Sobre os urinóis

Se qualquer coisa pode ser tida como arte – e é essa a provocação lançada por Duchamp no século passado -, então não há mais qualquer base para o julgamento estético. Esse argumento, diz Roger Scruton, costuma ser imediatamente aceito porque “parece emancipar as pessoas do fardo da cultura, dizendo-lhes que todas aquelas veneráveis obras primas podem ser ignoradas impunemente”.

Tente ler impunemente Art, Beauty, and Judgement

Um comentário em “Sobre os urinóis

  1. Não sei se a provocação do Duchamp é essa (qualquer coisa é arte). Creio que o que Duchamp quis com seu urinol foi dizer justamente o contrário!
    Quem é que diz o que é arte?
    Só porque algo está em um museu em uma exposição isso deve ser qualificado como arte? Só porque dois ou três entendidos dizem que aquilo era arte, aquilo ERA de fato arte?
    Como consequência da experimentação de Duchamp não temos a falta da base para o julgamento estético, temos a mudança dessa base: do belo para o “estranho”, para o que provoca. A arte se torna conceitual antes de tudo.
    E, a meu ver, exclusionária acima de tudo. Nunca foi tão necessário conhecer todas aquelas veneráveis obras primas para se entender uma única peça contemporânea (e nunca se conheceu tão pouco).

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