Será que é isso mesmo?

Pois é, já estamos nos aproximando do final de novembro e até agora nenhum sinal da nova Dicta. Será que é isso mesmo? Nenhuma novidade? Nenhum lançamento?

Nada mais longe disso! E nada de suspense também: dessa vez estamos com tantas novidades que não vai precisar. A verdade é que a Dicta No.6 já está saindo da gráfica e o lançamento já está marcado. Vamos contar tudo ainda nessa semana. Por enquanto só uma pequena pista para vocês verem quem anda nos lendo pelos ares…

63 comentários em “Será que é isso mesmo?

  1. Aliás, prepare-se para dobrar a língua…

    Aguardo!

    E se, não digo dobrar, mas morder a língua, serei o primeiro a reconhecer.

    E, cá para nós, puxam sim…

    (Mas eu gosto da revista. Li todas as edições. Mas, convenhamos, a coisa com o Olavo é escandalosa… Ou não?)

  2. O quê??? Vocês vão dar alguma atenção ao Olavo?? Olavo deve ser esquecido!! Pouca gente faz tão mal para estepaiz quanto ele. Nem o Lula chega perto.

    A revista vir a “reconhecer os méritos do Olavo de Carvalho” está apenas promovendo “os falsos méritos de um usurpador tardio”. Usurpador, sim, porque se diz “o maior educador do país”. Fala sério…

    Agora vocês perderam pontos comigo… tsc, tsc… E eu nunca vou perdoá-los por isso, viu? Seus bobos, chatos e feios!!

  3. Meu Deus! E eu que julgava que a Dicta só tinha leitores elegantes, inteligentes, sóbrios… Que obsessão doentia com o Olavo (que é muito bom, sim senhores)?

  4. Olavo tem tudo a ver com a Dicta, é o pai intelectual de toda esta turma que finge que nunca aprendeu nada com ele. Só querem saber de paparicar figurões do establishmente, fazer autopromoção e apresentar autores apresentados pelo Olavo (Girard, Lonergan, Frankl, Von Mises) como se fossem fruto de sua própria erudição…

    A Dicta está se tornando estéril, incapaz de trazer algo de novo. Em suas páginas só encontro: Olavo de Carvalho com nova embalagem e figurões do establishment…

  5. Diogo,

    1) A revista não é do Olavo;

    2) De onde você tirou que o pessoal da Dicta finge que não aprendeu nada com o Olavo? Se tivessem que prestar homenagem a todas as pessoas com quem aprenderam algo, seria necessário muito mais que 300 páginas na revista, começando pelas tias da pré-alfabetização;

    3) Apesar do item acima, a Dicta até já publicou um artigo do Olavo, quando não tinha qualquer obrigação de fazê-lo. Ou o professor educa o aluno esperando ser louvado no futuro? Se faz isso, não é um bom professor;

    4) O fato de a revista divulgar autores citados pelo Olavo (como se, no mundo, só ele citasse esses autores) deveria ser motivo de alegria para ele;

    5) Ou será que é preciso pagar uma espécie de imposto moral toda vez que se citar algum autor indicado pelo Olavo? Creio que o Olavo mesmo não concordaria com isso, ou ele estaria obrigado a citar todas as pessoas, cada uma que lhe indicou cada livro que cita em seu programa. Na minha opinião, ninguém é proprietário de exclusividade sobre indicações de leitura. Ou é?

    6) O que os olavetes querem? Fazer como os esquerdistas que eles próprios condenam e pautar a revista?

    7) O Olavo, como ele próprio diz, não é o salvador da pátria. Infelizmente, alguns olavetes prestam um culto irracional à figura do Olavo, como se ele fosse um novo Aristóteles, quando está bem longe disso;

    8) Que eu saiba, ninguém na Dicta obriga alguém a lê-la. Se os artigos da revista “não trazem nada de novo” para os olavetes ou só fazem cultuar um “establishment”, simplesmente deixem de lê-la e criem uma revista só para puxar o saco do Olavo. Façam isso e não percam tempo com a Dicta. Leiam só o Olavo e suas indicações. Quem os impede disso?

    9) A falta de bom senso impera.

  6. Pra que puxar o saco do Olavo? Ele mesmo faz esse serviço para a humanidade puxando o próprio saco enquanto uma legião o imita sem parar nem refletir um minuto sequer que a vaidade é o pior dos pecados. “Aquele que persegue monstros deve ter cuidado para não se tornar ele próprio um monstro”; “Existe uma misteriosa cumplicidade no mal entre os que não pareciam ser maus”. Pensemos.

