o establishment formado pelas grandes fundações e coorporações privadas, que possuem objetivos conflitantes com os interesses dos EUA enquanto nação. Obama, por exemplo, só faz trabalhar contra os interesses americanos. É um radical criado na esquerda que trabalha pro establishment globalista, por mais que isso pareça sem sentido. Ele não está caminhando para o centro de maneira alguma, está é destruindo as instituções e valores genuinamente americanos. Se existe algum movimento genuinamente americano nos EUA este só pode ser o Tea Party. E exatamente por isso é retratado pela grande mídia liberal como “extrema-direita”, “racista” embora possua lideranças negras e latinas (e é claro, agrupe radicais, como qualquer agremiação política). Não se iluda com o noticiária da grande mídia, Obama sempre age e agirá para beneficiar o avanço do Islã no Ocidente, mesmo que eventualmente precise fazer gestos para iludir seu eleitorado.

  21. Não duvido, Obama é contraditório em seus apoios e simpatias, e não no sentido de pragmaismo, mas no de confusão mesmo. Nunca deve ter parado para pensar nas razões de sua simpatia com o Islã e o que o Islã pensa do tipo de gente como os ativistas com quem ele fez carreira.

    MAs pelo menos ele tem a desculpa de ser político e tem menos responsabilidade com a verdade. Já vocês deveriam ter vergonha de chamar de petista quem discorda de certos dogmas ocidentalistas (uso o termo na falta de algo melhor, já que o que fazem é uma salada com bandeiras decorrentes do iluminismo, em maior ou menor grau, e um cristianismo de meia-tigela, como o autor apontou).

    Já que gostam tanto do Olavo e querem criticar o Islã, vejam no site de quem mais desmoralizou o professor até hoje: na web da Monfort há fundamentações coerentes contra o Islamismo e outras coisas mais. Mas lhes adianto que não será nada do tipo “sao intolerantes com a putaria”

  22. Henrique,
    Não sei sua idade e talvez você seja da minha faixa, mas fui contemporâneo do Corção quando ele já era velhinho. Eu lera e gostara muito de antigos livros dele e fiquei chocado com as besteiras que ele estava agora escrevendo na imprensa. Era ridicularizado e até velhos amigos o criticavam. Triste! Ele na época já estava muito longe do Corção de “A Descoberta do Outro” e “Fronteiras da Técnica”. Sic transit gloria mundi.

  23. Caro Virgílio,

    A única diferença entre o último Corção – aquele que escreveu o brilhante “O Século do Nada”, que fundou o grupo Permanência para refugiados da onda geral de apostasia dos anos 60 e 70, que assinou artigos da prosa mais angelical já escrita em língua portuguesa – e o Corção das fases anteriores foi, se alguma houve, um incremento notável na lucidez, na genialidade, na coragem. “Ridicularizado até por velhos amigos”? Quem seriam eles? O vermelho Dr. Alceu e a sua turma? Ora, faça-me o favor!

    Com todo respeito, mas o seu comentário parece retirado de há alguma décadas, quando todo mundo ainda se borrava de medo do patrulhamento e temia manifestar certas opiniões incovenientes. Hoje, e ainda mais neste site, ele não faz o menor sentido. Aliás, no tempo em que a estigmatização abjeta do Corção estava já no clímax, Nelson Rodrigues escreveu uma crônica em sua homenagem intitulada, se bem me recordo, “Tudo em Corção é Amor”. Recomendo-lhe que a leia.

  24. Henrique,
    Maritain “vermelho”, Merquior “vermelho”, Dr. Alceu “vermelho”… Acho que prá você até o Papa é “vermelho”. Pode até ser. Afinal, de contas, na mão inversa, o Stalin achou que o Trotsky, o Zinoviev, o Kamenev, o Tukachevsky, o Blücher, o Bukharin (que o Lênin chamava de “o filho querido do partido”), mais dois terços do CC do PCURSS e três quartos dos generais do Exército Vermelho, eram agentes do imperialismo! Se você tivesse o mesmo poder do Stalin, fuzilaria pelo menos metade dos cardeais e bispos da Igreja!

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