Entrevista com Mary Midgley

Mary Midgley é uma pensadora importantíssima no cenário intelectual atual. Essa filósofa nonagenária é quem tem produzido os argumentos mais poderosos contra os propagandistas do cientificismo no mundo atual: Dawkins, Dennet, etc.

Sempre muito lúcida, ela mostra como o que está por trás do atomismo, do fisicalismo e outras correntes reducionistas não é a ciência, mas certas imagens e “mitos” poderosos, que têm seu valor,  mas que nos levam a profundos enganos se os tomamos por verdade absoluta. O mesmo vale para psicologias que tentam reduzir todas as ações humanas a uma mesma motivação inconsciente. A natureza humana é muito mais complexa; o dualismo cartesiano corpo-mente é insustentável, mas a opção atomista não é muito melhor; a tecnologia pode ajudar o homem a viver melhor, mas não resolverá o drama de sua condição. Esta entrevista dá um bom panorama do pensamento dessa grande filósofa.

E ainda uma curiosidade que encontrei navegando na net: uma série de cartas e emails dela sobre C. S. Lewis.

4 comentários em “Entrevista com Mary Midgley

  1. Excelente entrevista. É uma filósofa muito sensível à arte e à poesia. Tem uma queda pelo Shelley, ao que parece. Aliás, Prometheus Unbound merecia uma tradução aqui no Brasil.

    Ótimo link, obrigado!

    Abraço,

  2. Sem tempo nestas semanas; mas gostei de saber de alguém que continua a achar Lewis um pensador valioso. Enquanto não traduzem (ignoro se já o fizeram) “A Imagem Descartada”, a boa notícia é que lançaram em português “An Experiment in Criticism” (literário). Basicão, fininho, despretensioso: “…in reading great literature (…) as in worship, in love, in moral action, and in knowing, I transcend myself; and I am never more myself when I do.” Não sei da qualidade da tradução; a resenha linkada talvez não faça jus inteiramente à experiência do transcendente-por-meio-da literatura proposta pelo CS , mas está no site da editora, a UNESP: http://www.unesp.br/int_noticia_imgesq.php?artigo=4242

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