  7. Zé Colméia,

    Gostaria de fazer algumas considerações sobre os nove ítens que você mencionou. Em primeiro lugar, o reconhecimento de uma dívida intelectual não é um elogio, mas simplesmente o registro de um fato. Quando os fatos dessa natureza são omitidos, a história intelectual de um país fica falsificada e mutilada. O papel decisivo que Olavo de Carvalho teve na formação de toda a presente geração de jovens intelectuais brasileiros é um fato especialíssimo pela simples razão de que não havia no país, então, nenhuma outra influência pedagógica que pudesse se comparar à dele, seja em qualidade, seja na extensão do seu raio de ação, que abrangeu vários milhares de alunos, numa época em que a vida intelectual brasileira havia se tornado um deserto. Não é inexato dizer que, além da sua criação filosófica e pessoal, o Olavo foi a única ponte a garantir que a herança intelectual brasileira dos anos 50-60 não se perdesse de todo. Dessa herança, o elemento mais valioso foi sem dúvida o pensamento de Mário Ferreira dos Santos, cuja redescoberta se deve exclusivamente ao Olavo e a ninguém mais. Numa época em que você, toda a sua geração e ninguém na intelectualidade acadêmica tinha sequer ouvido falar do Mário, o Olavo já conhecia a sua obra inteira, já o qualificava como o maior dos pensadores brasileiros e expunha a sua obra não só a platéias nacionais como estrangeiras, como depois veio a ser documentado no livro “O Futuro do Pensamento Brasileiro” de 1997. Naquela época, alguns dos redatores da Dicta deviam ter uns 12 anos mais ou menos. Quem, nas novas gerações, teria lido Mário Vieira de Melo, Paulo Mercadante, Meira Penna, José Geraldo Vieira, Herberto Sales, o próprio Otto Maria Carpeaux se Olavo não tivesse lhes mostrado a importância desses autores, que a intelectualidade acadêmica insistia em ignorar? Quem teria lido Bernard Lonergan, Eric Voegelin, Louis Lavelle, Xavier Zubiri, Mortimer J. Adler, A. D. Sertillanges, Maurice Pradines e tantos outros, tão estranhos ao meio acadêmico nacional? É incrível que pessoas metidas a educar intelectualmente os outros não saibam a diferença entre registro histórico e elogio. O que está acontecendo com Olavo não é falta de elogios, é a ocultação proposital de um débito intelectual dos mais óbvios e de uma importância histórica inegável. Não há na presente geração de jovens intelectuais um só que não deva ao Olavo até mesmo o acesso aos autores que leu. Porém, o fato de que a discussão toda gire em torno dos nomes de autores citados mostra que, de tudo o que Olavo ensinou, só sobraram na memória desses indivíduos os nomes de autores. O fato é que não há em toda a intelectualidade brasileira, acadêmica ou não, um só cérebro capacitado a apreender o conjunto do ensinamento filosófico do Olavo e dar-lhe uma interpretação razoável. Então a discussão acaba limitada a aspectos periféricos e irrelevantes. Mas a falsificação vai mais longe ainda. A frase “a Dicta até publicou um artigo do Olavo, quando não tinha a obrigação de fazê-lo” dá a entender que a revista prestou um gentil favor ao filósofo. Na verdade, foi a revista que, por duas vezes, pediu artigos ao Olavo o qual, por gentileza e condecendência, não se furtou a escrevê-los embora estivesse bastante ocupado com outras coisas. A frase deveria ser: OLAVO ATÉ CONSENTIU EM ESCREVER DOIS ARTIGOS PARA A DICTA, QUANDO NÃO TINHA OBRIGAÇÃO DE FAZÊ-LO. É espantoso que a falta de discernimento do “Zé Colméia” seja tão profunda que chegue ao ponto de fazer inverter a ordem dos acontecimentos. Agindo assim, a revista não está contribuindo em nada para sanar a miséria intelectual brasileira, mas para agravá-la em muito. Quanto a essa história de “culto idolátrico”, é apenas um chavão usado para dispensar o sujeito de raciocinar e examinar os fatos. Que “culto idolátrico” existe ao Olavo? Ninguém jamais o comparou a Aristóteles. Nem mesmo a Mário Ferreira. Existiria culto idolátrico se estivessem em circulação centenas de escritos acadêmicos bajulatórios como se fazem até para um Chico Buarque de Holanda ou Caetano Veloso. Nada disso existe com relação ao Olavo. O problema é que no Brasil as pessoas têm medo de admirar para não ser acusadas de “idolatria”. Qualquer expressão de humildade e gratidão é imediatamente rotulada de idólatra. Todo mundo tem a obrigação de falar em tom de menosprezo. Se reconhece que um outro lhe é superior, por mais óbvia que seja essa superioridade, já o acusam de idolatria. Existe uma inibição, uma proibição social de admirar — exceto ídolos do show business, é claro. Mas, do Olavo, não se pode sequer dizer que ele fez simplesmente o que fez. Basta isso para a pessoa ser tachada de puxa-saco.
    Essa discussão não existiria se alguém já tivesse feito, como deveria fazer, um estudo abrangente do trabalho pedagógico do Olavo e uma avaliação sociológica da extensão dos seus efeitos. Como ninguém faz isso, é natural que o assunto volte à tona cada vez que um autor introduzido pelo Olavo no Brasil é citado. Só para dar um exemplo, dezenas de escritores brasileiros escreveram artigos reconhecendo os autores que Otto Maria Carpeaux lhes havia revelado. Isso documentou uma influência pedagógica e não foi mais necessário voltar ao assunto. Como a natureza e a extensão da influência pedagógica do Olavo continuam ocultas, é natural que o assunto volte de novo à discussão cada vez que alguém, sem citar o Olavo, sai ostentando conhecimento de algum autor que lhe foi revelado por ele. O reconhecimento da dívida geral deveria ser anterior às citações particulares, como é normal em qualquer ambiente culto. Fora isso, note-se que, ao contrário do Carpeaux, Olavo jamais se limitou a citar esses autores em artigos ou em dois parágrafos como a História da Literatura. Ele deu vários cursos sobre cada um deles, totalizando alguns milhares de páginas transcritas. Para cada caso fez um estudo em profundidade e promoveu e insistiu com editores para que pusessem os livros desses autores em circulação. É de perder de vista a quantidade de tempo que Olavo passou lecionando sobre Voegelin, Lavelle, Pradines e outros tantos. Porém, toda uma geração de escritores brasileiros fez questão de documentar que devia ao Carpeaux o conhecimento de alguns autores. Isso é simplesmente normal na vida intelectual porque é nessas informações que se baseia a pesquisa em História das Idéias, Literatura Comparada, etc. Ao tratar a coisa como se fosse uma questão de “elogio”, você, Zé Colméia” só mostra uma incultura provinciana. Sem saber quem leu o quê e por intermédio de quem, não há como reconstituir a história intelectual de uma nação. É humilhante ter que dizer isso na área de comentários de uma revista de cultura.
    Cordialmente,
    Roxane Carvalho

  8. Roxane,

    vou continuar em tópicos:

    1) É verdade que o Olavo tem, sim, uma importância na formação intelectual de algumas pessoas de nossa geração. Mas não concordo de jeito nenhum com essa posição que você adota, segundo a qual o Olavo seria a única referência intelectual no país. Isso não é registro histórico. Não é um fato. Isso tem é um pouco de arrogância, que se expressa muito bem na frase: “não há em toda a intelectualidade brasileira, acadêmica ou não, um só cérebro capacitado a apreender o conjunto do ensinamento filosófico do Olavo e dar-lhe uma interpretação razoável”. Eu realmente me impressiono com essas afirmações generalizantes.

    2) Se houvesse, como você diz, uma ocultação tão grande da atividade intelectual do Olavo, como é que ele consegue tantos alunos e admiradores? Que tipo de ocultação faz com que alguém se torne tão popular? Eu não sei quantos alunos o Olavo possui em suas aulas, mas sou capaz de apostar que são em maior número do que os de qualquer professor universitário. Parece-me que essa “ocultação” é uma ótima propaganda, não?

    3) Quando disse que “a Dicta até já publicou um artigo do Olavo” (agora já são dois), estava mostrando que a revista dá, sim, parte de seu espaço para os textos dele. Pensei que isso estivesse claro no que escrevi. A colocação inicial foi a de que a revista não dá atenção ao Olavo, o que é falso justamente porque ela já havia publicado um artigo dele. E eu não inverti nada. Você acha que a publicação dos artigos do Olavo são essenciais para a existência ou sucesso da Dicta? É claro que Olavo não tinha qualquer obrigação de escrever os artigos para a revista. Mas a revista também não tinha qualquer obrigação de fazer o convite. Se não havia essa obrigação, significa que ela, voluntariamente, cedeu parte de suas edições para os textos do Olavo. Acho até que pode ser visto como gentileza e agradecimento mesmo, exatamente a mesma atitude de agradecimento que muita gente cobra da revista.

    4) Eu não faço parte da equipe da revista. Querer acusar a revista de “estar contribuindo para agravar a miséria intelectual brasileira” por causa de minhas afirmações é um erro. Não por causa do conteúdo das minhas opiniões, que pode ser um lixo mesmo. Mas é um erro atribuí-las ao pessoal da revista. O que escrevo aqui são tão somente minhas opiniões pessoais.

