Um católico é um islâmico é um budista?

Segundo Stephen Prothero, as religiões (mesmo as tradicionais) não são uma só, ao contrário do que disseram William Blake, Aldous Huxley e René Guénon; não partilham uma unidade de fundo. Seus conceitos mais básicos têm significados diferentes, de forma que é até difícil compará-las.

9 comentários em “Um católico é um islâmico é um budista?

  1. Realmente. Ainda não li o artigo, mas recomendo o “The apocalypse of Islam” de Norman Brown. É sobre a sura xviii. O Deus islâmico é diferente do cristão e do judaico.

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  3. as religiões diferem muito não só a partir do sistema de crenças, mas também evolução. Existem religiões primitivas e supersticiosas e outras mais avançadas. Seria um absurdo colocar no mesmo saco o cristianismo e o candomblé por exemplo. Ou comparar o Satanás da biblia, com um Exu da vida…

  4. Não são iguais mas se referem à mesma coisa.

    No mesmo sentido que uma criança desenhando um Sol amarelo com raiozinhos, e um Astrônomo observando as radiações solares tratam do mesmo objeto.

  5. Pessoalmente, gostei bastante do comentário do Renan. Talvez matizasse (“podem referir-se”); de todo modo, muito Vaticano II, to the point. De uma perspectiva cristã, como lembra Justino, “tudo que é bom e belo nos pertence.” O ponto, claro, é que vivemos no Ocidente em um tempo de quase colapso da compreensão tradicional do que são o homem e o cosmos; por tabela, do que significam bom e belo. Em nossa cultura e na filosofia mainstream, assim como na teologia politizada também mainstream, o horizonte cosmológico e antropológico parece ter deixado de servir de base para entendermos o que significa Redenção. O nosso cosmos e indivíduo românticos absorvem tudo em si e não deixam senão resíduos. As várias religiões e culturas parecem apenas, como apontava Herder, manifestações de um mesmo logos teo-cósmico. Nessa perspectiva, a graça também parece ausente, pouco recordada ou até descolada da natureza; e a ênfase costuma recair na praxis ético-religiosa, na razão, no desejo, no livre arbítrio. Aliás fundamentais, é claro; daí aquelas posições do último Concílio a respeito da possibilidade de salvação fora do redil visível, digamos, onde também há muitos lobos afinal. O problema é que, se carregamos a mão nessa perspectiva “herderiana” ou romântica, saímos do Vaticano II e caímos no “tout comprendre”, no universalismo que pretende separar razão e fé, no mundo maravilhoso de Avatar, etc. Digo “problema”, é evidente, para quem é cristão ou para quem percebe aquelas nuances que, como dizem na terra do Asterix, fazem toda a diferença. // Em outro registro, “The Last Battle”, a última das Crônicas de Narnia, apresenta uma personagem interessante, um macaco (talk about mimesis) chamado “Shift”. Sequioso de poder, Shift manipula um inocente e sofrido burrinho que passa a ser idolatrado no fim dos tempos, inclusive porque propõe que todas a religiões são basicamente a mesma coisa. Claro que não são. Há também na mesma Crônica um sujeito devoto de uma religião pagã, que acaba salvo no final porque procura e encontra o que é verdadeiro (e objetivamente existente) dentro daquela cultura fundamentalmente equivocada. É por aí.

  6. Mas o que seria esse Sol? Um núcleo doutrinal? Um núcleo simbólico? A questão é exatamente essa. As diferenças importam muito e levam a visões de mundo, visões da situação humana, bem diferentes.

  7. René Guénon não disse que as religiões pertencem a uma unidade subjacente, ou a um mesmo núcleo metafísico; tal idéia aparece somente nos escritos de seu discípulo, Frithjof Schuon.

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