Ou deveria ser o contrário? Nos tempos atuais, David Simon, o criador de The Wire (segundo nosso colaborador Freddy Bilyk, a melhor coisa já feita na história da televisão) e Treme, pode ficar lado a lado com o maníaco perfeccionista do Bronx?
Se depender de um único livro, a resposta é sim.
O livro é, no caso, nada mais nada menos que Paths of Glory, o pequeno romance de Humphrey Cobb, publicado em 1933, e que, nas mãos de Kubrick, tornou-se Glória Feita de Sangue (1957), um dos maiores clássicos anti-belicistas do cinema.
O romance de Cobb estava desaparecido das prateleiras há muito tempo. Mas, graças à Penguin Classics, ele será relançado – e justamente com uma introdução escrita por Simon.
Simon, ao que parece, é mais do que um mero admirador do livro – ele não hesita em dizer que o usou como inspiração para a quinta temporada de The Wire e para seu trabalho como repórter investigativo nos antigos tempos do Baltimore Sun.
Sem dúvida, Simon é um dos grandes na mídia áudio-visual, mas creio que ele jamais conseguirá realizar cenas como esta. Alguém duvida?
acho que ainda não aconteceu um grande autor na televisão, embora a base para tv-como-arte já exista. nem lynch, nos anos 90, nem david chase, nem david simon, nem o matthew weiner.
todos tem fraquezas formais significativas, na minha opinião, que ainda diminuem a televisão frente à força expressiva do cinema. já se fazem equivalentes a bons romances, mas ainda não houve nenhuma obra grande.
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