    5) O culto ao Olavo existe, sim. Eu não disse que todas as pessoas que gostam do Olavo se comportam desse jeito. Mas algumas o fazem de forma bem irracional. Isso se manifesta, por exemplo, na tendência que alguns alunos têm de aceitar como verdade qualquer opinião expressa pelo Olavo, só por ter sido o Olavo a dizê-la. A aceitação não passa por compreender o conteúdo, mas simplesmente por adotá-lo, num puro ato de crença, como opinião pessoal cega. Não há qualquer esforço em estudar o que há por detrás de certas afirmações e chegar por si mesmo a algumas conclusões. Veja, não estou dizendo que todos façam isso. Mas é nesse sentido que falo de culto ao Olavo. Eu mesmo admiro a capacidade intelectual do Olavo, mas não aceito tudo o que ele diz só porque é “O Olavo”, como alguns fazem. E já conversei com pessoas que acham mesmo, literalmente, que Olavo é um novo messias, ou um novo Aristóteles. No entanto, infelizmente, não tenho gravações para provar isso.

    6) Eu não coloco em dúvida o esforço do Olavo em suas atividades de ensino. Mas questiono muito essa reclamação de que não se presta o devido tributo a ele. Eu não conheço ninguém que seja ou tenha sido aluno do Olavo e negue a importância que o professor teve em seus estudos. O que vejo é o exato oposto. No entanto, parece que o elogio nunca é suficiente. Há reclamações constantes exigindo que Olavo seja citado, por exemplo, todas as vezes em que se fala sobre Foro de São Paulo. Acho isso de uma mesquinhez gigantesca, ou, como o próprio Olavo diz, uma “perda do senso de proporções”. Chega-se ao ponto de deixar a discussão sobre o real problema do FSP de lado, para ficar brigando sobre a importância do “descobridor” do Foro. Oras, perdem-se um tempo e um esforço enormes nisso, e o foco é desviado para questões secundárias.

    7) Realmente, é importante saber quem lê o quê. Mas meu ponto é diferente. Reclamo é de se colocar o Olavo num pedestal. Quando afirmei num comentário anterior que Olavo deveria ser esquecido, isso foi um exagero, para servir de contraposição à exigência que comumente se faz nos sites ditos de “direita”, segundo a qual o Olavo é a única figura digna de ser protagonista no ambiente cultural brasileiro, outro exagero.

    8) Minha incultura é provinciana mesmo. Admito.

  9. Correção no item 3) – onde se lê “publicação dos artigos do Olavo são essenciais”, leia-se “publicação dos artigos do Olavo é essencial”. Isso que dá mandar o comentário sem revisão… tsc tsc

  10. Roxane,

    meu nome é Marcelo.

    Mas por que você precisa saber o meu nome para continuar a discussão? Pode me chamar de Zé Colmeia. Acho legal. :)

  11. Roxane e Zé Colméia,

    Essa é uma discussão que vemos em incontáveis sites, blogs, redes da internet. Sempre debatendo a real importância do Olavo para intelectualidade brasileira (que para mim é gigante e indiscutível) e com o tema do culto a ele sempre presente. Acredito que estão sempre surgindo essas discussões porque existe um extremismo em ambos os lados. Gostaria de dar um pouco da minha opinião comentando alguns tópicos do Zé Colméia:

    1. Olavo não só possui uma grande importância para a formação intelectual dessas novas gerações, mas é essencial, para essas e as próximas. Roxane não considera que Olavo seja a ÚNICA referencia intelectual, e sim que “não havia no país, então, nenhuma outra influência pedagógica que pudesse se comparar à dele”, “numa época em que a vida intelectual brasileira havia se tornado um deserto”, isso fica bem claro no texto. Entretanto, também discordo que “não há em toda a intelectualidade brasileira, acadêmica ou não, um só cérebro capacitado a apreender o conjunto do ensinamento filosófico do Olavo e dar-lhe uma interpretação razoável”, e ainda acredito que o Olavo também discordaria dessa frase. Seu próprio trabalho intelectual e pedagógico no Brasil gerou frutos que, felizmente, tornaram essa afirmação falsa.
    2. Acredito, sim, que essa ocultação exista (porém não de forma sistemática), como foi bem documentada por Ronald Robson no seu texto “Sobre o medo de ser flagrado lendo Olavo de Carvalho” (http://www.olavodecarvalho.org/textos/081226sobreomedo.htm). Muitos dos seus alunos, quando consideram que o aprendizado com o Olavo já está saturado, passam a negar sua influência, tentando mostrar uma independência intelectual e posar, não de influenciados, mas de influenciadores. Quando, muitas vezes, não possuem uma mísera idéia própria na cabeça, e as poucas que têm, devem ao Olavo. Porem, não é a maioria dos que dele aproveitaram intelectualmente que sofre dessa doença intelectual, não chegando nem a ser uma parte muito relevante. Prova de que essa ocultação não é sistemática é o fato de que todos nós sabemos, como fica claro desde o início da discussão, que o Olavo é o pai intelectual de toda essa turma da Dicta, e também de seus leitores. Isso não é segredo para ninguém.
    3. O Olavo não ganha nada publicando um texto na Dicta, quem ganha é a própria revista e os leitores. Ela não “cedeu parte de suas edições para os textos do Olavo” como forma de “gentileza e agradecimento”. Assim como não cedeu generosamente um espaço para o Llosa publicar um texto seu. Em ambos os casos, para fornecer o melhor para seus leitores, a revista pediu para um grande intelectual escrever um texto para ser publicado. É a revista aproveitando o trabalho de grandes homens para fornecer um produto de qualidade, e não homens aproveitando de uma grande revista para tornar seus textos de qualidade.
    4. –
    5. Realmente existem certas pessoas que possuem uma admiração irracional em relação ao Olavo. Que concordariam com qualquer coisa que ele dissesse. Que não admitiriam que ele cometeu um erro nem mesmo após ele próprio tê-lo admitido. Essas pessoas são poucas, mas vejo com certa freqüência na comunidade do Olavo no Orkut, principalmente. Não sou suspeito para falar sobre isso, pois sou, sem duvida, um dos maiores admiradores do Olavo. Tenho 19 anos e devo a ele toda a formação intelectual que tive até hoje, e que terei daqui pra frente. Nunca deixarei de admitir isso. Apesar de atualmente ter algumas discordâncias, mas que ainda são irrelevantes, pois tenho muito o que ler, estudar e amadurecer intelectualmente. Mas ele mesmo me ensinou: “Admiração não é concordância”. Acho que no Brasil falta muita admiração verdadeira ao Olavo, como ele também disse: “no Brasil é proibido admirar” (tirando Chico e Cia), mas sobra essa admiração estúpida que vejo em alguns, que não vale de nada. Que não é nem maior que a minha, mas é de forma estúpida.

  12. Na verdade, toda esta celeuma entorno da influência de Olavo de Carvalho poderia ser resolvida de um modo bem simples. Bastaria que cada um dos leitores e articulistas sondasse a sua memória para descobrir quando e em que circunstância precisa conheceram certos autores; quando e em que circunstância tiveram certos insights; e quando e em que circunstância souberam de determinados fatos que moldaram a sua formação.

    Se a estas circunstâncias sempre estiver associada a figura de Olavo então é porque ela constitui influência constante, talvez mesmo onipresente. Se foi somente através dele que estas pessoas travaram contato com os autores citados por Roxane então o débito é óbvio e impõe-se em razão dele a obrigação de dar a César o que é de César, prestar o tributo a quem lhe é dono de direito. Não se confunda este reconhecimento com elogio.

