Elogio da paranóia

Confesso que tenho um pendor para conspirações. Tenho uma vontade absolutamente incontrolável de ver conexões em tudo e em qualquer lugar, de perceber as coisas a caminhar para o “fim dos tempos”, como um velho puritano inglês do século XVII, pronto para abraçar o Apocalipse. Talvez seja o gnóstico em mim. Não sei. O que…

Dois anos sem Bruno Tolentino

“(…) e o mundo é cada vez mais estrangeiro”. Soneto 99 de A Imitação da Música (in: O Mundo como Idéia) Toda vez que alguém me pergunta sobre ou então me lembro da minha convivência com Bruno Tolentino, chego sempre à seguinte conclusão: ele foi o único sujeito de quem posso dizer com certeza que…

Os reis também morrem

Se alguém duvidava de que estavámos a ficar velhos, eis a prova: morreu Michael Jackson. Tudo bem: ele já estava em decadência há muito tempo (e colocarem a Sandy, o Gilberto Gil e a Cláudia Leitte como “artistas” ideais para comentar sobre sua morte é a prova disso), mas foi também responsável por duas obras-primas…

O lançamento do ano

Alguém tem a mínima noção do que significa a publicação disso aqui no Brasil? P.S. A Editora Loyola informou que a data de lançamento de “Ordem e História I – Israel e a Revelação” será no dia 03 de julho. E mais: os outros quatro tomos da série também já estão na programação de lançamento…

Elogio do insulto

Bem, não tivemos em nossa última edição o elogio do jeitinho? Agora teremos a defesa da polêmica, do humor escrachado, do palavrão desequilibrado, do sarcasmo – enfim, de tudo aquilo que o jornalismo cultural (em especial, o tupiniquim) evita como o diabo que foge da cruz. Lá na terra de Obamis, tivemos o caso de…

Do desaparecimento do humor judaico

Nos tempos atuais, não é apenas a questão do anti-semitismo (não, queridos, não vou usar a nova ortografia, não insistam, por favor) que preocupa o escriba que vos fala, i.e., a existência de um bando de meia dúzia de celerados que gostaria de ver uma raça (e, ergo, uma religião) explodir pelos ares (literalmente), mas também o…

Joyce e Freud

Talvez porque hoje é Bloomsday ou talvez porque os nomes de James Joyce e de Sigmund Freud significam a mesma coisa em suas respectivas línguas – alegria ou júbilo – decidi que não falaria nem sobre um, muito menos sobre o outro, uma vez que, para o escritor irlandês, não existiam acidentes para os homens de…

MEMENTO MORI

Depois de ter visto ontem o emocionante final da quinta temporada de House (uma verdadeira aula de “como-enfrentar-clichês-de-roteiro-e-sair-deles-de-forma-subversiva”) e acordar, sei lá o porquê, com As tears goes by (por favor, a versão de Marianne Faithfull, não a de Mick Jeca) na cabeça, leio este belissímo post de Richard Fernandez sobre como o tempo que…

O eterno-retorno do mito

Em uma das cenas do admirável filme Der Baader-Meinhof Komplex (não sei nada de alemão, mas como a película sequer chegou ao Brasil, a tradução capenga será mais ou menos “A Facção Baader-Meinhof”), um assessor pergunta ao ministro Horst Herold (interpretado por Bruno Ganz, que já foi de tudo no cinema, de anjo a Adolf…