Scorn not the Internet

Só o futuro poderá julgar o efeito da Internet sobre a cultura. As mudanças que ela trouxe para nossos hábitos de ler e escrever são muitas, e atuam, não raro, em sentidos contrários. Um grande e inegável benefício, contudo, é a disponibilização gratuita da obra de grandes autores do passado. Não é mais preciso comprar caros volumes para…

O romance que salva toda uma literatura

Depois de meses de enrolação, setenta e duas páginas lidas, mas interrompidas porque as circunstâncias me impediam de dedicar o tempo necessário, somente agora consegui terminar de ler o romance “As Benevolentes”, de Jonathan Littell. Vocês já devem ter ouvido falar dele: o catatau de 900 páginas sobre um carrasco nazista gay da SS, ganhador…

A expressão da modernidade em Thomas Pynchon

Thomas Pynchon é tido como um dos maiores escritores vivos, um expoente do pós-modernismo literário e, segundo o crítico James Wood, um dos inventores do realismo histérico, junto com Don DeLillo. O fato, entretanto, é que Pynchon é sobretudo um mistério: recluso como J. D. Salinger, existem poucas fotos suas, circulam vários rumores sobre sua vida,…

O anti-celebridade

E lá fomos ver Tom Stoppard, eu e o meu chefe, o presidente do IFE, Guilherme Malzoni Rabello. A palestra – ou melhor, a “conversa”, como anunciou a organização do evento – seria no teatro do British Council. E o horário seria realmente para quem é do teatro ou não trabalha – três horas da…

Pós-moderna é a sua avó

Desde o final dos anos 90 venho lendo sobre ‘pós-modernidade’ e ‘pós-modernismo’, em filosofia e literatura. De lá para cá, muita coisa mudou. Há muito tempo, li White Noise de Don DeLillo, uma obra paradigmática, que foi escrita nos anos 80; nessa época não havia nem Internet. A fixação de DeLillo com a televisão parece…

Um minuto de silêncio

Hoje faz um ano que o Bruno Tolentino morreu. Aqui vai a nossa pequena homenagem, A Explicação Por Bruno Tolentino […] É o real tudo aquilo que, à medida em que nos abandona e se evapora, sagra o aqui e o agora entre os braços da Cruz, nosso sinal de mais na escuridão. Tudo o…

A linha da sombra de Philip Roth

Terminei de ler o mais recente livro de Philip Roth, “Fantasma Sai de Cena” (Exit Ghost, Cia. das Letras). Não é tão poderoso quanto, por exemplo, “O Animal Agonizante” e “Everyman” (não consigo pronunciá-lo como “Homem Comum”) – e não chega aos pés de “O Teatro de Sabbath”, um dos grandes livros da década de…

The Brave Ulysses

Circe transformando os homens de Ulisses em bestas – Giovanni Benedetto Castiglione Alguns astrônomos aparentemente identificaram a data exata em que Ulisses revela o seu disfarce e parte para a vingança contra os pretendentes de Penélope, na Odisséia. Os cálculos foram possíveis porque Homero fornece inúmeros detalhes sobre a posição das estrelas e a órbita dos planetas naquele…

Flann O’Brien na First Things

Allegory of Profane Music – Caspar David Friedrich Franklin Freeman escreve hoje sobre Flann O’Brien na First Things: “I will probably reread O’Brien before tackling Ulysses again, and the main reason is because his writing makes me laugh and astounds me with its strangeness. […] Joyce is a greater writer as an artist, but O’Brien is…

Eram os deuses astronautas?

Seria Shakespeare protestante ou um católico romano que secretamente praticava a forbidden religion e os exercícios espirituais de Santo Inácio? Quem sabe um general da “KGB do Esoterismo” – para usar a boa expressão de Pedro Sette Câmara? Niilista e ateu? Talvez… budista?!? Este artigo de Robert Miola joga algumas luzes sobre a questão.