    Naturalmente, se estas pessoas conheceram estes autores mediante outras fontes e não por intermédio do homem, então fica desfeito o equívoco. Mas, não creio que esta geração de jovens intelectuais tenha tido contato direto com estes autores. Foram, afinal, procurar Voegelin nos recessos da bibliografia inglesa e america antes do Olavo ou independente dele? Conheceram Lonergan através de quem? Conheceram Mário Ferreira através de quem? Lendo, solitários, na biblioteca do mosteiro de São Bento suas obras completas e, desta leitura, atinando com a grandeza do seu pensamento, novamente de forma independente do trabalho de interpretação e divulgação do Olavo?

    De minha parte, eu conheci estes autores através do Olavo e, na minha formação, entre outras fontes “associadas” digamos assim influíram os artigos de O Indivíduo, alguns dos quais assinados por ex alunos de Olavo, cujo impacto na formação foi bem grande e está documentado nestes artigos antigos.

    Quem eu não conheci através do Olavo foi René Guénon. Conheci casualmente em um trabalho escolar e de sua leitura extensa devo pouco ou quase nada às indicações de Olavo pois a fiz numa época em que não o conhecia. Neste caso específico, aí sim, há um exemplo de alguém que chegou a um autor muito freqüentado nos meios “conservadores”, mas não o fez através do Olavo de Carvalho (não seria demérito se o fizesse, aliás, mas fatos são fatos).

    O mesmo, não creio, se pode dizer de inúmeros que vivem a papagaiar as idéias de René Guénon e se confrontando com Olavo inclusive na defesa algo quixotesca destas idéias, mas chegaram a elas através dele e nunca tiveram a sinceridade de admitir.

    Mas, para não terminar a mensagem neste tom genérico só uma última observação, esta dirigida a Marcelo (Zé Colmeia)

    Quando você fala que não há uma ocultação do nome de Olavo e dá como indício o número dos seus alunos e a extensão da sua influência parece nao lhe ocorrer a hipótese de que estas duas coisas acontecem a despeito da tentativa de minorar a sua influência por parte de alguns, e por dois fatores óbvios – a qualidade intrinseca do seu trabalho e a falta de congêneres no cenário nacional.

    É impressionante que uma hipótese tão ululantemente óbvia, como diria o Nelson Rodrigues, escape a um argumentador cioso em tecer críticas a irracionalidade alheia. É, Marcelo, parece que o desejo de acusar lhe suprimiu, momentaneamente, espero, a racionalidade.

  13. Vítor,

    Só um breve comentário sobre o item 3:

    O que estou dizendo desde o início é que a Dicta tomou a iniciativa de publicar dois textos do Olavo. Concordo que Olavo e Vargas Llosa são intelectuais importantes, que valorizam a revista. Mas se trata de uma questão cronológica. Foi a revista que fez o convite ao Olavo. Sem o convite, não haveria os textos dele nas edições. O fato de o Olavo ser um importante intelectual não leva necessariamente à publicação de seus textos na revista. A mesma coisa com relação ao Vargas Llosa. Porém, ao contrário, se a revista estivesse, como apontou o Diogo no início da discussão, desconsiderando o Olavo, ela não teria feito o convite, certo? E, nesse caso, haveria a publicação dos artigos? Não.

    ————————————-

    Ricardo,

    Você está enganado, meu caro. Eu sou permanente e completamente irracional. Ou, pior ainda, sou tão cego que não consigo mesmo ver indícios de um complô contra o Olavo. Na boa, você acha que importa se sou um estúpido ou um doido varrido? Então eu digo aqui: eu sou um estúpido e um doido varrido!!

    Quanto aos autores, vejamos… Acho que só sobre o MFS e o Guenon eu ouvi falar por causa de algumas vezes em que escutei o True Outspeak. Meu primeiro contato com Voegelin foi por indicação de um amigo, há poucos meses. Lonergan, até essa discussão, eu desconhecia. De qualquer modo, não li nenhum deles. O que eu gosto mesmo de ler é Asterix.

    Vamos deixar uma coisa bem clara aqui: eu não estou desmerecendo a importância do Olavo. Já falei anteriormente que até admiro sua capacidade intelectual, como admiro a de outras pessoas também, que não têm nada a ver com o Olavo. Se ele foi mesmo o grande mentor do pessoal da Dicta (e eu não conheço a biografia de cada participante da revista para ter certeza disso), ótimo!! Isso é muito bom, porque eu gosto bastante da revista!!

    O que eu não posso concordar de jeito nenhum é que alguém acuse a revista de não dar espaço ao Olavo, chamando sua equipe de “puxa-sacos” de sei lá o quê. Essa é uma acusação despropositada e injusta, que não faz o menor sentido. E essa atitude, ao meu ver, é fruto do chamado “culto ao Olavo”. Por isso, respondi ao Diogo dentro do mesmo espírito em que ele se manifestou. Se é pra baixar o nível, nóis baixa.

    E o que há de errado em eu dar minha opinião? É proibido achar que o Olavo não é “O Cara”? É imoral isso? Pior, se minha opinião é tão maluca assim, tão estapafúrdia, por que simplesmente não me ignoram? Deixem-me alimentar minha maluquice, minha incultura provinciana ou minha irracionalidade. Não quero ser salvo, nem quero virar intelectual!! Apesar de parecer que estou tendo meu minuto de fama, o negócio já está perdendo a graça…

    Sabem o que é? Na verdade, vou confessar: eu sou um agente secreto do Foro de São Paulo agindo na seção de comentários da net… é sério!! Podem procurar por aí… Só queria, de vez em quando, ganhar um dinheirinho por causa disso.

