Cuidado com o hype!

E finalmente a Companhia das Letras resolveu publicar o catatau chamado 2666, de Roberto Bolaño, o escritor mais prestigiado dos últimos tempos – e que não faria diferença nenhuma se não estivesse morto e enterrado. Há cerca de dois anos comecei a ler Bolaño, tudo por culpa do blog português Bibliotecário de Babel, que o…

A deformação da linguagem

Em entrevista publicada no caderno Sabático, do jornal O Estado de S. Paulo (que, pouco a pouco, transforma-se em uma publicação oficial da esquerda hegemônica, muito mais que a Folha de S. Paulo – ah, a vingança é um prato que se come frio…), Alfredo Bosi, o outro monarca do pensamento literário (sempre em competição…

A ausência de fé de Alexis de Tocqueville

Em seu novo ensaio publicado na New Yorker, James Wood resolveu escrever sobre ninguém menos que Alexis de Tocqueville, o patrono dos conservadores moderados, por assim dizer. Wood tem lá os seus problemas – ele implica em demasiado com as referências espirituais dos escritores que analisa, talvez um reflexo do seu problema pessoal com a…

Diplomacia e religião

Neste texto de Nathan Ritchen que, de certa forma, pode ser lido como uma continuação do texto que o Joel postou ontem, tenta provar, com simples palavras, que a liberdade religiosa é a única solução para uma diplomacia mais racional e razoável. Mas, na prática, não é isso o que está acontecendo: Here is an…

Os homens ocos da Avenida Madison

Recentemente, fiz a descoberta de dois nomes que já coloquei no panteão de gênios da sétima arte americana, ao lado de Stanley Kubrick, Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, entre outros: David Chase e Matthew Weiner. O primeiro é o criador e o produtor da melhor série dramática de TV da primeira década dos anos 2000:…

O escândalo do Vaticano

Esperei algumas semanas para encontrar um texto que fosse realista e verdadeiro sobre a praga que assolou o clima midiático a respeito das acusações de pedofilia (e pederastia, sim senhor) na Igreja Católica. Aqui está: este ensaio longo e minucioso de Joseph Bottum mostra os prismas e as nuances da situação, além de atacar o ponto principal…

Contra o pedantismo conservador

A primeira coisa que um esquerdista afirma sobre um conservador é que se trata de um pedante – e, lamento informá-los, ele está certo. No Brasil, e talvez em boa parte do mundo, sempre que alguém se diz conservador, católico, tradicionalista, logo imaginamos um desses sujeitos que andam com uma cruz gigante no peito, falam…

Dos reclusos aos canalhas…

…passando pelos refratários à Revelação, hoje temos de tudo um pouco. Vamos começar com V.S. Naipaul, grande escritor, grande polemista e, ao que parece, grande voyeur sado-masô que, de tempos em tempos, gostava de bater e/ou de levar uma porradinha básica de sua amante. Ao sabermos disto através de sua biografia autorizada (????), The World…

O engajamento babaca de Martha Nussbaum

Martha Nussbaum, que ultimamente criou frisson na alta sociedade paulistana com uma palestra à distância feita na Casa do Saber, escreveu um perfil sobre sua maior influência, o filósofo inglês Bernard Williams, aquele que disseminou em nossas mentes a noção de moral luck. Se isso acontecesse no Brasil, todo mundo aplaudiria e diria que era…

A arte da conversação

Mendo Castro Henriques, além de saber tudo sobre Eric Voegelin e Bernard Lonergan, é um mestre da arte da conversação. Poucos sabem fazer isso; poucos sabem como manter isso em condições surpreendentes – seja em uma churrascaria, seja em uma palestra, seja em um happy-hour descontraído – e, sem nenhuma exibição de virtuosismo, manter o…