O Nobel que Tolkien não ganhou

As deliberações do comitê do Prêmio Nobel são mantidas em segredo por 50 anos, e só então os arquivos são abertos ao público. Ficamos sabendo quem foram os candidatos nomeados, quem os indicou e alguns comentários que os membros do comitê fizeram sobre ele.

Veio a público agora que, em 1961, Tolkien fora indicado ao prêmio por seu amigo C. S. Lewis. Anders Österling, crítico literário membro do comitê, contudo, julgou que a prosa de Senhor dos Anéis não era da melhor qualidade. Naquele mesmo ano concorriam Graham Greene e Robert Frost, mas o prêmio foi para o iugoslavo Ivo Andrić.

4 comentários em “O Nobel que Tolkien não ganhou

  1. “There was sorrow then too, and gathering dark, but great valour, and great deeds that are not wholly vain”.

    Lewis teria um certo viés, é claro, tendo encorajado Tolkien a escrever a estória.

    O primeiro link abaixo é para um ensaio entusiasmado (parcialmente reproduzido) que em outra edição impressa aqui na minha estante junta na verdade duas resenhas originalmente publicadas nos anos 50. Entusiasmado mas simples; basicamente chamando a atenção para o fato de que Tolkien escreve em registro mítico e por isso mesmo impregna de realidade o texto que propõe.

    O segundo link é para um diálogo dramatizado entre Lewis e Tolkien em torno desse tema, realidade e mito como sua chave de acesso. Uns nove minutos.

    O parágrafo truncado no ensaio do primeiro link continua completando a citação (“…but great valour” etc) do capítulo 2 do livro I da Trilogia. Lewis conclui: “´Not wholly vain´ – it is the cool middle point between illusion and disillusionment”.

    http://books.google.co.il/books?id=t1CpOOdxLfsC&pg=PA83&lpg=PA83&dq=c.s.lewis+tolkien%C2%B4s+the+lord+of+the+rings+this+ook+is+like+a+lightning&source=bl&ots=89b7qJOxHH&sig=tMqMs41Ua4K94l8zsyUC302YuH0&hl=en&sa=X&ei=9ssJT7TbF6bj4QTvnt3FCw&sqi=2&ved=0CCkQ6AEwAg#v=onepage&q&f=false

    http://www.youtube.com/watch?v=NzBT39gx-TE

  2. Em tempo.

    Um desafio que Lewis propõe de saída no ensaio que linkei é o da aproximação entre a “Confraria do Anel” e as “Canções de Inocência” do Blake, publicadas em 1789.

    Tolkien terá escolhido caminhos distintos, mas Blake partilha com seu conterrâneo a sintonia existencial e sábia com a memória do Paraíso perdido.

    É um paralelo exigente, mas há sim afinidades entre o “pendant” inocência/experiência em Blake e essa proposta absurdamente romântica do Tolkien (no sentido, sei lá, em que Bruckner ainda é romântico, não no sentido em que Fichte é romântico).

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>