  14. Marcelo (Zé Colméia),
    Quando você diz: “E o que há de errado em eu dar minha opinião?”
    Respondo que não há nada de errado. O mesmo vale para quem a comente, concorda? Você disse que esse negócio está “perdendo a graça”, pois eu digo que é agora que está começando a ficar animado.
    Por isso, vou responder ítem por ítem da sua primeira resposta às minhas ponderações:
    1) Você conhece alguém que tenha o “pé atrás”, (ressalvas, restrições, admiração com reservas, e por aí vai) com Olavo e que, ao mesmo tempo, tenha apreendido o conjunto do ensinamento filosófico do dele?
    2) Ele consegue tantos alunos e leitores graças às coisas que ele mesmo diz e não pelo que os “admiradores” de “pé atrás” — e até mesmo os detratores — dizem a respeito dele. Isso significa que ele, praticamente sozinho, exerce uma influência considerável graças ao espaço que obteve unicamente por mérito próprio. Com isso, ele ampliou e enriqueceu o horizonte cultural de alguns setores do ambiente letrado brasileiro de tal modo que as gerações mais jovens imaginam que este horizonte sempre esteve à disposição. Faça uma experiência, imagine como seria a atmosfera cultural no Brasil de hoje sem o Olavo. Elimine a figura dele, as aulas, os artigos e toda a contribuição que ele deu. Se depois disso você me provar que os jovens intelectuais conservadores teriam acesso às mesmas referências culturais, às mesmas fontes que têm agora, eu volto atrás em tudo o que disse.
    3)Se a Dicta é uma revista de cultura, ela tem sim obrigação de publicar tudo aquilo que seja relevante na cultura brasileira. Não creio que você considere irrelevantes as coisas que Olavo tem a dizer. Além disso, um gesto de agradecimento implica em doar algo àquele a quem se deve gratidão e não em pedir ou oferecer um “toma-lá-dá-cá”. O oferecimento do espaço da revista não é propriamente um agradecimento. Agradecimento é o que Olavo deu ao Mário Ferreira dos Santos, tornando inteligíveis ao público que o desconhecia as toneladas de manuscritos de difícil compreensão até para estudiosos de filosofia. Agradecimento é o todo seu empenho voltado ao trabalho de compreender e traduzir aos leitores um tesouro desconhecido. E se ele reclama de algo quanto ao Mário e os demais autores, não é porque queira elogios, mas porque seria bom que as pessoas empenhadas em propagar o ressurgimento da filosofia brasileira tivessem consciência da seqüência histórica desses fatos, sem saltar etapas e atribuir méritos de “desbravadores” a quem chegou com mais de duas décadas de atraso. Não estou cobrando agradecimento, mas simplesmente peço que parem de fazer de conta que Olavo não fez o que fez perfeitamente bem.
    4) Pelo tom da sua argumentação, parecia que você estava assumindo a defesa da revista, por isso pensei que as suas palavras fossem as de um membro da equipe.
    5) Acredito no seu testemunho, no entanto, não creio que isso seja um “culto” à personalidade, mas apenas o entusiasmo de uma descoberta que foi feita através de um professor, de um mestre, que nos abre um horizonte valiosíssimo. A própria continuidade nos estudos dará a essa pessoa a dimensão correta, a medida exata do tamanho dos seus mestres, dos conteúdos que pretende estudar, dos autores, etc. O apelo à “unidade da consciência na unidade do conhecimento” — e que somente a “testemunha solitária’ é capaz de realizar plenamente o ato de conhecer — é radicalmente oposto ao culto à personalidade. É um apelo à capacidade individual de enxergar, por si mesmo, com toda clareza até mesmo aquilo que ninguém em torno consegue perceber. Olavo está o tempo todo chamando a pessoa à consciência, à percepção da realidade, à capacidade de discernimento, à elevação da inteligência propriamente dita.

  15. 6) Alguma vez você viu na grande mídia alguém dizer que as informações sobre o Foro de São Paulo foram ocultadas durante dezesseis anos? Você tem idéia de quantas vezes ele foi tachado de louco, de obsessivo, de repetitivo, de lunático — e outros adjetivos mais extravagantes — por insistir em trazer à luz esse crime que a imprensa brasileira insistia em esconder? Talvez hoje o Brasil não estivesse com o terceiro mandato petista no governo, se alguns colegas de profissão na grande mídia tivessem dado ouvidos ao Olavo. Pimenta no olho dos outros é refresco. A denúncia e as previsões acertadíssimas (todas elas) que ele fez a partir da descoberta do FSP foi um trabalho de ciência política dos mais importantes que já vi. Foram previsões acertadíssimas. Só faltou dizer a hora e o local dos acontecimentos. Alguém alguma vez declarou isso em voz alta na grande mídia? Até onde sei, ele recebeu um sincero reconhecimento na coluna do Reinaldo Azevedo e da Bárbara Gancia. Se você se lembrar de mais alguém, agradeço.

  16. 7) Se você puder me mostrar outra figura que esteja atuando como protagonista no ambiente cultural brasileiro e que seja, ao mesmo tempo, um legítimo propagador de conteúdos mais relevantes que os do Olavo, agradeço novamente. O reconhecimento de um acontecimento escandaloso não é, de maneira alguma, colocar aquele que revela o escândalo num pedestal.

  17. Roxane,

    você tem toda a razão: todos têm o direito de fazer suas considerações. Se deixei passar a impressão de que penso o contrário, aqui desfaço o equívoco.

    Digo que a conversa está perdendo a graça porque tenho que ficar repetindo as mesmas coisas que disse. Ou mesmo explicar que não falei algumas coisas que alguns supõem. Creio que fui claro nos meus pontos, mas ficar repetindo tudo é um tanto cansativo e chato, porque não tenho muita paciência. E, sinceramente, ainda não vi onde está a animação.

    1) Eu não conheço o conjunto do ensinamento filosófico do Olavo para avaliar o que você me pergunta. Como vou avaliar se alguém apreendeu tudo o que o Olavo tem a ensinar? Talvez sim, talvez não. Eu simplesmente não sei. O que me surpreende na frase “não há nenhum intelectual no Brasil capaz de apreender o conjunto de ensinamentos do Olavo” é o fato de existirem muitos professores e estudantes no Brasil, não? Claro, há os de baixa qualidade, em maioria. Mas também há os de alta qualidade. Dentre todos, há, inclusive, todos os alunos do Olavo. Mesmo assim, é muito difícil afirmar uma frase tão forte como essa sem conhecer cada uma das pessoas que estudam e ensinam no Brasil, acadêmicas ou não, ligadas ao Olavo ou não, e avaliar se entendem ou não toda a filosofia do Olavo. Creio que essa avaliação não foi feita, porque um experimento desse tamanho é impossível. Seria necessária uma boa dose de onisciência.

    2) Roxane, sim. É verdade que o Olavo consegue seus alunos graças ao que ele próprio diz. Concordo. O que afirmei no item 2) é que não creio que haja um complô de ocultação direcionado contra o Olavo. Há, sim, uma preponderância ideológica nas discussões acadêmicas. Mas isso não significa um esforço geral contra a pessoa do Olavo. Eu já vi trabalhos acadêmicos que utilizam livros do Olavo como referências e os discriminam em suas bibliografias. Acho até que seja possível encontrá-los na internet. Já escutei professores que falam bem do Olavo, mesmo que lhe teçam algumas críticas. Além disso, os livros do Olavo continuam sendo publicados. O fato de o Olavo ser um dos professores mais conhecidos e comentados do Brasil também mostra que ele tem um alcance grande de público. Por isso, não creio que haja um movimento de deixar o Olavo no ostracismo histórico, não.

    3) Eu acho que o oferecimento do espaço da revista pode ser visto, sim, como um agradecimento. Mas, ok. Digamos que o convite que a revista fez ao Olavo não tenha sido um agradecimento da forma como você o define. O problema, Roxane, é que há gente afirmando que o pessoal da revista não se sente agradecido pelo que aprendeu com o Olavo, ou mesmo nega esse aprendizado. Chamam a revista até de puxa-saco. Não sei de onde tiram essas acusações, porque as evidências apontam para o contrário. Mesmo se a revista não tivesse publicado sequer uma nota de rodapé sobre o Olavo, esse tipo de conclusão seria, no mínimo, precipitado. Até acho que a publicação de artigos na revista não seria a melhor maneira de realizar um agradecimento do tipo que o Olavo fez com o MFS. Para isso, seria necessário escrever alguns livros. A revista, da forma como foi proposta, não me parece ter como fazer isso.

