É uma marca da superficialidade brasileira interpretar qualquer obra de arte apenas nas suas implicações políticas ou econômicas mais simplórias. Se fosse depender da mídia nacional e dos comentários que ouvi, nunca me interessaria por “4 meses, 3 semanas, 2 dias”, um filme romeno, ambientado no regime comunista de Ceaucescu, sobre uma jovem grávida que, auxiliada pela amiga, pratica um aborto clandestino. A vida é curta demais para gastá-la com propagandas pela legalização do que considero, francamente, uma prática hedionda. Foram duas resenhas americanas (esta e esta) que me fizeram mudar de idéia e aproveitar a oportunidade quando o filme passou na TV. E o que vi ia, de fato, muito além da cansada ladainha nacional sobre o drama feminino face ao conservadorismo malvado.
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