Special pleading

No dia 30 de setembro de 2005, um cartoon de múltipla autoria com caricatura de Maomé foi publicado no jornal dinamarquês Jyllands-Posten. Seguiu-se uma monstruosa controvérsia: embora o jornal tenha alegado que os quadrinhos apenas colocavam em pauta uma crítica à intolerância, grupos muçulmanos reagiram imediatamente. Seguiram-se protestos e boicote.

O Primeiro Ministro dinamarquês ficou traumatizado com o incidente e não deve dormir bem até hoje.

Críticas à intolerância dos muçulmanos vieram também de cristãos. Todavia, no mesmo ano, em novembro de 2005, surgiu Jesus and Mo, criada por Mohammed Jones (pseudônimo), que satiriza ambas as grandes religiões monoteístas — mostrando que a faca corta dos dois lados. Vale a marca registrada da apologética: dois pesos e duas medidas. No fim das contas, a pretensão de defender a própria verdade e ameaçar os recalcitrantes com o inferno não é monopólio oriental. (Veja essa vigorosa sátira da Templeton Foundation, organização que dá prêmios a investigadores de “Grandes Questões”.)

Recentemente, um pessoal usando camisetas do Jesus and Mo foi censurado na London School of Economics, no Reino Unido, e a polêmica seguiu seu curso natural. Aparentemente, ainda há muito o que debater.

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A propósito do teísmo, duas respostas breves, mas dignas às estranhíssimas declarações dadas por Alvin Plantinga nessa entrevista: aqui e aqui. Até meu amigo Bijan Parsia fez alguns comentários.

O renomado filósofo analítico parece já ter aposentado o cérebro.

 

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