  18. Eu não tinha visto que havia os outros dois comentários. Vamos lá.

    6) Mas essa questão é secundária. E daí que Olavo foi tachado de louco? Ainda há gente que o chama do mesmo jeito. Ele liga? Acho que não. Isso o impediu de ter alunos? Também não. Como você disse, as pessoas podem tecer as opiniões que quiserem, não é? Já reclamaram da minha irracionalidade e da minha incultura aqui. E eu esbocei uma reclamação. Mas, de fato, eu não tenho direito a reclamar. Você está certíssima. Já entrei em discussões com pessoas que faziam a mesma reclamação que fazem contra a Dicta agora – que ela não dá o reconhecimento devido ao Olavo -, mas que, na época, reclamavam exatamente do Reinaldo Azevedo. Reclamavam que o Reinaldo falava do Foro, sem citar o Olavo. O problema é que ele já havia citado o Olavo antes, sim. Mais de uma vez até. Por que essas pessoas reclamavam sem nem saber do que estavam falando? É o mesmo caso agora, com o “agradecimento” da revista. E que “senso de proporções” é esse? Saber quem divulgou o Foro ou o MFS é mais importante do que o Foro ou o MFS em si? Eu acho que não. E eu não vejo nenhuma necessidade de se falar do Olavo todas as vezes em que se comenta sobre o Foro. Seria como exigir que se falasse de Pedro Álvares Cabral sempre que se fala sobre o Brasil. Parece mesmo algo como exigir um “copyright”.

    7) Uma rápida pergunta: se o Olavo está atuando como protagonista, onde está a ocultaçaõ? Mas há vários protagonistas. Há muitos professores, em diversas universidades brasileiras, que atuam ensinando mais conteúdo dentro de suas áreas de estudo do que o Olavo. É lógico!! Como querer que o Olavo saiba mais sobre “Mercado de Opções”, por exemplo, do que um professor de economia financeira? Ou mesmo dentro da área de Filosofia. Há gente no Brasil que sabe mais, por exemplo, sobre a obra de Santo Tomás de Aquino do que o Olavo. E há outros, com diferentes especialidades. Pode ser que Olavo seja o maior especialista em René Guenon no Brasil, sim. Mas isso é diferente de dizer, com uma certeza impressionante, que ele é o maior intelectual do país. Eu poderia citar nomes importantes, fora e dentro de nossa universidade, que têm uma importância grande no meio intelectual. Mas não vou fazê-lo. É desnecessário, por ser lógico. É impossível afirmar com certeza que o Olavo sabe mais sobre qualquer área do conhecimento entre todas as que existem no Brasil, mesmo se reduzíssemos essas áreas aos conteúdos “mais relevantes”. Eu diria que saber pedir com sinceridade a misericórdia divina é o conhecimento mais importante, como diz . O que o Olavo sabe sobre isso? E quem pode julgá-lo? Como saber quem sabe mais sobre isso? Afirmar peremptoriamente que Olavo sabe mais do que qualquer outro professor de qualquer área seria colocá-lo num pedestal, mesmo em se tratando dos temas “mais relevantes”. É nesse sentido que falo que seria um erro. Não tem nada a ver com a revelação de algum escândalo. O Foro de São Paulo é um assunto diferente.

    Mas, perdoe-me, Roxane, vou sair da discussão, porque ela já encheu o meu saco. Prolongou-se muito mais do que eu esperava e está me tomando um tempo que não quero mais perder. Prometo que, da próxima vez, vou pensar duas vezes antes de fazer qualquer comentário, porque não pensei que a continuação pudesse ser tão longa.

  19. Zé Colméia,
    Sua resposta foi muito vaga e por isso repito a pergunta:
    Você conhece alguém que tenha o “pé atrás”, (ressalvas, restrições, admiração com reservas, e por aí vai) e que, ao mesmo tempo, tenha apreendido o conjunto do ensinamento filosófico do Olavo?
    Se me mostrar uma pessoa ao menos, volto atrás em tudo o que disse.
    Se preferir parar por aqui. Fique à vontade.

  20. Este comentário vai tanto para a Roxane como para o Zé Colméia. Vcs se esqueceram do seguinte trecho do editorial do terceiro número da revista?

    http://www.dicta.com.br/edicoes/edicao-3/editorial/

    “É preciso também fazer uma especial e agradecida referência ao artigo de Olavo de Carvalho, outro que teve de “tirar leite de pedra”, horas de onde não as havia, para atender ao nosso pedido de um artigo sobre Mário Ferreira dos Santos. Era uma dupla homenagem que precisávamos fazer havia já algum tempo: Olavo despertou intelectualmente toda uma geração de jovens brasileiros, e continua a ser hoje o único capaz de analisar com o devido conhecimento de causa a solitária figura de Mário Ferreira.”

    Ou essa Roxane – e os demais olavetes – é marinheira de primeira viagem ou sofre de perda de memória voluntária…

    Saudações

    Edson

  21. Edson,

    Claro que é um agradecimento. Eu nunca disse que Henrique Elfes é mal educado, nem quero desmerecer a revista que tem qualidades inegáveis, mas evidentemente há uma diferença entre agradecer um artigo e reconhecer o trabalho civilizatório, sem similares, feito sobre toda uma geração.

    Comentário do Olavo:
    “Por mais que tentem encobri-lo, o meu lugar na história cultural brasileira está assegurado, mas eu não tenho nada a ganhar com isso. Os benefícios da história são para os que viverão no futuro, não para aqueles cuja vida ela consagra. O julgamento da história não significa nada para quem sai dela. O que interessa é o julgamento de Deus. Eu quero um lugarzinho na eternidade, não na história do Brasil. Será que no Céu alguém sabe onde fica o Brasil?”

    Roxane

  22. Outro comentário do Olavo:
    “Estou careca de saber que centenas ou milhares de professores universitários me citam nos seus cursos, o que já é sinal da influência pedagógica que tenho exercido. Um sujeito não pode, ao mesmo tempo, pedir elogios e reclamar que não há ninguém, na presente geração, capacitado a julgar sua obra como conjunto. Na geração anterior, hoje nonagenária ou falecida, ela já foi julgada e aprovada entusiasticamente. Refiro-me a Miguel Reale, Herberto Sales, Vamireh Chacon, Josué Montello, Meira Penna, Bruno Tolentino e tantos outros. Dos sessenta anos para baixo, não há ninguém com a envergadura desses homens. O que me interessa é que a presente geração não perca o fio da meada da sua própria história por simples inibição de reconhecer de onde vieram suas idéias. Desde o episódio do Foro de São Paulo, a falsificação histórica tornou-se endêmica neste país. Eu não tenho nada a perder com isso: se tivesse algo a ganhar com os aplausos brasileiros, não teria mudado de país. Quem tem a ganhar com a restauração da consciênica histórica são vocês, não eu.”

