Aqui, mais um daqueles artigos que tocam no interessante tema da proporção áurea, a razão que, por motivos ainda desconhecidos, mas sempre investigados, aparece tão freqüentemente na natureza, e é agradável aos sentidos humanos. Isso sem falar em suas também particulares propriedades matemáticas.
É por essas e outras que a mente humana, ao contemplar a ordem da natureza, é naturalmente levada a pensar numa inteligência que a tenha criado.
Bom artigo. Famosamente, a noção é também associada a partir de Aristóteles ao que hoje muitos chamariam uma teoria do desejo, por sua vez integrada a um modo de entender a ética (in medio virtus, etc). Passando numa pista paralela e necessária por Santo Agostinho e mais diretamente por Santo Tomás, essa “proporção áurea” no campo da ética resulta em expressões que acho muito felizes na Comédia do Dante. Em poema todo informado pela idéia de ordem cósmica, um exemplo dos tantos que ficam na memória está no tratamento conjunto que ele dá aos vícios da avareza e da prodigalidade no canto VII do “Inferno”. São as pontas extremas de uma linha cujo ponto de equilíbrio é um desejo natural de posse. Ambos relacionam-se à cobiça, “amor torto” na expressão do Dante e raiz de toda feiura e desmedida. Em início de ano, food for thought para economistas e hoi polloi como este comentador.