Meu amigo virtual de pouco contato, o prolífico matemático grego Nikos Salingaros, colaborador da Dicta&Contradicta impressa, acaba de publicar em co-autoria com Mark A. Signorelli um artigo na New English Review, acessível online: The Tyranny of Artistic Modernism. Vale conferir imediatamente.
Tendo a desconfiar das críticas imoderadas, mas a observação de Salingaros/Signorelli de que “all artistic creation is law-like” parece-me verossímil, até como ponto de partida. Os excessos do modernismo elegeram, como formas de arte, até o caos puro e a imprecação. Essa atitude merece a crítica que lhe fizeram tanto os tradicionalistas mal-humorados quanto os expoentes do alto modernismo (estes últimos, a meu ver, em geral mais dignos de apreço, como Geoffrey Hill, W. H. Auden e Gerhard Richter, para dar exemplos aleatórios).
A arte precisa de regras, e só empreendimentos de longo prazo — que permitam à criatividade impor-se com solidez e forma — parecem merecer o valor que lhes conferimos. O darmos valor a artefatos como os de Duchamp fora do seu contexto histórico (de meras curiosidades) parece-me, por esse motivo, mais wishfull thinking do que qualquer outra coisa. Permanecem obscuras, todavia, as razões dessa relação entre a arte e as regras.
Ademais, casas como o MMOMA (o museu de arte moderna de Moscou), que visitei esse mês, têm mostrado que a boa arte do século XX não é brincadeira de crianças.
(Aproveitem para ler o artigo de Scruton que menciona, e analisa, ideias de Salingaros; e um outro post meu que o apresenta.)
FALANDO EM COLABORADOR DA DICTA IMPRESSA, E A NOVA DICTA, AFINAL??
Anônimo, vamos divulgar o lançamento na sequência. A Dicta está pronta e o lançamento agendado, já. Abraços!