  23. Mais uma observação do Olavo:
    “Um exemplo de falsificação histórica vem da própria É Realizações. Durante anos exerci ali, informalmente e gratuitamente, — para dar estímulo a uma empresa novata — o papel de diretor editorial, sugerindo para publicação praticamente todos os livros que hoje constam do catálogo da editora, com a única exceção dos de RPG e um ridículo livretinho sobre teologia gay. Todos os autores que hoje fazem a reputação da editora eram completamente desconhecidos ali até que eu abrisse os olhos do editor Edson de Oliveira. Mas não me limitei a indicar livros: fiz a ponte entre o editor e vários autores , como Mendo Castro Henriques, Angelo Monteiro, Paulo Mercadante, Mario Cesar Flores, bem como a família de Mario Ferreira dos Santos, colocando o meu círculo de amizades pessoais à disposição de uma empresa que não apenas nunca me pagou por isso, mas se esquiva até de reconhecer o benefício recebido. O catálogo inteiro da É Realizações não é senão a expressão materializada do meu trabalho intelectual, ou melhor, de uma parte dele. Reconhecer isso só honraria o nome da editora, mas como se sabe, o brasileiro tem horror a reconhecer qualquer superioridade intelectual: quando elogia, tem de fazê-lo desde uma altura olímpica, fingindo que está dando uma ajudinha a um principiante. Tudo isso é sintoma da deformidade mental que uma política abjeta impôs como norma a todo o país. Quem a segue não sente o quanto sua conduta é anormal, porque ela se tornou generalizada e até obrigatória.”

  24. Olavo se esqueceu de dizer que até o núcleo inicial do público da É Realizações foi ele quem forneceu. O problema com a É Realizações não é só uma questão de reconhecimento, é uma questão de direito trabalhista. Além disso, é uma presunção tola da É Realizações imaginar que ela tenha o mérito de haver “divulgado” o trabalho do Olavo. Como seria possível uma editora principiante, totalmente desconhecida, “divulgar” um autor que então tinha pelo menos dois best sellers publicados (um pela Faculdade da Cidade, outro pela Topbooks) e centenas de milhares de leitores nas suas colunas do Globo, Época, Zero Hora? Como pode um ilustre desconhecido “divulgar” um autor de sucesso?

  25. Roxane,

    A discussão não vai mais prosseguir. Então vou dirigir esta mensagem a você mesmo, para que você saiba de outros fatos interessantes a juntar à lista dos fatos relativos a ocultação de Olavo no meio brasileiro.

    Na Universidade Federal da Bahia, da qual faço parte como aluno, soube de cinco fatos relacionados a ocultação do Olavo – ou a “críticas” canhestras desferidas contra sua pessoa e obra: 1) Uma professora disse que não se deveria ler o livro dele sobre Schopenhauer porque seu autor era de direita e havia tentado “destruir a carreira da professora Marilena Chauí”. 2) Em relação a este mesmo livro dissuadiram um outro professor, especialista em Schopenhauer, de escrever um artigo crítico a introdução do referido volume, por tratar-se de obra saída da lavra de um intelectual “irrelevante” 3) Um prof. criticou Olavo chamando-o de “hegeliano”. E, embora reconhecendo-lhe os méritos literários, reduziu sua importância filosófica a zero porque, segundo ele, o escritor de o Jardim era um mero “historiador das idéias” 4) Um prof. de história repreendeu um aluno por haver citado em trabalho seu o nome de Olavo de Carvalho 5) Outro prof. de filosofia reclamou de um aluno por conta de uma menção que este fez a apostila sobre a introdução das Investigações Filosóficas de Husserl. Por fim, o prof. comparou Olavo a Merquior dizendo que, se era para citar algum autor de direita, citasse ao menos bons intelectuais como Merquior.

    Não um fato, mas cinco. Aconteceram no curto período de tempo em que estou na UFBA. Estes fatos revelam, evidentemente, o intuito de esconder a influência do Olavo ou lançar alguma pecha negativa sobre a sua obra e sobre a sua pessoa.

    Claro que este conjunto de fatos não denota a existência de um “complô”. A ninguém ocorre a idéia de que estas pessoas façam conchavos periódicos com o objetivo de tecer estratégias de ocultação premeditada. Esta ocultação acontece, nestes casos aos quais me referi, porque as críticas de Olavo a universidade brasileira e a esquerda criaram uma prevenção coletiva contra ele na academia e entre intelectuais de esquerda (quase um pleonasmo, alias). E como há um forte laço de corporativismo entre professores universitários, que se apoiam uns nos outros para dar credibilidade às suas opiniões, então a ocultação ocorre por força destes hábitos.

    Claro que há malícia consciente e grupal nesta atitude, mas dizer que eu e Roxane estamos apontando um “complô” é querer dar ares de absurdo a um processo compreensível e factualmente comprovado. Nunca houve complô, o que há é ocultação coletiva e intencional da parte de pessoas incomodadas com as críticas de Olavo a certos grupos, ao passo que entre os conservadores existe o velho desejo diagnosticado pelo dr. Freud de ver-se livre do “pai”. A situação tem algo de irônico, mas a explicação de Freud parece casar-se curiosamente a ela, e, como já reza o velho dito italiano, se non è vero, è ben trovato…

  26. Da. Roxane, boa noite!

    Em primeiro lugar, cumpre-nos a missão de elucidar alguns pontos:

    1) A “descoberta” do Foro de São Paulo, não é do Dr Olavo, mas sim do Dr Graça Wagner. Isso já foi dito em mais de uma ocasião, pelo próprio Dr Olavo. Embora eu ache tudo uma paranóia sem prova alguma. E não me venham com aquelas de “atas” pois aquilo não prova nada.

    2) Sobre a obra do Mário Ferreira dos Santos, Olavo tem sido o principal propalador de suas virtudes. Mas a divulgação, em si, se deve aos imensos esforços da família do filósofo. Não sou retardado de negar a influência do Dr Olavo na divulgação da obra em questão – negar isto está foa de questão .

    3) Von Mises, Voegelin, Zubiri, René Guenon e outros gnósticos eram abertamente conhecidos no meio universitário nos anos OITENTA. O que ocorre, é que pela plena expansão da “ope vulgata(minúsculo, mesmo)”, a maioria dos portadores de diploma do Brasil, não consegue sequer distinguir o próprio nome numa placa. Olavo os acertou em cheio.

    4) Quando Olavo diz(…) ” se tivesse algo a ganhar com os aplausos brasileiros, não teria mudado de país. Quem tem a ganhar com a restauração da consciênica histórica são vocês, não eu”(…) DAS DUAS UMA:

    – Ele é um trêfego, o que eu não duvido. Olavo{e estou falando sério} é um dos maiores humoristas[no melhor sentido da coisa] em atividade no Brasil. Uma pena que essa veia não tenha sido convenientemente descoberta. Repetindo: digo isso com pureza de coração, Olavo é um comediante de primeiríssima linha! Não no sentido pejorativo(frisando).

    – Ele não presta atenção no que escreve. Pra quem dirige o seu show ao público brasileiro, Olavo tem que NO MÍNIMO desejar a audiência brasileira. Se ele a deseja, aos italianos que não pede aplausos.

    HONESTAMENTE, prefiro acreditar na primeira hipótese.

    Concluindo:

    Dr Olavo tem vários méritos, incluindo o de ser uma das únicas vozes CORAJOSAS a enfrentar o “estabilishment”. Também, nessa senda, devo lembrar que o Dr Olavo é o reintrodutor do pensamento direitista no País. Antes dele, estava esmigalhado.

    Porém, é forçoso convir que NEM DE LONGE ele é o “único cientista político” do Brasil, nem tampouco o “maior pensador vivo” deste País.

    Talvez esteja entre os maiores. Disso eu nunca duvidei.

    Se eu faria o curso dele? Sim, e acho obrigatório que qualquer brasileiro leia-o.

    Abraços,

    In Iesu et Maria.

  27. Corrigenda:

    “E não me venham com aquelas de “atas”, pois aquilo não prova nada. “(…)

    “Von Mises, Voegelin, Zubiri, René Guenon e outros gnósticos,”(…)

  28. Da. Roxane, uma questão:

    (…)

    ” A denúncia e as previsões acertadíssimas (todas elas) que ele fez a partir da descoberta do FSP foi um trabalho de ciência política dos mais importantes que já vi. Foram previsões acertadíssimas.”(…)

    Quais foram as previsões “acertadíssimas”?

  29. Ricardo mencionou alguns episódios que demonstram a perseguição, às vezes virulenta, às referências feitas ao professor Olavo de Carvalho por alguns estudantes, na Universidade Federal da Bahia.

    Pois bem, o aluno, citado por Ricardo, que sofreu repreensão do professor é este que vos fala. Uma simples resenha foi totalmente desqualificada, apenas por portar citações do professor Olavo. Depois descobri que o professor da UFBa havia assinado aquele documento, estúpido, em repúdio ao Olavo, no episódio Quartim de Moraes.

    Tem mais:

    1- eu tentei escrever um projeto de mestrado, na mesma universidade, sobre a ocultação feita pela grande mída ao Foro de São Paulo. Um professor, da faculdade de comunicação, disse que tudo aquilo daria alguns caracteres no twitter!

    2- algo que não podemos esquecer é a ausência das obras de Olavo nas bibliotecas das universidades, quando não, o que pode ser considerado moeda corrente, o sumiço de livros do Olavo que estão no sistema e que nunca são encontrados pelos funcionários. Aqui na UFBa aconteceu também. O livro “Jardim das Aflições” está no sistema, mas ninguém consegue encontrá-lo.

  30. O Olavo insiste muito numa coisa chamada “estilo” literário. Quando alguém se fizer passar por outra pessoa, por favor mude o “estilo”.

    risos

  31. A propósito. Apesar de não ter relevância no curso em que me formei, citei Olavo. O professor sequer o conhecia, mas achou muito bom o livro dele.

    Na UFMG não há o tal complô contra o Olavo. Ao menos não no ano de 2001.

  32. Chesterton dizia que existe uma contradição na frase “posso estar enganado, mas é minha opinião”. Ou uma coisa, ou outra. Depois desse aviso, é melhor eu dar o meu pitaco sem receios.

    O que ocorre com o Olavo se parece, em alguma medida, com a reação a René Guénon, que aliás, só se “exoterizou” no Brasil devido ao próprio Olavo. Os dois autores estão falando de assuntos tão importantes e tão assustadoramentes alheios aos interesses medíocres de nossa “classe intelectual”, que não foram recebidos direito, por falta de adaptação mental.

    Um chinês talvez dissesse que “A Terra não está seguindo o Céu”. É claro que não estou endeusando nenhum dos dois autores, mas o fato mais patente que pode der verificado nos leitores de um e de outro é que eles, com raras exceções, NÃO entendem dos assuntos tratados, e não têm referências suficientes para abranger esses temas. Isso acontece porque a ciência é sistêmica, e cada tese tem que se apoiar em todas as demais. Na falta de um “cenário” apropriado, as figuras se deformam. A miséria cultural brasileira merecia uma musiquinha do Geraldo Vandré.

    A característica mais bizarra das críticas feitas a Guénon e Olavo de Carvalho é que elas revelam um conhecimento em pedacinhos do pensamento dos dois, e daí aparece aquele discurso “entrecortado”, cheio de acusações soltas.

    Resultado: faltam leitores sérios e capazes de uma verdadeira “compreensão” no sentido pleno da palavra; e sobram, de um lado, repetidores fanáticos que não passaram da letra e ficam hipnotizados pelo estilo e pela clareza explicativa, e de outro, inimigos que precisam caricaturizar constantemente o pensamento de ambos, para atacá-los. As semelhanças são muitas, e não dá para citar todas.

    Exemplos do primeiro caso chegam de adolescentes que babam de admiração por expressões como “unidade do real”, “autoconsciência”, “paralaxe cognitiva”, “estado principial”, “possibilidade universal”, etc etc. E a partir daí saem empregando essas expressões numa mania de imitar incontrolável, sem perceberem que existe uma diferença entre se espelhar num modelo e fingir que é igual a este modelo. É como se um cara de quinze anos achasse que ia começaria a falar como Cícero se começasse a usar toga e viajar para Roma. Aliás, eu mesmo entro nesse caso, e faço esse tipo de palhaçada às vezes (espero que não nesse comentário).

    Os exemplos do segundo caso, bem… estão por toda parte. As caricaturas vão se tornando cada vez mais pueris com o tempo, e não quero ver o dia em que René Guénon e Olavo de Carvalho serão chamados de gnósticos por admitirem, por exemplo, que a existência do Ser é uma evidência intelectual. Mas pressinto que esse dia está chegando…

  33. Para alguém que realmente leu dizer que as atas do Foro de São Paulo não provam nada então só temos duas opções para essa pessoa.
    1) Sofre de algum problema cognitivo:
    2) É mau caráter e tira proveito do PT.

  34. “Ajudem a acabar com este embusteiro nazi-facista sedizente filósofo! Assinem a petição pela regulamentação da profissão de filósofo, com exigência de diploma universitário para a práxis filosófica.”

    Quer saber Marcos Kreuzfeld Farias!?
    Vai a merda!

    Onde existe universidade de filosofia no Brasil?
    Faz-me rir!

  35. Mais um motivo pra admirar o professor Olavo, tem uma esposa que, além de muito bonita, discute tão bem quanto ele com os Zé Colméias e SPCs hehehe

    PS: Não sabia sobre essa dívida da É Realizações, voltarei a importar meus livros…

    Abraços!

  36. Bobão, feio, chato, língua pra você… Eis os “argumentos” da turma de Babaovolândia.

    @maxwell:

    Aquelas atas não provam PORCARIA NENHUMA! Onde tem uma assinatura sequer naquilo? Acompanha alguma foto? Qualquer criança de 12 anos poderia fazer uma ata de “Reunião do Foro Gay Mundial” e colocar você como presidente?

    Das duas uma:

    Você é um crédulo, que acredita em Papai Noel;
    Você é um imbecil, no sentido oligofrênico da palavra.

    Aos que disseram que eu não “entendo” o que o Guru Iluminado é capaz de dizer:

    Sugiro digitar CARRO VÉIO no Youtube. Eis vocês. E vosso guru, de quebra!

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